quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Melody Gardot - "My one and only thrill" (2009)



Há músicos que têm histórias particulares. Umas são clichés habituais, outras histórias únicas e surpreendentes. Melody Gardot não se fica atrás e tem também uma história de vida fantástica.
Para quem não a conhece, Melody Gardot é uma cantora de Jazz/blues, muito influenciada pela música de Miles Davies, Janis Joplin e também pela música latina de Caetano Veloso.
Contudo, a sua história prende-se com um acidente. Em 2003, Melody foi atropelada por um jipe. Nesse acidente sofreu graves lesões, tanto físicas como cerebrais. A sua recuperação levou anos e teve que aprender a fazer quase tudo de novo, visto que perdeu grande parte da noção de tempo e memória. Ao longo dos anos melhorou bastante e conseguiu progredir na música, através de um imenso talento e de acreditar bastante na sua arte. Esta é uma prova de que o ser humano é capaz de quase tudo se se esforçar ao máximo.
Falando musicalmente, estamos perante ( desculpem a metáfora) a descida de um anjo à terra. A voz de Melody é angelical e transmite-nos um sentimento de calma sem igual. A acompanha-la estão grandes músicos do jazz e blues, que conseguem criar todo um universo de encanto e admiração. Melody é afinada, encantadora e capaz de nos prender à sua música pela sua doce voz. O álbum "My one and only thrill", de 2009, é uma peça de arte sem igual no jazz da actualidade. A sua musicalidade, voz incomparável e a forma como nos transmite sentimentos de "aconchego" tornam-na uma das grandes revelações dos últimos anos. É certo que as músicas desse mesmo álbum são algo repetitivas na sonoridade, mas a voz de Melody torna-o capaz de estar em repeat vezes sem conta, como se entrássemos num mundo especial do qual nunca quereríamos sair.
Melody Gardot é uma daquelas artistas que nos consegue transmitir sentimentos únicos e remeter-nos para a verdadeira essência da arte. Este "My one and only thrill" é um daqueles álbuns obrigatórios para o inverno, para nos acompanhar à chuva, num qualquer café, numa qualquer ocasião. Simplesmente divinal...

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