domingo, 31 de outubro de 2010
Azevedo Silva - Carrossel (álbum)
sábado, 30 de outubro de 2010
Linda Martini no Lux - Lançamento do álbum "Casa Ocupada"
Antes do concerto propriamente dito, as filas de entrada davam uma volta gigantesca, apresentando-nos um mar de gente ansiosa pelo regresso de uma das bandas mais acarinhadas pelo público português. Prova desse amor, foi a lotação mais que esgotada e inventada, a imensa salva de palmas presente em todas as músicas e os hinos musicais, tão decorados quanto um fanático religioso em amor pelo seu livro sagrado. Os Linda Martini são isso mesmo, um movimento amoroso reciproco entre fãs que teimam em aumentar, e uma banda pronta para os receber, através da simpatia e interacção daquele que é possivelmente na actualidade o melhor baterista português, Hélio Morais; e os também extremamente talentosos e simpáticos André Henriques (vocalista e guitarrista), Pedro Geraldes (guitarrista) e Cláudia Guerreiro (baixista). Juntos formam uma unidade musical sem igual, que ao vivo se transforma numa guerra espiritual, criando algo paralelo à nossa realidade. Sem me querer perder muito em metáforas ou analogias, o concerto de Linda Martini no Lux foi, resumidamente, uma entrada num outro universo, no universo da banda, que nos conseguiu transpor para algo perfeito a nível musical e emocional.
Para começar não podiam ter escolhido melhor, "Nós os outros", faixa integrante do álbum de apresentação deste concerto, "Casa Ocupada", encheu o espaço e aqueceu o público, com um Hélio furioso na bateria, cegamente electrizante, e os restantes membros a acompanharem-no em imensa sintonia. "Mulher-a-dias" é o 2º single deste álbum e foi também a segunda música tocada. Tanto foi o empenho da banda que quase que os víamos a correr tal como no videoclip. Energia do melhor ao vivo, fazendo-nos querer ficar nesta música por muito mais tempo do que o que ela dura! "Amigos mortais" foi a confirmação da excelência do novo álbum, e mais importante, que apesar do "rock mais directo", os Linda Martini continuam no caminho da qualidade, da enorme qualidade. A transição para músicas um pouco mais curtas e directas foi perfeita, e a sonoridade-mãe está cá toda presente. Para os fãs da banda as novas músicas sabem a uma continuação perfeita do que é uma evolução natural das coisas. Para os novos fãs, é uma oportunidade de conhecer o lado mais directo dos Linda Martini, podendo depois desenvolver-se uma imensa paixão.
Parar para olhar com calma a banda é uma acção que vale mesmo a pena. Hélio Morais "esmurraça a bateria" como se fosse o seu pior inimigo, numa energia vinda de outro lado do universo. Cláudia Guerreiro entra em êxtase em cada música e afigura-se como um elemento fulcral, de extrema ligação entre todos os membros da banda. Pedro Geraldes, elevando a sua guitarra no ar, alterna entre um ar mais calmo e a loucura do rock, e finalmente André Henriques canta-nos com alma, a sua, a da banda, de todos nós, cumprindo com distinção a sua tarefa na guitarra, e sorrindo ocasionalmente, como se estivesse a tocar no céu.
"Partir para ficar" foi a primeira "prenda" oferecida pela banda. E que bem que foi recebida! Hélio e Cláudia ( porta vozes da banda neste concerto) interagiam com o público entre cada tema, fazendo agradecimentos e atendendo ao bom humor. "Partir para ficar" foi uma prenda perfeita e o público respondeu com energia, quase tanta quanto a que a banda deixava em palco.
À quinta música chegamos à maior "surpresa" das novas músicas. "Elevador" é um conjunto de sentimentos electrizantes, dando ao público a sensação de que os Linda Martini cresceram imenso e conseguiram fazer o que é muito raro numa banda deste tipo, dar um salto perfeito entre os seus sons próprios (música underground), para algo mais "directo", algo que agrade a quem não conhece a banda. A transição foi perfeita e este "Elevador" expressa tudo num curto espaço de tempo. Entretanto, a banda dá tudo o que tem e mostra-nos porque é considerada uma das melhores da actualidade. Ninguém deixa tanto em palco quanto eles, ninguém canta com tanta alma, com tanto sentido, com tanta genuinidade.
"Amor combate" é um regresso às origens e à ligação com os fãs de sempre. Eles agradecem e retribuem, com muitas palmas, com coros, com saltos e empurrões. O público começa a ficar mais eléctrico.
"S de Jéssica" é um registo um pouco mais calmo, mas que tem todas as características da banda. O seu som é bastante reconhecível, e apesar do novo álbum ter faixas mais curtas do que é costume para a banda, está lá tudo.
"Juventude Sónica", em claro tributo aos "Sonic Youth", é o regresso ao bom rock, à criação de novos sons, de novas energias. A ligação com o público prende-se cada vez mais e é já notória a evolução da banda. "Ameaça menor" faz a ponte para aquela que é uma das melhores músicas da banda, "Cronófago". A loucura instala-se e o público aumenta a sua garra, interligando-se com o palco, com os músicos. "Este mar" origina um novo sentido de ligação, novo amor entre a banda e o público. "Queluz menos luz" é uma referência óbvia as origens da banda e é recebida com aplausos. A grandiosidade desta música leva-nos a que "Belarmino" alcance o apogeu. Estamos perante uma banda única, que aposta num som forte e cheio de energia, através do que cada elemento tem para dar, formando um todo coeso e tão talentoso. As novas músicas surgem como lufadas de ar fresco, como uma necessidade de continuidade por parte da banda e uma necessidade de continuidade pelos fãs. Sempre ao seu jeito, os quatro elementos vão cruzando emoções entre si, mostrando porque mandam em palco.
"Cem metros sereia" termina com um palco inundado de amigos da banda, a cantarem ao microfone. A emoção da letra, cruzada com as pessoas em palco torna o momento algo único e demasiado tocante. Os Linda Martini são isso mesmo, um ponto de união entre as pessoas e a criação de letras simples mas com um significado bastante profundo. Com as novas músicas assistimos a uma evolução que supera em tudo as expectativas. Com este álbum os Linda Martini vão certamente atingir um topo maior, se é que já não o conquistaram.
O encore foi representado por dois grandes êxitos da banda, duas músicas que fizeram a banda crescer e com que os fãs também cresceram nestes últimos anos. Seja a repetir as letras pela rua, em casa, no comboio, ou a ouvi-las no carro ou no ipod. Os Linda Martini deixaram a sua marca e "Dá-me a tua melhor faca" e "O amor é não haver polícia" demonstram o que tem sido criado ao longo destes últimos anos.
"Casa Ocupada" passa assim com enorme distinção ao vivo, sendo um álbum efectivamente de rock directo, mas cheio da alma da banda, tanto nas letras como na sonoridade. Este é um álbum poderoso e capaz de ombrear com os melhores álbuns da década.
A banda deu assim um espectáculo imenso, que não será esquecido por quem os viu. E a nível musical, Portugal pode sorrir novamente.
Linda Martini @ Lux (29-10-2010)
Setlist:
1. Nós os outros
2. Mulher-a-dias
3. Amigos mortais
4. Partir para ficar
5. Elevador
6. Amor Combate
7. S de Jéssica
8. Juventude Sónica
9. Ameaça menor
10. Cronófago
11. Este mar
12. Queluz menos luz
13. Belarmino vs
14. Cem metros sereia
Encore
15. Dá-me a tua melhor faca
16. O amor é não haver policia
Texto: João Miguel Fernandes
Fotos: Hugo Rodrigues
Alive II - Concerto na FCUL
quarta-feira, 27 de outubro de 2010
Dead Combo no Cinema S. Jorge
Com uma sala completamente esgotada, foram várias as vezes que, quer Tó Trips quer Pedro Gonçalves, a dupla responsável pela banda, manifestou o seu espanto por estarem a tocar para tantas pessoas.
O palco, devidamente decorado para o efeito, com flores vermelhas em vários ramalhetes dispersos pelo palco, diversas malas e outros componentes cénicos espelhavam o pano negro pendurado ao alto nas costas dos artistas com o nome da banda, do lado direito a bateria e do lado esquerdo o piano colocados de frente para o centro do palco, onde estariam Tó Trips e Pedro Gonçalves, e por trás destes, num plano um pouco mais elevado, estaria o espaço que seria ocupado pelos instrumentos de sopro.
Quando as luzes baixam e começa a tocar o tema de introdução ao concerto, espera-se a entrada dos Dead Combo em palco, o que viria a acontecer após alguns segundos de 'suspense' planeado, a dupla Tó Trips e Pedro Gonçalves ocupou então o centro do palco, e começam um concerto que percorreu toda a discografia da banda, com direito ainda a alguns temas novos, como por exemplo, Nat, e não net de internet, explicou Pedro Gonçalves.
A Royal Orquestra das Caveiras acaba apenas por entrar ao fim de 6 temas, em Cuba 1970, e não mais a dupla central iria ficar sozinha em palco, comunicativos q.b. os Dead Combo explicaram alguns dos temas tocados, de onde destaco o Lusitânia Playboys, que é dedicado a todos os que vão ao Cais do Sodré à noite, O Assobio, canção que Tó Trips pensava ser sobre o assobio de seu avô, mas que afinal é sobre o assobio de Vasco Santana e ainda a música Cacto, que nos é indicada como possivelmente a primeira música a ser feita pelos Dead Combo.
Para o encore ficou reservado um vôo de Lisboa para Berlin, uma visita ao deserto e uma última paragem em Malibu, com o guia Tó Trips a apontar-nos a falta de uma feira popular.
E embora não houvesse uma feira popular (e é um facto que se deixou morrer a única que havia) em Lisboa, entretenimento não faltou na noite de ontem, a música dos Dead Combo é quase como uma banda sonora para um filme, um filme que é construido mentalmente por cada um de nós à medida que ouve e interpreta as melodias que nos são apresentadas.
E é por isso que, ao terminar o concerto, e pensando na viagem sonora por que se passou, não consigo deixar de pensar que se a minha vida fosse um filme, um dos temas teria que ser composto por estes senhores, e acho que isso diz muito.
Dead Combo & Royal Orquestra das Caveiras @ Cinema São Jorge (26-10-2010)
Setlist:
1. Janela
2. Putos a Roubar Maçãs
3. Esse Olhar Que Era Só Teu
4. Sopa De Cavalo Cansado
5. A Menina Dança?
6. Cuba 1970
7. Manobras de Maio
8. Desert Diamonds
9. Mr Eastwood
10. Temptation
11. O Assobio
12. Eléctrica Cadente
13. Nat
14. Lusitânia Playboys
15. Canção do Trabalho
16. Old Rock'n'Roll Radio
17. Rodada
Encore:
18. Lisbon/Berlin
19. Cacto
20. Malibu Fair
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terça-feira, 26 de outubro de 2010
Nuno Prata na Fnac do Chiado
Acompanhado ao vivo por Nico Tricot e António Serginho, foi possível escutar alguns dos temas que compõem este Deve Haver, incluindo o single que já roda pela rádio, Essa Dor Não Existe.
Nuno Prata @ Fnac Chiado (25-10-2010)
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Blog
segunda-feira, 25 de outubro de 2010
Jameson Urban Routes - Dia 3
Depois da passagem pelo festival Milhões de Festa no Verão deste ano, foi a primeira vez que estes dois últimos projectos actuaram em Lisboa, e a julgar pela reacção, provavelmente não tardará a acontecer de novo.
David Santos teve a tarefa algo ingrata de iniciar a noite de concertos, uma vez que em alguns pontos do concerto o público parecia mais interessado em conviver do que realmente escutar a música, mas nada que esmorecesse quer quem estava em cima do palco, quer aqueles que estavam fora dele e que estavam no MusicBox também para poderem ouvir algumas das música do novo EP de Noiserv (A day in the day of the days), e alguns dos temas do álbum anterior (One Hundred Miles from Thoughtlessness).
Noiserv @ MusicBox (23-10-2010)
Toro Y Moi @ MusicBox (23-10-2010)
El Guincho @ MusicBox (23-10-2010)
domingo, 24 de outubro de 2010
Akira - Uma visão do futuro
sábado, 23 de outubro de 2010
Porn Sheep Hospital - Abacus
Common Fluid na Fnac do Chiado
Datas:
29 de Outubro - Fnac Almada Forum (22h)
30 de Outubro - Fnac Cascais Shopping (16h)
30 de Outubro - Fnac Alegro (21h30)
Common Fluid @ Fnac Chiado (22-10-2010)
Setlist:
1. Whale Song
2. Numskull
3. Mid-Air Collision
4. Placenta
5. Nicotine
6. Oxygen
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sexta-feira, 22 de outubro de 2010
The Last Exorcism (2010), de Daniel Stamm
The Last Exorcism conta a história de Cotton Marcus, um reverendo norte-americano que fazia falsos exorcismos a quem achava estar possuído por algum tipo de entidade demoníaca. Cotton Marcus burla deliberadamente os crentes em Deus e em todo o processo do exorcismo. Até ao dia em que conhece Nell Sweetzer e a família. Através de um argumento meio atabalhoado percebemos que o problema de Nell não é Abalam, o demónio pela qual diz estar possuída, mas sim o facto de ter vivido com o pai e o irmão em regime de quase clausura numa pequena cidade do interior americano, o fanatismo religioso que se vive por lá e, juntando a isto, ainda o facto de estar grávida. Concluindo, toda a povoação pertencia a um estranho culto religioso que acabou por fazer o aborto à jovem Nell e assassinar brutalmente a equipa de filmagens e o reverendo Cotton Marcus.
Quando se pensa que o filme pode evoluir para uma crítica inteligente à vulgaridade e arcaísmo da Igreja Cristã, Nell mostra-nos a sua mente pouco sã. Apesar de ser um bom filme de terror, com cenas de fazer subir a adernalina, de fazer dar saltos na cadeira do cinema e de estar bem realizado, com uma boa fotografia e do (ainda) original formato de documentário, The Last Exorcism parece ter problemas nas sequências narrativas.
Parece que todas as histórias sobre exorcismos já foram contadas, esta, a de Nell, é só mais uma, com um desfecho diferente; incapaz de gerar consenso.
Murdering Tripping Blues na Fnac do Chiado
Com dois anos a separá-lo do álbum, Blues Knocking At The Backdoor Music, foi sobre Share The Fire que incidiu a grande parte do showcase, com as canções a soar tão bem ao vivo como em álbum, talvez melhor, com especial destaque para Broken Lovers , e ainda tempo para se ouvir "Modern Times, So Simple", do álbum anterior , que não importa os anos que passem há-de ser sempre moderna.
Murdering Tripping Blues @ Fnac Chiado (21-10-2010)
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Texto: Jorge Almeida
Fotos: Hugo Rodrigues
quinta-feira, 21 de outubro de 2010
Pintarolas
Pintarolas é um culto, isso já o sabe qualquer um nascido algures nas décadas de 80 e 90, mas Pintarolas é também ao início ao novo século a nova face do punk, longe do activismo politico e inconformismo da primeira vaga punk este é manifestamente mais mundano de contornos humorísticos e claramente virado para a boa disposição e festa. Mas calma, não há aqui nada de leviano e fácil, sabe quem já tentou que fazer rir é assunto sério e os Pintarolas parecem seriamente empenhados em nos fazer rir. Balanço? Hilariantemente positivo, “ vou violar a minha ovelha, fazer-lhe uns belos minetes e apertar-lhes os carretes” era verso que já fazia falta à música portuguesa, mas as pérolas não se ficam por aqui por isso há que ouvir.
Mas se o punk muda no tema, muda também na sonoridade. O pop-punk, esse bicho feio que se esconde debaixo da cama dos meninos grandes para quem o punk só vai dos Ramones aos Censurados, veio para ficar e não há que lhe virar as costas até porque abre portas a outros géneros que normalmente morriam de fome se vivessem de três acordes. No mais recente “ Vai João” há também uma imensa procura de sons por todo o espectro da pop-rock folclórica e … pimba?! Parece que sim, se o termo punk rural já parecia ganhar forma na cabeça de quem ouve “Vai João” a música “Conhé Esquisita” acaba por cimentar essa ideia, se é algo bom ou mau vai depender da disposição do ouvinte, o mais certo é que se já foram a uma recepção ao caloiro e vibraram com o Quim Barreiros tudo isto fará sentido.
Voltando ao início, Pintarolas é um culto, é boa disposição, é música desprendida de pretensiosismos e o pior pesadelo do amigo pseudo-intelectual que todos temos.
A conhecer.
"Vai João" tem 12 faixas e está disponível para download gratuito em http://www.pintarolas.org/
No site pode-se ainda ver o videoclip do 1º single - Hit de Verão que conta já com mais de 4 mil plays.
OFFBEATZ Lisboa #009
A abrir a noite, e antes dos concertos propriamente ditos, houve então a exibição de Mr. Carousel e de Mulher-a-Dias, os vídeos que acompanham os temas de Noiserv e Linda Martini, respectivamente, e uma sessão de perguntas de respostas sobre os mesmos aos artistas.
Em relação a Mr. Carousel, David Santos explica-nos que foi uma opção lógica optar por fazer o videoclip em animação, uma vez que vai ao encontro daquilo que é um pouco o seu projecto, incorporado com os desenhos de Diana Mascarenhas, seja no artwork dos cds ou nas projecções durante os concertos. Indica-nos também que para uma animação deste tipo e com a duração da música (cerca de 3 minutos), em conjunto com o realizador, levou cerca de 1 mês e meio de trabalho para que estivesse terminado o vídeo.
Outra das curiosidades entre a audiência, tanto para um vídeo, como para o outro, prendeu-se com questões de financiamento e apoios para a realização de um projecto destes.
Sem nunca falarem em valores, tanto Noiserv como Linda Martini contaram com a ajuda de amigos para a realização destes videos, e por isso mesmo admitem que o valor não foi tão alto como seria caso não tivessem este apoio, no entanto, para David Santos, que vê o seu EP editado pela Optimus Discos, não há um apoio propriamente dito da editora, uma vez que a mesma serve apenas como plataforma de lançamento, e não existe todo aquele trabalho normal que uma editora, no verdadeiro sentido da palavra, faria. No caso de Linda Martini, existe algum apoio da Lisboa Agência, mas continua a ser um encargo para a banda, que partilha despesas.
Aos Linda Martini foram ainda colocadas algumas questões de moda (os calções curtos), de geografia (porquê o Alentejo?) e de compreensão da letra (a corrida é uma metáfora para algo? onde está a mulher-a-dias no vídeo?).
Por partes, e passando a questão dos calções curtos à frente, uma vez que foi gravado no verão, em pleno Alentejo e exigia-se roupa confortável para correr, a Claúdia diz-nos que a escolha do Alentejo (Estremoz) acaba por ser um bocado óbvia pois é um sítio relativamente perto e com áreas livres e desertas, o que seria indicado para o que pretendiam fazer.
Em jeito de brincadeira, Hélio responde às perguntas de interpretação da letra deste tema e revela que "a mulher-a-dias faz dias que não vem", e que no dia do vídeo foi um desses dias, e daí ela não aparecer. Em relação à corrida, é-nos dito que não é necessariamente uma metáfora para algo, mas que no entanto fazia sentido para a banda, uma vez que a gravação de um disco é isso mesmo, uma corrida em que cada um segue para o seu lado e depois converge num só sentido.
Findo estas apresentações, era altura de passar para as actuações ao vivo da noite, primeiro Os Pinto Ferreira, banda que começa a fazer furor com o seu single Violinos no Telhado, e que apresentou 4 músicas ao público presente na sala, como aliás fariam também os Macacos do Chinês. Os Pinto Ferreiro estarão de volta ao MusicBox para um concerto mais longo no dia 31 de Outubro.
Os Pinto Ferreira @ MusicBox (20-10-2010)
Para conhecer melhor a banda é aqui:
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Macacos do Chinês @ MusicBox (20-10-2010)
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terça-feira, 19 de outubro de 2010
Mothership - Preview do EP
ModaLisboa 2010 - Primavera/Verão - Luís Buchinho
Luís Buchinho é actualmente um dos mais conceituados estilistas nacionais. O seu nome ecoa até ao mundo internacional da moda, onde faz sucesso. No dia 8.10.10 tive o enorme prazer de assistir à apresentação da sua colecção Primavera/Verão, naquele que é um dos eventos do ano em Portugal, a ModaLisboa.
O Mercado da Ribeira foi o local escolhido para o evento deste ano, contrastando claramente entre duas classes sociais opostas, a que lá trabalha de dia, e a que de noite se apoderou do local. A transformação do Mercado foi quase perfeita, não fosse o odor sentido a fruta, que nos remetia para um cenário medieval sui generis. O local de "acolhimento", bem mais pequeno que o do ano passado no Terreiro do Paço, estava magnificamente bem decorado, com muitas luzes e olofotes brancos, contrastando com o negro da noite e do chão.
Luís Buchinho criou uma colecção simples e elegante, inspirando-nos com as cores quentes e "sujas" do continente Africano, quase como sugestão de calor. Nas cores mais claras, tivémos exemplos muito naturais e simples de tecidos dinâmicos e urbanos, caracterizados tanto como vestuário para cidade-europeia, como para cidade-mundo, universal, exemplo de dinamização cultural e sentido de perspectiva futura. Aliás, é nestes pontos que Buchinho ganha. Ao mesmo tempo que cria algo simples, consegue remeter-nos para o futuro, para roupa que não cairá em desuso.
segunda-feira, 18 de outubro de 2010
Azevedo Silva na Fnac do Chiado
Apresentando o novo álbum, Carrossel, Azevedo Silva terminou em Lisboa a mini tour pelas fnacs do país. E foi assim que, como quem ansiava por esta oportunidade há algum tempo, o auditório da Fnac do Chiado se encheu de pessoas para dar as boas vindas e para saudar o regresso deste artista aos concertos na sua cidade.
Acompanhado em palco por Filipa Vale (violino/violoncelo), que tem acompanhado Azevedo Silva nesta tour e também participa em Carrossel, o showcase começa com um tema do álbum anterior, e é Die Mauer que abre as hostes musicais da tarde. Finda a música, juntam-se em palco os outros dois músicos que têm acompanhado todas estas datas pelos auditórios fnac, e podemos então encontrar em palco Nuno Silva (baixo) e Bruno Martins (guitarra/percussão) a completar a formação.
Ao segundo tema aparece-nos Dona Solidão, música que abre o novo álbum de Azevedo Silva. Álbum esse que ainda não está disponível, mas irá estar brevemente, diz-nos o próprio durante o concerto, e assim percebe-se que estes showcases são um pouco para aumentar as expectativas e criar alguma burburinho nas pessoas antes de realmente o disco poder estar disponível.
A partir deste ponto são-nos apresentadas uma a uma todas as músicas que compõem o Carrossel, e podemos verificar que é um Azevedo Silva mais maduro que se apresenta em palco perante nós, a essência da sua música perdura dos álbuns anteriores, e o seu à vontade e maneira de estar também, mas é na forma em como arriscou e ambicionou nestes novos temas e em como pensou estes espectáculos que realmente marcam uma diferença, e é nesse sentido que os três convidados têm um papel importante nesta actuação, e nos temas tocados.
O cantautor está igual a si próprio, liricamente os temas do álbum voltam-nos a submeter para uma atmosfera mais sombria, mas é aí que Azevedo Silva se sente confortável, no inconformismo de quem tem algo para dizer e de quem ambiciona mais, mas sempre com os pés bem assentes na terra, e demonstra-nos isso de uma maneira muito própria, seja através da forma como nos interpreta e expressa o sentimento das músicas, seja através da boa disposição contagiante com que se dirige ao público entre elas, contrastando e equilibrando aquele sentimento algo triste que nos é transmitido pelos temas, ou até mesmo quando no final do concerto, dá atenção a todas as pessoas que querem trocar dois dedos de conversa com alguém em quem se revêem, de uma forma ou de outra, ou apenas passar uma mensagem.
Julgo poder dizer que o sentimento geral de quem assistiu a este showcase é o de que a primeira volta dada no Carrossel tem um saldo bem positivo, e que muitos, onde me incluo eu, estamos já à espera para poder andar de novo.
Blame The Skies + Mothership + Hills Have Eyes +Devil In Me - Capricho Setubalense - Setúbal
sábado, 16 de outubro de 2010
Scream VS Scary Movie
Projecto būan (festival ZAAT)
"apresentações:
15 I 16 I 22 I 23 Outubro
21horas
(entrada livre)
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būan = /buːɑn/
por detrás das palavras escondem-se conceitos difíceis: ser público, ser privado. acrescenta-se ainda a dificuldade do verbo que indica a inevitabilidade, a força do destino que nos leva a ser e não mais a estar. de nós, ficará para trás o nomadismo e os estados de alma. porque hoje temos nacionalidades e casas. somos de um espaço público. temos um espaço privado. viajamos a horas marcadas pelas ruas, tendo a casa como último reduto. faz-nos falta o amor público, ou a construção do amor à cidade como casa de um nós cujas caras se fecham nas janelas. esta performance é um passeio pela intimidade das ruas e um regresso à Lisboa, cidade-lar, onde sem querer ou intencionalmente havemos de escolher uma casa para habitar num instante e meio.
criação artística:
cátia Terrinca I francisco Sousa I joana Peralta I joão Leitão I sara Vicente
produção:
sara Garrinhas
colaboração:
paulo Melancia I sara Daugberg
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Contactos:
colectivo3.14@gmail.com
www.facebook.com/buan3.14
www.projectobuan.blogspot.
sexta-feira, 15 de outubro de 2010
Klaxons no próximo Optimus Secret Shows
É já no próximo dia 24 de Outubro que a banda londrina de indie rock subirá ao palco dos Optimus Secret Shows. Neste concerto vai apresentar o seu segundo álbum de estúdio editado em Agosto deste ano e produzido em Los Angeles, pela lenda do rock Ross Robinson, responsável por álbuns de artistas como Sepultura, Slipknot, At the Drive In e The Cure.
A sala e a hora do espectáculo ficam, para já, por revelar, para manter o espírito de secretismo que marca este conceito. Para saber em primeira-mão todas as informações, os fãs da banda britânica deverão ficar atentos ao perfil Myspace Optimus Secret Shows.
A abertura do concerto será feita por Dusk at the Mansion, dupla de Lisboa formada por Ricardo Mestre e David Costa. Uma banda electrónica marcada por influências synth-pop e rock, inspirada em bandas como Kraftwerk, Depeche Mode, Gary Numan e Soft Cell. Voz, computador e bateria, complementadas neste concerto pelo violoncelo de Leihla Pinho.
Recorde-se que os Optimus Secret Shows são totalmente gratuitos. Para ter acesso basta ser utilizador registado do Myspace, adicionar o perfil Optimus Secret Shows e o perfil Optimus Lounge, imprimir o bilhete e correr para a fila do próximo espectáculo para ser dos primeiros e, assim, garantir um lugar antes que se esgote a capacidade da sala."