Jane Fonda é Barbarella. E com isto está quase tudo dito. Com Jane Fonda nos seus 30 anos, seria impossível este filme não ter um cariz sexual. Aliás, é esta a razão pela qual é uma mulher a protagonista.
Barbarella não é um grande filme, é mediano, se tanto. Mas vale imenso por várias coisas, e não, não me refiro a partes do corpo de Jane Fonda. Vale porque é um filme totalmente psicadélico e insano, com cenários pseudo-futuristas incríveis, elementos cénicos fantásticos e objectos inventados que são visualmente incríveis ou conceptuais em vários sentidos. Além disto, o guarda roupa é fantástico, principalmente nas cenas finais, além de cenas completamente díspares da realidade. Que dizer dos bonecos assassinos, da gaiola dos pássaros, do homem dentro de uma enorme vidraça com água, do qual sai a essência do homem?
Além de tudo isto, Barbarella pauta-se por uma critica à sociedade e uma invenção pura de um futuro talvez não tão distante. A par das criticas temos o facto do Planeta Terra ser um planeta no qual só existe paz e amor, não há guerra! O sexo também não se pratica como agora, mas sim tomando um comprimido e juntando a palma da mão à outra pessoa! Incrível!
Barbarella surpreende pelos cenários, tentativa de criar o futuro e obras conceptuais. Peca pela história, que é banal e se desenvolve de forma pouco fluída. Aliás, a razão do desenvolvimento de toda a narrativa roça o ridiculo, mas não vou desvendar nada.
Barbarella é um filme de 1968, com um argumento fraco e uma narrativa pouco surpreendente, mas que acaba por entreter bastante, seja pela sensualidade de Jane Fonda, pelos cenários mal feitos mas incrivelmente originais, seja por objectos e cenas psicadélicas, quase assustadoras de serem tão bizarras, seja pela música frenética ou os personagens também incrivelmente bizarros. Esta é uma daquelas viagens pelo cinema que ainda faz falta nos dias de hoje, para desafiar a criação artista e desenvolver a criatividade. Ainda tenho algumas cenas na cabeça e certos pormenores de guarda roupa ou de adereços... incrível!
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