quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Album Review - Katatonia - Night is the New Day


"Night is the New Day" is the latest album from Swedish band Katatonia. For those who don't know who they are, they were formed in Stockholm in 1991. In the beginning they were a doom/death metal act ,but nowadays they're an alternative metal band.
Katatonia's most recent album is a piece of art, not just for the fans, but for all the music listeners out there. They're indeed a metal band, but you should not expect screams, or gutural voices, they're just as melodic as there is.
The first song of the album is called "Forsaken", and it shows the true power of the band. The instrumental make us feel something deep, and the voice of the lead singer, Jonas Renkse, sounds perfect! "Forsaken" is that type of songs that will remain in your head for a long time.
"The longest year" is the second track of this perfect album, and it sounds even greater than the first one. It is impossible not to be amazed by the voice of the lead singer, that conduct us to heaven. The instruments give us the rest of the musical scenario, the path to heaven.
I hardly have words for the third track, "Idle Blood", because it is near perfection.
It is difficult for me not to refer all songs, because all songs are amazing, from the voice to the instruments. I have to refer "Inheritance" and "Day and Then the Shade" and particularly "Departer", as the best songs.
Katatonia have made an incredible album, that will be presented in Portugal on the 26th and 27th of November, in Lisbon(Almada) and Porto.
If you like good music, a band that will shake your heart and give you something more, you've got to attend the concert!

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Twenty Inch Burial - últimos concertos!



Os Twenty Inch Burial foram uma banda portuguesa de Metalcore, formada em 2000 e extinta em 2007. Pode-se dizer que foi a banda mais famosa do género a nível nacional, numa época em que a música underground ainda era muito underground e em que os media não cobriam de forma capaz este fenómeno. Desde 2007 têm surgido inúmeros pedidos para que a banda volte. A recusa foi sempre a resposta imediata da banda, que não aceitava regressar. Os músicos tinham seguido novos caminhos e todos eles tinham novos projectos musicais, bastante interessantes.
Actualmente, podemos claramente dizer que os More Than A Thousand são a banda mais famosa do género. Foram eles que pegaram no testumunho dos Twenty Inch Burial e escalaram caminho até ao topo. Aproveitaram o uso crescente dos media e da internet como órgão social, e conseguiram criar fãs muito além da camada chamada "underground".
Agora, três anos depois da separação dos Twenty Inch, o impossível vai acontecer. A banda regressa assim para concertos no Festival Ressurection em Espanha, no Porto e em Lisboa.
Uma boa oportunidade para aqueles fãs que esperaram três anos, verem a sua banda a despedir-se em grande. O concerto em Lisboa está agendado para dia 13 de Novembro na Caixa Operária Económica, e o do Porto para dia 12 de Novembro, no HardClub.
Simplesmente imperdível!


PAUS - Só desta vez



Os PAUS, essa mega banda, vão dar três concertos únicos pelo país. Este ciclo de concertos chama-se "Só Desta Vez" e o primeiro concerto já tem data marcada, será a 21 de Outubro no Lux. Para esta primeira sessão, os PAUS convidaram "Filho da Mãe", João Nogueira e Eduardo Raon, para algo completamente diferente.
Vai ser algo muito muito bom!
Para quem não conhece os PAUS deixo aqui o myspace e o site oficial, mas aviso já que vão encontrar algo completamente diferente e muito viciante:

Divulgação: Smix Smox Smux no MusicBox


Os Smix Smox Smux vão descer até Lisboa para estar no Musicbox num concerto com Os Capitães da Areia, em véspera de feriado (4 de Outubro) está garantida a festa, se restarem dúvidas apareçam por lá e comprovem-no, é mesmo o melhor que têm a fazer!

Próximas datas:
4 de Outubro - Musicbox, Lisboa (com Os Capitães da Areia)
30 de Outubro - Tertúlia Castelense, Maia
6 de Novembro - Maus hábitos, Porto
27 de Novembro - Auditório Sá de Miranda, Braga (Rock Like An Animal Fest com Noiserv, At Freddys House e Eggbox)

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Entrevista a Klepht




Com dois álbuns já editados os Klepht são hoje um dos nomes grandes da nova vaga de música portuguesa. Encontrámos após o concerto no arraial Escsito desta passada sexta-feira Marco Reis, guitarrista dos Klepht, que acedeu a uma curta entrevista ao Arte-Factos.

Sobre o novo álbum, Hipocondria, o que é que o diferencia do vosso álbum de estreia?

Antes de mais a maturidade que ganhámos em dois anos. Gravámos o primeiro disco e aprendemos com isso, andar na estrada, a dar concertos, a ter mais tempo e a ensaiar. O que o separa mais é que talvez no primeiro álbum como éramos mais novos e tínhamos musicas já feitas à muito tempo seja um bocadinho mais “teenager” e menos rock, este álbum tentámos torna-lo um bocadinho mais rock e um bocadinho mais adulto também. Acho que é essa a principal diferença.

Nota-se neste novo álbum que existem canções em que os versos são mais falados. Há aqui também influências de bandas como Da Weasel ou mesmo uns Rage Against The Machine?

Nós temos muitas influências diferentes na banda, neste momento somos quatro e cada um ouve muita música diferente, o Diogo está mais ligado a um tipo de musica mais actual porque, trabalhando na MTV, tem acesso a tudo o que e novo. Mas sim talvez, os Da Weasel são uma banda que nós gostamos bastante, Rage também gostamos todos, e talvez tenha alguma influência da cultura hip hop de hoje em dia e se calhar há alguns temas que puxam mais para aí. O tema “O Desinspirado” é dedicado aos Da Weasel e talvez aí se note mais essa nossa faceta.

Como é que foi quanto à produção e gravação deste álbum?

Este álbum é completamente independente, nós é que o pagámos, não tivemos ajudas de ninguém, foi uma loucura nossa, reunimos uma quantia, que ainda estamos a pagar com os concertos – normalmente esconde-se esta parte mas nos fazemos questão de contar o que se passa – , e fomos para os Estados Unidos um mês e meio feitos doidos gravar um disco lá com uma produtora americana, a Sylvie Massy que já trabalhou com imensa gente, e foi uma experiência surreal, tanto no processo de gravação bem como toda a vivência nos Estados Unidos e estar lá um mês e meio, longe da família , longe dos amigos, longe de toda a gente só nós gravar um disco foi um dos pontos altos.

E como tem sido a resposta do público em concertos ao novo álbum?

Agora é que as coisas estão a acontecer, está a ser surreal. Cada vez que tocamos ver o público a cantar os temas, isso é a nossa maior alegria e o que nos dá mais “pica” em palco, e não sós singles, cantam mais do que isso, muitas delas cantam quase o álbum todo, ou seja, uma resposta bastante positiva.

As músicas de Klepht tendem a ter estruturas e métricas pouco convencionais …
Nós não obedecemos a regras, se é que as há, para compôr. Somos acusados muitas vezes de ter músicas com estilos muito diferentes no disco, mas quando estamos a compor não pensamos que tem que soar assim ou assado. Cada um contribui com a sua parte e logo no fim é que se vê e no fim é Klepht.

Em que género encaixarias os Klepht?

O primeiro disco é Rock-pop, claramente, este disco gostamos de assumir como um bocadinho mais rock embora tenha uma faceta pop, que claro que tem.

Tentam separar a vossa imagem enquanto banda daquela que o Diogo tem enquanto cara da MTV Portugal ou acabam por tirar algum proveito disso?

Tirar proveito não. Claro que é inevitável uma coisa estar ligada à outra, sendo a cara da banda a do vocalista e sendo ele apresentador da MTV é difícil separar isso mas não nos tentamos aproveitar disso de maneira nenhuma. Aliás se vires o primeiro disco não tem uma única foto da banda e até à pouco tempo ninguém sabia quem eram os Klepht só conheciam a música. Hoje em dia, não as bandas mas o que está por trás delas, tentam vender primeiro a imagem e só depois é que vem a música, nós queremos antes de tudo vender a música que fazemos. Nem no primeiro vídeo-clip nós aparecemos. Ou seja, quisemos salvaguardar isso o mais possível, mas às vezes é inevitável e as pessoas acabam por associar.

Quanto ao futuro dos Klepht?

Tocar muito, muito, muito. Fazer o máximo de concertos possível, atrair o máximo pessoas, que as pessoas tenham noção que é diferente ouvir o disco e ver um concerto nosso ao vivo , a energia é completamente diferente , os comentários no facebook são todos esses. O próximo disco ainda está longe mas aproximam-se umas surpresas agora para Outubro-Novembro têm que estar atentos.

Para terminar, vão fazer com as músicas do novo álbum o que fizeram anteriormente e disponibilizar vídeos de como tocar as vossas canções?

Isso é uma das nossas ambições, queremos colocar vídeos no youtube a mostrar como é que se tocam mas com o Verão, com os concertos, uma correria de um lado para o outro foi complicado arranjar o timing certo, mas vão aparecer de certeza.



Um grande agradecimento ao Marco pela pronta disponibilidade em falar connosco e pela simpatia e compreensão.



domingo, 26 de setembro de 2010

Azevedo Silva - Carrossel (single)



"Carrossel" é o nome do single do novo álbum de Azevedo Silva, a ser editado muito proximamente. Foi com enorme expectativa que aguardei por este momento, o de poder ouvir e voltar a ouvir esta música vezes sem conta, esta e outras aí estarão para chegar. Azevedo Silva é um mago das palavras, no sentido puro e simples da questão. Não há cá metáforas inconsequentes ou indecifráveis. Azevedo é crítico e objectivo, apontando claramente as falhas ao que considera de mal na sociedade, ou descrevendo problemas/situações pessoais. Há quem o chame de "Zeca Afonso" moderno, mas creio ser algo mais que isso. Azevedo Silva tem identidade própria, não bebe a inspiração exclusivamente a um artista, nem tenta ser imagem de ninguém. Faz música porque gosta, porque a sente. Curiosamente toca em certos pontos que o grande artista Zeca Afonso também tocou, como a sociedade, a classe trabalhadora, o poder. Contudo, Azevedo vai mais longe, seguindo um caminho diferente de Zeca Afonso.
Este "Carrossel" é uma música cheia de intensidade e emoção, tanto do ponto de vista instrumental, que nos faz acelerar as emoções e sentir 'tocados' pela emoção do artista, como pela letra clara e sempre metafórica, mas perceptível a quem tiver um pouco de bom senso.
Com esta música, e possivelmente com o novo cd, Azevedo Silva afigura-se como um artista a seguir bem de perto, pois é raro vermos uma expressividade tão clara e genuína num artista, ainda mais cantando no nosso português, de forma tão simples, como um mero trabalhador de classe baixa. Azevedo Silva é o rosto do trabalhador, do português, e com esta música consegue criar aqui um pequeno hino para todos nós. Que vontade de escutar mais...

myspace do artista:

MAU na Fnac do Vasco da Gama


Os MAU andam em digressão pelas fnacs a apresentar o seu terceiro álbum de originais Backseat Love Songs e ontem foi a vez do auditório da Fnac do Vasco da Gama receber o som electro pop desta banda.

MAU @ Fnac Vasco da Gama (25-09-2010)


Para conhecer melhor a banda é aqui:
Myspace
Facebook

sábado, 25 de setembro de 2010

Arraial ESCSITO 2010 - 1º Dia


Com as portas a abrirem às 18h, eram ainda poucas as pessoas que nesta sexta-feira à tarde, dia 24, se encontravam no recinto deste ESCSITO 2010 para assistirem à actuação dos primeiros concertos do Arraial, não foi por este motivo no entanto que as poucas presentes à frente do palco deixaram de dançar e cantar, afinal de contas estavam em palco a Tuna SABES, que fez questão de rectificar que são eles a melhor Tuna do mundo, ou pelo menos ali da zona.

São por volta das 20h15 quando sobe a palco a ESCSTUNIS, prata da casa deste arraial, que por entre músicas que fazem parte do reportório de qualquer tuna e outras originais iam entretendo o público presente , ainda um pouco disperso, em especial caloiros e veteranos. Para finalizar juntaram-se à Escola Superior de Musica de Lisboa para um medley de Carlos Paião, que teve as honras de ser um dos primeiros momentos em que a audiência se manifestou, e a Desfolhada de Ary dos Santos.

Se um dos objectivos das tunas é promover o espírito académico através do entretenimento e da música, isso foi completamente atingido com estas duas primeiras actuações da tarde.

Tuna SABES @ Arraial ESCSITO (24-09-2010)





ESCSTUNIS + ESML @ Arraial ESCSITO (24-09-2010)





Olhando em volta há cada vez mais publico a chegar e a frente do palco vai ficando composta à medida que se vai fazendo o soundcheck. Passam poucos minutos quando os Klepht vão surgindo em palco sobre fortes aplausos.

Com dois álbuns na bagagem os Klepht surgem empenhados em promover o mais recente Hipocondria, álbum editado este ano sem auxilio de uma editora, e só muito pontualmente visitaram temas do álbum de estreia. O concerto começa e fazem-se ouvir os temas mais recentes já sabidos e decorados por alguns dos presentes e percebe-se que a banda que em 2008 lançou Klepht se transfigurou e se afastou do pop rock mais reminiscente de uns 3 Doors Down para uma sonoridade mais madura. Idade da Estupidez, Tudo de Novo, Segunda Noite e Não Vales Nada foram os primeiros momentos assinaláveis deste concerto com banda a demonstrar toda a sua pujança e energia em palco e o single, em particular, foi cantado a plenos pulmões tanto em palco como cá em baixo. Não podiam no entanto faltar os temas obrigatórios do álbum de estreia como 30 segundos ( 1ª impressão) - aparentemente o tempo necessário para se formar uma opinião sobre alguém que se acaba de conhecer - Erros Por Defeito e Por uma Noite, que teve direito a refrão extra apenas com guitarra acústica e com o público a providenciar as vozes. Por entre uma confissão de similitudes com uma música Da Weasel surge O Desinspirado, que de facto soa a uma versão mais hardcore de Re-tratamento, e ,para terminar o set, musicas como Explicação e Antes e Depois deixaram o público a pedir mais e de volta ao palco ouvem-se os primeiros acordes de Embora Doa antes de os Klepht o abandonarem definitivamente.


Klepht @ Arraial ESCSITO (24-09-2010)





Chegava a vez dos The Agency, colectivo que se tornou mais conhecido pela sua participação no festival canção, que embora a descrição do facebook os classifique como Pop-rock são tão mais ecléticos que esse rótulo. Há nas musicas de The Agency imenso soul , funk e mesmo toadas jazz que se misturam com nuances mais rock.

Apesar de serem os nomes menos conhecidos, os The Agency sabem impor-se em palco e não fazem rogados quando tentam interagir e conquistar o público. Com o 1º álbum ainda a ser preparado vão soando em palco canções ora em inglês ora em português que o publico parece aprender na hora e empolgados pelo fulgor da voz Pina a determinada altura apercebemo-nos que está um recinto inteiro a entoar cânticos de “já não tenho mais para dar” como se não houvesse amanhã. Outro excelente momento, logo no inicio do concerto, extremamente bem recebido pelo publico foi a cover de Nature Boy de Nat King Cole cujas letras foram surgindo algures dos recantos da memória colectiva daqueles que foram apanhados de surpresa pela música. A entrega dos The Agency em palco é fantástica com Pina a saber impor-se, se é verdade que só os mais informados é que sabiam antes do concerto quem eram o colectivo percebe-se que a postura dos The Agency os faz caminhar a passos largos para um maior reconhecimento. Um pouco antes de terminarem surge a, apropriada, Conclusão e com ela o melhor momento do concerto e os The Agency mostram de que fibra é feito o seu funk.

The Agency @ Arraial ESCSITO (24-09-2010)




Para lá dos 23h30 em palco fazem-se os últimos preparativos para entrar o verdadeiro cabeça de cartaz da noite. O público parece ter-se multiplicado e está todo expectante para ver o rei das festas de estudante e um homem que já passou tanto tempo em campus universitários que já merecia um Doutoramento honoris causa em todas as áreas do saber. Assim que chega a palco o recinto entra em polvorosa e Quim Barreiros sobe ao palco trazendo consigo boa disposição, “gaitadas” , trocadilhos subtis ( ou então não) e músicas que todos reconhecem e sabem de cor e que não deixam ninguém sem dançar, ou pelo menos a tentar. Foi hora e meia de alegria contagiante e danças do vira que pareceu um medley gigantesco, porque em palco Quim Barreiros nunca pára sossegado e nas raras ocasiões em que não há música é porque Quim Barreiros está a dar um ar da sua graça dirigindo-se aos caloiros e aos veteranos sempre com tiradas humorísticas. Termina com a Garagem da Vizinha para gáudio dos presentes e despede-se com desejos de voltar para o ano.


Quim Barreiros @ Arraial ESCSITO (24-09-2010)





Porque a noite ainda não está completa por esta altura cabe a DJ Fernando Alvim, o mete-discos, a tarefa de mobilizar o Arraial Escsito a dançar ao som de músicas de sempre ,das Doce aos Kings of Leon, do kuduro aos Ornatos Violeta enquanto o deixassem e só muito para lá das 2h da manhã é que nos tivemos que despedir do Arraial com a sensação de uma noite fantástica.


Texto: Jorge de Almeida
Fotos: Hugo Rodrigues

Linda Martini - Mulher-a-dias



"Mulher-a-dias", o novo single dos Linda Martini, já se encontra dísponivel no Myspace da banda para ser ouvido e apreciado por todos. Este é segundo single do novo álbum "Casa Ocupada". Este é um dos discos mais aguardados do ano, tanto pelo enorme núcleo de fãs que a banda tem, como pela qualidade musical que a banda apresenta de música em música.
Os Linda Martini surgiram em 2005. Desde aí já lançaram três EP's e um disco de longa duração, este "Casa Ocupada" será o segundo. Não há dúvidas que são uma das grandes bandas dos portuguesas dos últimos anos. Todas as músicas têm um enorme sentimento e uma letra profunda, demonstrando um carácter mais crítico e depressivo sobre qualquer estado. Contudo, este novo álbum transfigurou a banda, e apesar da sonoridade ser idêntica, tanto em qualidade, como em características, o tema mudou. Os Linda Martini falam agora de factos objectivos, mas sempre com a atitude crítica e atenta. Este "Mulher-a-dias" é um prazer sonoro imenso, tanto do ponto de vista instrumental, tão característico da banda, com uma progressividade sempre presente, apesar da curta duração da música, como na letra e musicalidade. De forma rítmica e acelerada, "Mulher-a-dias" fala-nos de símbolos e e metáforas, sempre bem construídas e aliadas com a sonoridade global. No final sentimo-nos preenchidos, mas com vontade de muito mais, de termos este novo álbum nas nossas mãos. Falta pouco! Em Outubro estará à venda, e quem não o agarrar vai certamente perder um dos melhores álbuns dos últimos anos!

Myspace da banda, onde podem ouvir o novo tema e outros:

Festival “O Gesto Orelhudo”



De 1 a 8 de Outubro, Águeda volta a ser palco de referência da musicomédia internacional, com a 9ª edição do Festival “O Gesto Orelhudo”, o mais aclamado evento d’Orfeu. Todos os espectáculos vão decorrer na Tenda do Espaço d’Orfeu, onde o público tem encontro marcado com o espírito único e original deste festival. É ali que Águeda faz O Gesto Orelhudo!

Consolidando-se como uma iniciativa ímpar no panorama cultural português, a programação contempla uma diversidade performativa na fusão de música, teatro, clown, humor e dança, reunindo grupos e artistas de Portugal, Espanha, Itália, Bélgica, Brasil e Austrália. A decorrer diariamente na Tenda do Espaço d'Orfeu, este ano são destaques orelhudos a cativante performance dos espanhóis Mayalde e as canções ribeirinhas na versão concerto de “Povo Que Lavas no Rio Águeda” (1 Outubro), a versatilidade dos portugueses Clarinetes AdLibitum e a excentricidade criativa do australiano Linsey Pollack (2 Outubro), o regresso das acrobacias dos musiclowns italianos Teatro Necessario (3 Outubro), a hilariante musicomédia dos brasileiros Tangos & Tragédias (4 Outubro), o humor percussivo dos espanhóis Yllana (6 Outubro), a ironia de movimento do galego Quique Péon (7 Outubro) e a expressividade cómica do belga Elliot (8 Outubro), engatando a noite de encerramento com as noites de OuTonalidades em Águeda.

O Gesto Orelhudo é, por excelência, um festival dedicado à fusão transdisciplinar. Diz-se da musicomédia, termo nascido da orelhuda ideia de casar a música e o humor. Não tão-só. A diversidade das propostas de programação está, uma vez mais, à vista: do intimista ao hilariante vai a distância de uma orelha à outra. E vice-versa. Sempre com uma louca capacidade de surpreender. Além da habitual ala musicómica – novos e surpreendentes espectáculos a não perder! -, nesta 9ª edição O Gesto Orelhudo é também palco das contaminações transdisciplinares da cultura tradicional: “Povo Que Lavas no Rio Águeda”, “Mayalde” e “Ovay” acrescentam olhares a um festival que, aos 15 anos da d’Orfeu, é ele próprio uma marca de Águeda!

A 9ª edição do Festival “O Gesto Orelhudo” é uma co-produção da d’Orfeu Associação Cultural e da Câmara Municipal de Águeda, com o apoio oficial do Ministério da Cultura / Direcção-Geral das Artes, para além de inúmeros apoios locais, regionais e nacionais. Esta edição conta ainda com extensões em Sever do Vouga (2 Outubro) e Estarreja (9 Outubro), municípios vizinhos e parceiros, além de uma série de iniciativas paralelas nas ruas, escolas e freguesias do próprio concelho de Águeda.

Toda a info sobre o 9º Festival “O Gesto Orelhudo” em:
Programação

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sexta-feira, 24 de setembro de 2010

B Fachada - Há Festa na Moradia, EP (2010)


Bernardo Fachada é B Fachada. E B Fachada é a prova cabal de que a música portuguesa cantada em português se reinventou e está, agora, mais viva que nunca.

É essa reinvenção da música popular de antigamente, do folquelore, das cantigas de amor e amigo quase medievais, das baladas poéticas que faz com que B Fachada seja, hoje, um dos compositores mais respeitados dentro do meio; agradou à maioria da crítica e embalou muitos dos que costumavam ter preconceitos negativos em relação ao folque em português. B é, sem dúvida, um dos melhores compositores, artistas e cantautores da actualidade. B Fachada consegue fazer canções leves mas cheias de substância, consegue melhorar o passado, transformando-o num presente futurista, consegue ir ao campo buscar influências e fazer com que a cidade se apaixone também, consegue escrever algumas das melhores letras desde há muito tempo. O ar escazelado, pálido e de barba farfalhuda em riste é quase a síntese de um homem simples que escreve canções simples.

Data de 2007 o seu mais antigo trabalho editado, trata-se do EP Até Toboso, mas foi em 2009 que o longa-duração Um Fim-de-Semana no Pónei Dourado, e com uma ajuda da editora independente FlorCaveira, o tornou mais conhecido do público em geral. Também em 2009 foi editada outra "obra prima" do cantautor lisboeta: B Fachada, um álbum homónimo que conta com faixas já célebres, como Estar à Espera ou Procurar ou Só Te Falta Seres Mulher. Além disto, B Fachada é um dos membros da "super-banda" portuguesa Diabo na Cruz.

Este Verão, B Fachada lançou, gratuitamente, o EP Há Festa na Moradia. Mais um conjunto de cantigas leves, simples, mas desta vez com arranjos que dão uma maior consistência às canções e uma outra musicalidade que por vezes escasseava, não assolando o estilo lo-fi que tanto marca o estilo do jovem Bernardo. Tal como o nome indica, este é um disco mais festivo que os anteriores e isso nota-se logo na primeira faixa com o mesmo nome que o disco. Em 7 canções há espaço para uma espécie de tributo a um dos influenciadores de B Fachada, Sérgio Godinho, com a canção Os Discos do Sérgio Godinho, interpretada por ambos num dos Momentos Improváveis da Nokia, juntamente como alguns outros temas de ambos. Joana Transmontana é, possivelmente, um dos temas mais característicos desta álbum de Verão, uma homenagem à vida no campo e à ingenuidade rural. Dentro de toda esta miscelânia entre a cidade, o campo e tudo o que está no meio, é difícil escolher a melhor canção do disco.

E quando se pede mais música portuguesa nas rádios, é desta música portuguesa que tem de ser passada nos rádios, não da dos que a cada aparição televisiva aproveitam para "pedinchar" por música portuguesa nas rádios apenas pelo falso sentimento patriótico ou por necessidade de fama.

B é de Bernardo, mas podia ser de Bom. Que é o adjectivo que melhor classifica tudo o que ele faz.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Resident Evil: Afterlife de Paul W.S. Anderson, 2010



Sem me querer alongar muito, a série Resident Evil começou como videojogo, para a velhinha Playstation. Passado uns bons anos a série deu o salto para o grande ecrã e estreou-se em boa forma com "Resident Evil", de Paul W.S. Anderson. O filme tinha algo mais do que os banais blockbusters, porque não tinha apenas violência grátis, ou explosões pirotécnicas. Este filme era capaz de ir mais longe e criar cenas de suspense e terror, sempre com boas sequências de acção. O segundo filme, "Resident Evil: Apocalypse" desceu um pouco a fasquia. Perdeu o realizador primário e perdeu também capacidade de realização, com cenas de acção demasiado confusas e personagens algo vazios. Contudo, foi capaz de criar outros pontos positivos, como o monstro Nemesis e o ambiente negro e muito mais violento que o primeiro.
O terceiro filme, "Resident Evil: Extinction" voltou a mudar a narrativa e a envolvência, mas desta vez de forma positiva, e temos um filme de igual qualidade ao primeiro.
Posto isto, a trilogia Resident Evil não é má de todo, não é apenas um daqueles blockbusters vazios. Tem uma história, tem personagens e tem cenas de acção parcialmente interessantes. Dentro deste ponto de vista, é capaz de entreter.
Em 2010 surgiu o enorme erro, falo de "Resident Evil: Afterlife". Sendo objectivo, posso descrever este filme como uma nulidade, que nos primeiros 50 minutos não tem absolutamente nada para nos oferecer, nenhuma cena de suspense, nenhuma evolução de personagens, nada! Pior que isto são os últimos minutos e a cena de luta final, que roça o ridículo. A realização das cenas(muito poucas) de acção até melhorou face aos dois últimos filmes, mas não salva o filme da banalidade total. Este é então um filme tipico....tipico pelo que os últimos anos do cinema nos tem trazido a nível de blockbusters. Temos aqui um filme vazio, sem interesse absolutamente nenhum, nem para os fãs de Resident Evil. É uma pena, visto que os três primeiros até têm pontos de interesse e uma história bem desenvolvida.
Ah, resta referir que a saga vai continuar. Esperemos que não nesta qualidade...
Acho que fui breve...

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Goldfrapp - Head First (2010)




"Rocket" é o primeiro single extraído deste novo álbum do duo Goldfrapp. É também a primeira música do cd, que dá o mote as restantes. A escolha por esta música não pode ser aleatória, pois "Rocket" mistura bem a essência deste álbum. Os Goldfrapp são conhecidos por duas fases um pouco distintas: na primeira ( Seventh Tree e Felt Mountain" temos uns Goldfrapp mais introspectivos, numa onda trip-hop e ambiental; na segunda fase (Black Cherry e Supernature) a música torna-se mais irrequieta e faz-nos abanar as ancas, torna-se electronica e muito dançante.
Este "Head First" pertence mais à segunda fase, mas mesmo assim ainda tenta aspirar a criar um ambiente mais trip-hop, falhando redondamente. "Rocket" é a mistura desses dois estilos, resultando muito bem numa música que ficará inevitavelmente nas nossas cabeças, por bons ou maus motivos. É uma música muito alegre, dançante e também muito ao estilo do Dream Pop.
Os Goldfrapp foram mestres nas duas fases, tanto fazendo-nos dançar, como criando ambientes místicos e espirituais, muito muito calmos. Porém, este álbum peca por uma coesão de ideias. Não há bem uma definição de estilo e as músicas tornam-se repetitivas.
"Believer" ( segunda faixa do álbum) tenta fazer-nos vibrar, mas de forma algo sonolenta e banal. Não existe bem uma ligação musical, ou melhor, existe, mas vive da repetição, sem que se torne interessante. Todas as faixas são medianas se analisadas separadamente. Como todo o álbum falha, e não nos consegue remeter para os sucessos anteriores desta fantástica banda.
Os Goldfrapp são várias coisas, mas aqui não se percebe bem o que são, além de uma tentativa de fazerem pop comum, mas sem terem ferramentas para tal, porque são uma banda de electronica/trip-hop.
Há no entanto coisas positivas neste álbum: primeiro o facto de não existir nenhuma faixa má; depois o facto de ter algumas faixas bastante positivas, como "Rocket", "Dreaming" e"Voicething". Além disto, se esquecermos os anteriores álbuns, conseguimos vibrar com este, mas isso seria como esquecer o resto da história mundial e vibrar com a tirania.
"Head First" não é um mau álbum, mas não é aquilo que se esperava de uma banda incrivelmente talentosa e que tanto nos tem feito vibrar nos últimos anos.
Atenção que é já nesta Quarta o concerto no Coliseu de Lisboa! Vai de certo valer a pena!




Videoclip de "Rocket":

B Fachada @ Clube Ferroviário (fotos)



domingo, 19 de setembro de 2010

Concerto de Os Pontos Negros e Corvos (dia 17) , Eléctricos e Deolinda ( dia 18) no Parque Central da Amadora


Em mês de celebração do 31º aniversario do município da Amadora os concertos ao ar livre voltaram ao Parque Central da Amadora este ano com a presença d' Os Pontos Negros e Corvos no dia 17 , Os Eléctricos e Deolinda no dia 18.

Sexta-feira coube pois aos Pontos Negros dar inicio às celebrações, subindo discretamente ao palco, sem que parte do público presente desse conta , lançaram-se de imediato ao tema homónimo do primeiro álbum, Magnifico Material Inútil de 2008, mostrando a energia e entusiasmo que pautaria todo o concerto. Pelo menos em cima do palco assim era, o público mais ou menos composto, esse estava reticente quanto à banda de Queluz e quando Jonatas apresenta finalmente a banda e pergunta " Sabem quem nós somos? Nós somos os Pontos Negros", olhando em volta percebe-se que alguns dos que lá estavam acabam de descobrir quem era a banda em palco. O cenário não era de estranhar, publico muito disperso, sentado na relva e só um pequeno aglomerado junto ao palco, o esperado para uma cidade com mais Mc's por cabeça do que qualquer outra no país.
Em palco, felizmente, a história era outra Os Pontos Negros não haviam de esmorecer e iam apresentando os novos temas do mais recente Pequeno Almoço Continental e valia-lhes a sensibilidade pop e habilidade para criar refrães orelhudos que rapidamente iam sendo decorados e entoados pelo publico mais participativo. Destaque para Lisboa, Não Passas Deste Inverno, Caminhos de Ferro e São Torpes Não é St. Tropez que pareciam ter conquistado o público quase de imediato. Os pontos alto no entanto vão para Contos de Fada De Sintra a Lisboa e Depois da Bonança Vem A Tempestade, do álbum de estreia, altura pela qual Jonatas, que esteve verdadeiramente endiabrado durante todo o concerto, enlouquecia por completo na guitarra.
A banda ainda tentou interagir com o público para aproximar aqueles mais afastados do palco mas por muito que se apele a naturalidades e se gabe a linha de Sintra há dias em que o publico não sabe dar valor ao que se passa em palco, sejam os fãs de música do gueto que não vêem para lá do hip-hop ou os nichos de góticos fundamentalistas.
O concerto termina sem direito a encore , que também não foi pedido, e infelizmente para os que realmente estavam a gostar de ter ali Os Pontos Negros fazia falta ouvir Armada de Pau e a Canção da Lili.

Com muito mais aparato e em tons mais sombrios começava o concerto de Corvos. O público aproximava-se mais da frente do palco e era notório o número de pessoas para lá dos 30 que entretanto tinha chegado para assistir ao concerto. Os cinco Corvos já estavam em palco em silêncio e a curiosidade para os ver e ouvir ia aumentando, abriram com um tema original e com um pequeno espectáculo de pirotecnia que apanhou os espectadores de surpresa. Apesar do que sugere o negrume das vestimentas e pinturas faciais já não é só na comunidade gótica que reside o publico de Corvos que desde o seu álbum de estreia em 1999 ,Corvos Visitam Xutos, tem vindo a crescer exponencialmente, em particular nos últimos anos e para um publico mais jovem - concertos com os D'zrt aparentemente podem ser uma coisa boa-, e quem está a assistir já sabe ao que vem e mal pode esperar para ouvir as suas musicas preferidas em versão clássica.
A segunda canção sossega os mais avídos por covers , Homem do Leme foi a primeira de quatro músicas de Xutos e Pontapés que se ouviriam ao longo da noite e a assistência torna-se de imediato em vocalista da banda que parece ter algures no código genético com as letras das canções embutidas. Felizmente houve também visitas a clássicos internacionais como Smells Like Teen Spirit dos Nirvana, Seven Nation Army dos White Stripes cujas letras se perderam e foram substituídas por um cântico de futebol, Enter Sandman e Unforgiven dos Metallica, entre outras.
Houve ainda tempo para devaneios clássicos em que os Corvos se mostravam mais descontraídos e iam, entre brincadeiras, disputando entre eles quem iria escolher a musica a tocar, e lugar para mais dos temas originais da banda dos quais se destacaram Streets of Lx. e Grávido de Ti, do ultimo álbum Medo, cujo refrão, ensinado ao publico antes de começarem a tocar, foi sendo repetido em uníssono.
Ao contrário d'Os Pontos Negros os Corvos tiveram que voltar por exigência popular para um encore. Apesar de terem terminado em grande com mais uma cover de Xutos, quando voltaram o que traziam era algo para, nas palavras do Tiago Flores, ficarmos no nosso mundo. Assim foi, Os Corvos saem de palco com o publico presente rendido e a querer mais. Para o ano talvez?


Dia 18 o cenário muda de aspecto. É noite de Deolinda e há uma enchente de pessoas para ver quem trouxe o fado às ondas Fm e lhe deu nova cara acrescentado um colorido pop às canções. Mas primeiro, os Eléctricos. 22h e já se encontram em palco perante um público muito mais entusiasta que o da noite anterior. É difícil definir o que se ouve, soa fado, soa pop mas soa também a country e blueszadas com jacarés e ,não fosse a inclinação do local do concerto, haveria muito mais gente a dançar ao som do banjo levados pelo entusiasmo na voz da Maria João Silva -Ana Bacalhau não está sozinha nesta noite de grandes vozes femininas. No final sai de palco e os membros da banda continuam em grande força e tocar o seu country muito blues com o publico a não deixar mal estes Eléctricos que foram para grande parte dos presentes, que nem sabiam quem eram, uma agradável e memorável surpresa.

Entretanto o palco ia sendo montado para receber os Deolinda e fora dele o público ia crescendo exponencialmente. Ainda as guitarras não estavam em palco e já se ouvia gritar pelo Fon Fon Fon. Havia de chegar.
Eram quase 23 horas quando os 4 Deolindos entraram em palco sob palmas e assobios e sem perder muito tempo deram ao mar de gente aquilo porque ali estavam. Do novo albúm, Dois Selos e Um Carimbo, e logo a abrir Um Contra O Outro que já está na ponta da língua dos fãs. Ana Bacalhau não pode ter muito mais que um metro e sessenta mas é incrível a sua habilidade para encher um palco e mobilizar multidões e é ainda uma excelente comunicadora contando as historias por detrás das canções e explicando a ligação dos Deolinda à Amadora onde 3 dos Deolindos já residiram.
Não há momentos altos a destacar deste concerto que não conheceu pontos baixos. Do princípio ao fim havia sempre quem soubesse as letras de cor mas se tivermos que escolher, as honras cabem a canções do álbum Canção ao Lado que desde 2008 parece nunca ter andado longe do top de vendas. Fado Toninho, Mal Por Mal e, em particular, Movimento Perpetuo Associativo fizeram as delícias de público e banda que viram aqueles que se encontravam no Parque Central da Amadora a entoar versos e refrães de cor.
Uma introdução suspeita fazia-se ouvir já na recta final do concerto, havia uma música que não podia faltar mas que estava estranhamente omissa. Entretanto a introdução assume contornos mais familiares e o publico vai ao rubro quando o Fon Fon Fon começa.
O concerto parece terminar mas ninguém arreda pé, em vez disso pede-se mais uma e títulos de canções são atirados para o ar. Os Deolinda cedem e voltam para um encore sentimental, a guitarra chora baixinho e começa o Clandestino, o momento que se segue é uma experiência quase religiosa e ouvir o lado mais frágil e sentimental dos Deolinda deveria constar na lista de "10 coisas a fazer antes de morrer" de qualquer um.
A música termina com a Ana sentada ao pé dos músicos e diz-nos que ganhámos, já se ouvia há algum tempo pedir Eu Tenho Um Melro e os Deolinda acediam ao pedido inesperado.
Para terminar numa nota alegre e porque já não havia muito mais reportório por onde escolher repete-se Um Contra O Outro e o público sabe que é a ultima vez que os Deolinda estão em palco e canta mais alto. Aliás até ao final do ano ver Deolinda em solo nacional não vai ser possível mas felizmente pudemos ter uma excelente despedida.

Já lá vai o tempo em que a Amadora era conhecida por ter concertos ao ar livre de bandas amadoras, em tempos que a maior parte dos seus habitantes nem sequer cá andava (nem eu), e assim à cabeça vem-me o nome de uma delas de seu nome Go Graal Blues Band. O nome não diz nada a maior parte de nós até se revelar que desta banda fazia parte um jovem Paulo Gonzo.


Fazem falta mais concertos com visibilidade a esta cidade, é triste que só de ano a ano haja eventos como este e que quando os há sejam para trazer muitas vezes os vultos pimba que já foram 3 mil vezes ao Portugal no Coração mostrar nada que valha a pena ouvir, é triste que se tenha deixado cair a juventude desta cidade num estado tão amorfo que nem quando concertos com grandes bandas estão a 5 minutos de distancia por preço zero se mobilizam para ir ver. Felizmente sexta e sábado foram a prova de que a situação pode ser revertida desde que haja empenho e querer tanto da autarquia como das pessoas, porque a Amadora não tem que ser o dormitório de Lisboa nem “a cidade onde fulano tal foi assaltado” quando pode ser muito mais.


Ella Palmer - Concerto Acústico - Club Setubalense - Setúbal


No passado dia 17 de Setembro, Setúbal teve a oportunidade de assistir pela primeira vez a um concerto acústico de uma das bandas da cidade, os Ella Palmer. Este concerto foi especial porque foi inteiramente dedicado à banda setubalense, além de ter marcado ainda mais a ligação banda-cidade, que sempre foi bastante unida.
A sala não poderia ter sido melhor escolhida. O salão principal do histórico Clube Setubalense é uma das mais belas salas da cidade de Setúbal, o local ideal para uma grande banda apresentar no formato acústico o seu talento.


Os Ella Palmer surgiram em 2005, e de lá para cá lançaram um EP e um álbum. Deram concertos por todo o lado, inclusive showcases nas FNAC's do país inteiro. Porém, este não foi um concerto showcase, foi um acústico próprio e com muita identidade da banda. Foram tocadas 14 músicas, em duas partes de 7 cada. Além do seu fantástico repertório, os Ella Palmer ainda presentearam o vasto público ( cerca de 150 pessoas numa sala com capacidade para 100 pessoas sentadas) com temas de Biffy Clyro e Paramore ( entre outros). A festa foi pessoal, com imensos fãs da banda e pessoas que decidiram ir ver boa música. Os Ella Palmer estiveram à vontade e deram-nos um concerto muito próximo, com imensa personalidade e com a sua sonoridade tão bem enquadrada. Arrisco-me a dizer que este concerto poderá ter unido ainda mais a banda à sua cidade natal, e ter dado à banda uma revitalização e força extra para continuarem o excelente trabalho que têm feito.


Os Ella Palmer afiguram-se assim como uma banda imensa, com excelentes músicos, que resulta tanto no formato rock como no acústico. Com novas músicas esta banda poderá alcançar o estatuto que tanto se lhe adequa. Neste concerto tivemos a oportunidade de ver todo o seu talento, e toda a união com a cidade. Sabemos porém, que esta união não se fica por aqui, mas também pelo país inteiro. Foi um excelente concerto, com as músicas certas e o ambiente perfeito!

Crisis - Gamma Virginids



Os Crisis são uma banda que mistura o metal com energias dançantes e electrónicas. Apresentam-nos uma lufada de ar fresco no panorama musical. A diversidade obriga-os a alcançar outras vertentes, a explorarem o imenso mundo da electrónica, mas sem se esquecerem da parte mais pesada. O seu EP "Gamma Virginids" é uma experiência alucinante, mas controlada, pela música limite, ou seja, pela mistura de vários géneros musicais, mas de forma descontrolada. Por um lado, temos a supermacia da electronica, mas por outro os growls da Sofia ( vocalista) levam-nos ao mundo mais pesado do metal. Esta mistura resulta na perfeição e tras-nos uma banda um pouco diferente do habitual, o que é de louvar. A qualidade é inegavel, e o ambiente que a banda cria é completamente adequado ao seu estilo. O EP é entã uma mistura musical, mas que tem o seu apogeu em músicas como "Out in the Twilight" e "Venemous Venus". Porém, todo o EP é um prazer auditivo imenso, que nos coloca sempre na margem do insano.
Crisis, crise em português ( e tão bem que se adequa) é isso mesmo, uma crise de indentidades musicais, que resulta nisto mesmo, na mistura de vários géneros. Contudo, essa crise é positiva e dá-nos uma banda imensamente talentosa, e que através de uma crise de identidade, cria a sua própria identidade, uma nova mistura de sons!
E como esta banda resulta como trio! Está tudo pensado, desde as misturas de sintetizadores, à guitarra com distorção e à voz poderosa, este EP é uma peça de arte bem afinada. Vamos ficar bem atentos aos Crisis!

Visitem o Myspace da banda e façam download gratuito deste fabuloso EP:


quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Two Lovers de James Gray , 2008



Escrito, produzido e realizado por James Gray, com Joaquim Phoenix , Gwyneth Paltrow e Vinessa Shaw, Two Lovers conta-nos a história de Leonard (Phoenix) que a determinada altura tem sexo com Sandra (Shaw) e Michelle (Paltrow), em ocasiões separadas, mas está muito triste com isso.



Por muito redutora que possa parecer a descrição não é totalmente errónea, ao longo de todo o filme parece ser fulcral que o espectador entenda o quão triste e desafortunada é a personagem de Joaquim Phoenix por se encontrar neste triângulo amoroso e pela difícil escolha entre um amor apaixonante e arriscado e um mais comedido e confortável. A sensação com que ficamos é que há um esforço hercúleo para o melodramático. O pobre homem tenta matar-se assim que o filme começa, isto devia ser suficiente para se perceber que o que vem a seguir não são rebuçados e arco-íris.

Mas para que o leitor possa ter, pelo menos, o benefício da duvida antes de ver o filme faça-se uma breve descrição do que Two Lovers pretende ser.
Leonard é um jovem adulto, filho único de uma família judaica que vive em casa dos pais. As suas depressões resultam do fim de um relacionamento anterior que por motivos médicos fizeram com que a sua noiva o deixasse, uma incompatibilidade genética que os impedia de ter filhos saudáveis.
Envolto na sua própria depressão Leonard deixa de ter controlo sobre o rumo da sua vida e são os pais que tentam delinear o seu futuro por insuficiência do filho. Não só providenciam a Leonard uma vida confortável e sustento à frente do seu negocio familiar como no processo fazem com que Leonard e Sandra, também proveniente de uma família judaica, se aproximem e acabem por ter um envolvimento amoroso. Mais tarde conhece Michelle que vive no mesmo prédio num apartamento pago pelo amante, um homem casado para quem trabalha.
Eis que temos Leonard perante uma dualidade de interesses, optar por Sandra, que representa a vida confortável delineada pelos seus pais sobre a qual não tem controlo mas que ainda assim o protegerá dele próprio, ou Michelle uma vida mais apaixonante, inesperada e libertadora.

Perante este cenário o que poderia correr mal com Two Lovers? Enredo enfadonho? Representações menos bem conseguidas? Personagens irritantes com pouca profundidade?
Two Lovers nem sequer nos obriga a escolher um motivo em particular porque estão lá todos.
O filme tenta de alguma forma explorar a bipolaridade da personalidade de Leonard, contrapondo os momentos em que está com Sandra e Michelle, mas falha tremendamente muito por culpa da falta de protagonismo que é dada à personagem de Vinessa Shaw em detrimento da personagem de Gwyneth Paltrow. Fora o momento do primeiro encontro, enquanto está com Sandra não há qualquer desenvolvimento das personagens, Joaquim Phoenix poderia muito bem estar a representar um papel de um Forrest Gump mudo e taciturno que ninguém reparava e talvez fosse mais interessante. Infelizmente a dinâmica entre Leonard e Michelle também não resulta como se pretenderia o que não é de estranhar uma vez que tem por base uma relação que faria muito mais sentido num qualquer filme para adolescentes.
As personagens são manifestamente enfadonhas e a única que consegue criar alguma empatia é, por ironia, Sandra. Leonard é tão ridiculamente tristonho, sabe Deus porquê, que só consegue ser irritante e Michelle é a continuação na vida adulta de uma "prom queen" algo idiota e crédula.
Quanto aos actores Paltrow e Shaw conseguem, com pouco, ter prestações francamente boas, Joaquim Phoenix, por seu lado, tem os seus bons momentos mas na maior parte parece ter confundido representar com fingir paralisia facial.

Two Lovers é ,no fim de contas, um filme que não passa do banal e que deixa imenso a desejar. Se ao menos houvesse um outro filme que explorasse os dilemas de um homem dividido entre duas mulheres, uma que represente a comodidade de um certo modo de vida e outra a paixão e amor de luxuria. Se ao menos Woody Allen tivesse feito um filme assim em 2005 poderíamos ter algo com que comparar Two Lovers para nos apercebermos de todas as suas falhas e falta de originalidade.

PAUS - Energia contagiante para todas as idades


Os PAUS são uma mega banda portuguesa, formada no final de 2009. A sua música caracteriza-se por uma energia contagiante, capaz de criar uma empatia instantânea com o publico, seja ele de rock, pop, metal ou hip-hop. Os PAUS são assim um dos novos valores nacionais, que prometem continuar a agitar multidões cada vez maiores, o público do Alive, Paredes e do Festival Milhões de Festa que o diga! Por aí já se encontra o EP – É uma água – uma pequena relíquia que nos fará querer mais.(...)

PODEM CONSULTAR O TEXTO NA INTEGRA NA REVISTA Nº 76 DA DIF. A REVISTA É DISPONIBILIZADA GRATUITAMENTE EM VÁRIAS LOJAS DA CIDADE DE LISBOA, OU BREVEMENTE NO SITE: http://www.difmag.com/

Sobre a revista:

"A revista DIF é diferente porque é feita por pessoas independentes que, todos os meses, divulgam novas ideias e talentos da moda, da música, das artes visuais, do design, das tecnologias, da arquitectura, das artes performativas e das artes do espectáculo. É o produto do trabalho e do empenho de uma equipa de jornalistas, críticos, produtores de moda, fotógrafos, designers, ilustradores, publicitários e distribuidores que, todos os meses, colocam a revista em vários pontos do país, dando a conhecer o que de melhor tem os dias e as noites da cultura urbana. Não é igual às outras porque não tem preço. É 100% gratuita!"


Foto por: Hugo Rodrigues

domingo, 12 de setembro de 2010

Lisbon Unplugged 2010


É sempre de louvar a organização deste tipo de festivais, ao ler-se a press release constata-se que na teoria o conceito é bom, e pretendia marcar uma diferença no leque de eventos que acontecem e/ou já aconteceram ao longo do ano, no entanto, e se calhar à atenção da organização, isso não foi completamente atingido, pelo menos pelo que pude verificar no segundo dia do evento. Com alguns nomes chamativos no cartaz, foram poucas as pessoas a passarem pelo festival que ocorreu no alto da Tapada da Ajuda, no Instituto Superior de Agronomia.
Há alguns factores que poderão explicar isto, e um deles será o culpado do costume, o preço dos bilhetes, numa altura em que a época de concertos está a iniciar-se de novo, e com tanta oferta, o preço do bilhete podia ser mais apelativo, outro factor é o local, ainda que seja um local que até é agradável à vista, a localização não é a melhor, e os transportes não abundam naquela zona, principalmente quando já se acaba de madrugada e as opções são ainda mais reduzidas.

Passando à música propriamente dita, o dia abriu com os Sinamantes, uma banda nascida este ano no Brasil e que tem um EP homónimo no seu catálogo musical. Composto por Danilo Penteado, Mariá Portugal e Natalia Mallo, este trio actuou pela primeira vez em Portugal para uma plateia composta por muito pouco público (algo que foi semelhante em todos os concertos e só mudou um bocado no de David Fonseca), ainda assim os Sinamantes não deixaram passar a oportunidade de se mostrarem e aproveitaram para mencionar que hoje têm mais uma data agendada para o nosso país, na Fábrica de Braço de Prata, numa versão mais completa do que aquilo que aconteceu ontem.

Sinamantes @ Lisbon Unplugged (11-09-2010)




O segundo concerto da noite coube à banda Betty, um trio feminino oriundo de Nova Iorque que se fez ouvir com o seu rock dançável (com direito a bailarina incluida no inicio da actuação). As 'Bettys' ao contrário dos Sinamantes têm já uma carreira com muitos anos, e apresentaram alguns temas do seu mais recente álbum (Bright & Dark de 2009) bem como temas dos seus trabalhos anteriores.

Betty @ Lisbon Unplugged (11-09-2010)




Com mais algum público já presente (não muito é certo), as Au Revoir Simone já contam com passagens regulares por várias cidades do nosso país, e portanto não serão nenhumas estranhas aos olhos do público. Depois das Betty é mais um trio feminino nova iorquino em palco, mas as semelhanças acabam aí, desta vez é o indie pop a morar em palco e a fazer as delicias de alguns dos fãs presentes.

Au Revoir Simone @ Lisbon Unplugged (11-09-2010)




Mas se até agora os trios femininos tinham dominado o Palco Diversidade do festival, coube a Nikolaj Grandjean equilibrar um pouco as contas, acompanhado por Mikkel Lomborg e Christian Winther, o músico dinamarquês é ainda algo desconhecido, mas tem já um hit a tocar pelas rádios, "Heroes and Saints".

Nikolaj Grandjean @ Lisbon Unplugged (11-09-2010)




Faltavam dois nomes para encerrar o festival, e o senhor que se seguiu deu o concerto da noite, não é de agora, mas quer se goste ou não, é incontornável que David Fonseca é já um dos grandes artistas nacionais, mas quando digo grandes, refiro-me mesmo àquele tipo de artista que fica na história. Talvez seja um bocado exagerado falar assim nestes termos de um artista jovem, de idade e não de carreira, e que tem ainda muito para dar ao mundo da música, no entanto, por tudo o que já fez, e pelo espectáculo que apresenta em palco, mantenho o que disse em cima sem receios de poder estar errado.
Acompanhado pela sua banda, David Fonseca muda da sua postura serena para algo completamente diferente assim que pisa o palco, e é assistir à transfiguração daquele rapaz que parece extremamente pacato para o 'animal de palco' que se vê numa actuação ao vivo.
Em cima do palco estava lá tudo, não faltou a cabine telefónica vinda na máquina do tempo, os leds bem posicionados que com as luzes de palco criaram um ambiente propício à festa, e claro, o ecrã gigante ao fundo, com as projecções apropriadas a cada música interpretada.
Músicas essas que percorreram os vários álbuns editados do músico, e que claro está não faltou a maior parte dos singles, entoados avidamente pelo público.
E é também nesta relação artista/público que o espectáculo de David Fonseca ganha pontos, foram várias as vezes que esteve perto do público, contando uma vez em que inclusivamente passou a barreira do palco com a sua guitarra e foi em linha recta a abrir caminho por entre as pessoas até à mesa de som e fez o caminho inverso até ao palco.
Proporcionando vários bons momentos ao longo da sua actuação, talvez destaque o momento frenético em Stop 4 a Minute, que teve como introdução um David Fonseca a contar-nos que corria o ano de 1998 quando esta música começou a fazer parte dele, isto tudo enquanto fazia soar os acordes de Borrow na sua guitarra, e talvez em jeito de graça, assim que disse isto mudou radicalmente para um trecho de "The roof is on fire" que precedeu então a electrizante Stop 4 a Minute.
E se em cima disse que não faltava nada em palco, também me faltou dizer que houve direito à habitual explosão de confetis e a uma mudança de guarda-roupa, ou acrescento vá, foi com um robe e luvas de pugilista que David Fonseca se apresentou mais para o fim do concerto, que terminou com o músico numa plataforma junto ao público e uma explosão daquilo que parecia ser um chafariz de faíscas por trás.

David Fonseca @ Lisbon Unplugged (11-09-2010)




Para os resistentes, já que após o concerto de David Fonseca houve uma debandada de pessoas, ficou reservado o concerto da banda britânica The Veils, que se apresentou pela segunda vez em Portugal depois de uma passagem pelo festival Sudoeste em 2009. Donos de um indie rock ruidoso, coube à banda liderada por Finn Andrews encerrar o palco Diversidades.

The Veils @ Lisbon Unplugged (11-09-2010)