quinta-feira, 30 de setembro de 2010
Album Review - Katatonia - Night is the New Day
terça-feira, 28 de setembro de 2010
Twenty Inch Burial - últimos concertos!
PAUS - Só desta vez
Divulgação: Smix Smox Smux no MusicBox
Próximas datas:
30 de Outubro - Tertúlia Castelense, Maia
6 de Novembro - Maus hábitos, Porto
27 de Novembro - Auditório Sá de Miranda, Braga (Rock Like An Animal Fest com Noiserv, At Freddys House e Eggbox)
segunda-feira, 27 de setembro de 2010
Entrevista a Klepht
Sobre o novo álbum, Hipocondria, o que é que o diferencia do vosso álbum de estreia?
Antes de mais a maturidade que ganhámos em dois anos. Gravámos o primeiro disco e aprendemos com isso, andar na estrada, a dar concertos, a ter mais tempo e a ensaiar. O que o separa mais é que talvez no primeiro álbum como éramos mais novos e tínhamos musicas já feitas à muito tempo seja um bocadinho mais “teenager” e menos rock, este álbum tentámos torna-lo um bocadinho mais rock e um bocadinho mais adulto também. Acho que é essa a principal diferença.
Como é que foi quanto à produção e gravação deste álbum?
E como tem sido a resposta do público em concertos ao novo álbum?
Agora é que as coisas estão a acontecer, está a ser surreal. Cada vez que tocamos ver o público a cantar os temas, isso é a nossa maior alegria e o que nos dá mais “pica” em palco, e não sós singles, cantam mais do que isso, muitas delas cantam quase o álbum todo, ou seja, uma resposta bastante positiva.
As músicas de Klepht tendem a ter estruturas e métricas pouco convencionais …
Em que género encaixarias os Klepht?
Tirar proveito não. Claro que é inevitável uma coisa estar ligada à outra, sendo a cara da banda a do vocalista e sendo ele apresentador da MTV é difícil separar isso mas não nos tentamos aproveitar disso de maneira nenhuma. Aliás se vires o primeiro disco não tem uma única foto da banda e até à pouco tempo ninguém sabia quem eram os Klepht só conheciam a música. Hoje em dia, não as bandas mas o que está por trás delas, tentam vender primeiro a imagem e só depois é que vem a música, nós queremos antes de tudo vender a música que fazemos. Nem no primeiro vídeo-clip nós aparecemos. Ou seja, quisemos salvaguardar isso o mais possível, mas às vezes é inevitável e as pessoas acabam por associar.
Quanto ao futuro dos Klepht?
domingo, 26 de setembro de 2010
Azevedo Silva - Carrossel (single)
sábado, 25 de setembro de 2010
Arraial ESCSITO 2010 - 1º Dia
Se um dos objectivos das tunas é promover o espírito académico através do entretenimento e da música, isso foi completamente atingido com estas duas primeiras actuações da tarde.
Tuna SABES @ Arraial ESCSITO (24-09-2010)
ESCSTUNIS + ESML @ Arraial ESCSITO (24-09-2010)
Com dois álbuns na bagagem os Klepht surgem empenhados em promover o mais recente Hipocondria, álbum editado este ano sem auxilio de uma editora, e só muito pontualmente visitaram temas do álbum de estreia. O concerto começa e fazem-se ouvir os temas mais recentes já sabidos e decorados por alguns dos presentes e percebe-se que a banda que em 2008 lançou Klepht se transfigurou e se afastou do pop rock mais reminiscente de uns 3 Doors Down para uma sonoridade mais madura. Idade da Estupidez, Tudo de Novo, Segunda Noite e Não Vales Nada foram os primeiros momentos assinaláveis deste concerto com banda a demonstrar toda a sua pujança e energia em palco e o single, em particular, foi cantado a plenos pulmões tanto em palco como cá em baixo. Não podiam no entanto faltar os temas obrigatórios do álbum de estreia como 30 segundos ( 1ª impressão) - aparentemente o tempo necessário para se formar uma opinião sobre alguém que se acaba de conhecer - Erros Por Defeito e Por uma Noite, que teve direito a refrão extra apenas com guitarra acústica e com o público a providenciar as vozes. Por entre uma confissão de similitudes com uma música Da Weasel surge O Desinspirado, que de facto soa a uma versão mais hardcore de Re-tratamento, e ,para terminar o set, musicas como Explicação e Antes e Depois deixaram o público a pedir mais e de volta ao palco ouvem-se os primeiros acordes de Embora Doa antes de os Klepht o abandonarem definitivamente.
Klepht @ Arraial ESCSITO (24-09-2010)
The Agency @ Arraial ESCSITO (24-09-2010)
Quim Barreiros @ Arraial ESCSITO (24-09-2010)
Linda Martini - Mulher-a-dias
Festival “O Gesto Orelhudo”
De 1 a 8 de Outubro, Águeda volta a ser palco de referência da musicomédia internacional, com a 9ª edição do Festival “O Gesto Orelhudo”, o mais aclamado evento d’Orfeu. Todos os espectáculos vão decorrer na Tenda do Espaço d’Orfeu, onde o público tem encontro marcado com o espírito único e original deste festival. É ali que Águeda faz O Gesto Orelhudo!
Consolidando-se como uma iniciativa ímpar no panorama cultural português, a programação contempla uma diversidade performativa na fusão de música, teatro, clown, humor e dança, reunindo grupos e artistas de Portugal, Espanha, Itália, Bélgica, Brasil e Austrália. A decorrer diariamente na Tenda do Espaço d'Orfeu, este ano são destaques orelhudos a cativante performance dos espanhóis Mayalde e as canções ribeirinhas na versão concerto de “Povo Que Lavas no Rio Águeda” (1 Outubro), a versatilidade dos portugueses Clarinetes AdLibitum e a excentricidade criativa do australiano Linsey Pollack (2 Outubro), o regresso das acrobacias dos musiclowns italianos Teatro Necessario (3 Outubro), a hilariante musicomédia dos brasileiros Tangos & Tragédias (4 Outubro), o humor percussivo dos espanhóis Yllana (6 Outubro), a ironia de movimento do galego Quique Péon (7 Outubro) e a expressividade cómica do belga Elliot (8 Outubro), engatando a noite de encerramento com as noites de OuTonalidades em Águeda.
O Gesto Orelhudo é, por excelência, um festival dedicado à fusão transdisciplinar. Diz-se da musicomédia, termo nascido da orelhuda ideia de casar a música e o humor. Não tão-só. A diversidade das propostas de programação está, uma vez mais, à vista: do intimista ao hilariante vai a distância de uma orelha à outra. E vice-versa. Sempre com uma louca capacidade de surpreender. Além da habitual ala musicómica – novos e surpreendentes espectáculos a não perder! -, nesta 9ª edição O Gesto Orelhudo é também palco das contaminações transdisciplinares da cultura tradicional: “Povo Que Lavas no Rio Águeda”, “Mayalde” e “Ovay” acrescentam olhares a um festival que, aos 15 anos da d’Orfeu, é ele próprio uma marca de Águeda!
A 9ª edição do Festival “O Gesto Orelhudo” é uma co-produção da d’Orfeu Associação Cultural e da Câmara Municipal de Águeda, com o apoio oficial do Ministério da Cultura / Direcção-Geral das Artes, para além de inúmeros apoios locais, regionais e nacionais. Esta edição conta ainda com extensões em Sever do Vouga (2 Outubro) e Estarreja (9 Outubro), municípios vizinhos e parceiros, além de uma série de iniciativas paralelas nas ruas, escolas e freguesias do próprio concelho de Águeda.
Toda a info sobre o 9º Festival “O Gesto Orelhudo” em:
Programação
D'Orfeu Oficial
D'Orfeu Blogspot
D'Orfeu Facebook
sexta-feira, 24 de setembro de 2010
B Fachada - Há Festa na Moradia, EP (2010)
Bernardo Fachada é B Fachada. E B Fachada é a prova cabal de que a música portuguesa cantada em português se reinventou e está, agora, mais viva que nunca.
É essa reinvenção da música popular de antigamente, do folquelore, das cantigas de amor e amigo quase medievais, das baladas poéticas que faz com que B Fachada seja, hoje, um dos compositores mais respeitados dentro do meio; agradou à maioria da crítica e embalou muitos dos que costumavam ter preconceitos negativos em relação ao folque em português. B é, sem dúvida, um dos melhores compositores, artistas e cantautores da actualidade. B Fachada consegue fazer canções leves mas cheias de substância, consegue melhorar o passado, transformando-o num presente futurista, consegue ir ao campo buscar influências e fazer com que a cidade se apaixone também, consegue escrever algumas das melhores letras desde há muito tempo. O ar escazelado, pálido e de barba farfalhuda em riste é quase a síntese de um homem simples que escreve canções simples.
Data de 2007 o seu mais antigo trabalho editado, trata-se do EP Até Toboso, mas foi em 2009 que o longa-duração Um Fim-de-Semana no Pónei Dourado, e com uma ajuda da editora independente FlorCaveira, o tornou mais conhecido do público em geral. Também em 2009 foi editada outra "obra prima" do cantautor lisboeta: B Fachada, um álbum homónimo que conta com faixas já célebres, como Estar à Espera ou Procurar ou Só Te Falta Seres Mulher. Além disto, B Fachada é um dos membros da "super-banda" portuguesa Diabo na Cruz.
Este Verão, B Fachada lançou, gratuitamente, o EP Há Festa na Moradia. Mais um conjunto de cantigas leves, simples, mas desta vez com arranjos que dão uma maior consistência às canções e uma outra musicalidade que por vezes escasseava, não assolando o estilo lo-fi que tanto marca o estilo do jovem Bernardo. Tal como o nome indica, este é um disco mais festivo que os anteriores e isso nota-se logo na primeira faixa com o mesmo nome que o disco. Em 7 canções há espaço para uma espécie de tributo a um dos influenciadores de B Fachada, Sérgio Godinho, com a canção Os Discos do Sérgio Godinho, interpretada por ambos num dos Momentos Improváveis da Nokia, juntamente como alguns outros temas de ambos. Joana Transmontana é, possivelmente, um dos temas mais característicos desta álbum de Verão, uma homenagem à vida no campo e à ingenuidade rural. Dentro de toda esta miscelânia entre a cidade, o campo e tudo o que está no meio, é difícil escolher a melhor canção do disco.
E quando se pede mais música portuguesa nas rádios, é desta música portuguesa que tem de ser passada nos rádios, não da dos que a cada aparição televisiva aproveitam para "pedinchar" por música portuguesa nas rádios apenas pelo falso sentimento patriótico ou por necessidade de fama.
B é de Bernardo, mas podia ser de Bom. Que é o adjectivo que melhor classifica tudo o que ele faz.
terça-feira, 21 de setembro de 2010
Resident Evil: Afterlife de Paul W.S. Anderson, 2010
segunda-feira, 20 de setembro de 2010
Goldfrapp - Head First (2010)
domingo, 19 de setembro de 2010
Concerto de Os Pontos Negros e Corvos (dia 17) , Eléctricos e Deolinda ( dia 18) no Parque Central da Amadora
Em mês de celebração do 31º aniversario do município da Amadora os concertos ao ar livre voltaram ao Parque Central da Amadora este ano com a presença d' Os Pontos Negros e Corvos no dia 17 , Os Eléctricos e Deolinda no dia 18.
Sexta-feira coube pois aos Pontos Negros dar inicio às celebrações, subindo discretamente ao palco, sem que parte do público presente desse conta , lançaram-se de imediato ao tema homónimo do primeiro álbum, Magnifico Material Inútil de 2008, mostrando a energia e entusiasmo que pautaria todo o concerto. Pelo menos em cima do palco assim era, o público mais ou menos composto, esse estava reticente quanto à banda de Queluz e quando Jonatas apresenta finalmente a banda e pergunta " Sabem quem nós somos? Nós somos os Pontos Negros", olhando em volta percebe-se que alguns dos que lá estavam acabam de descobrir quem era a banda em palco. O cenário não era de estranhar, publico muito disperso, sentado na relva e só um pequeno aglomerado junto ao palco, o esperado para uma cidade com mais Mc's por cabeça do que qualquer outra no país.
Em palco, felizmente, a história era outra Os Pontos Negros não haviam de esmorecer e iam apresentando os novos temas do mais recente Pequeno Almoço Continental e valia-lhes a sensibilidade pop e habilidade para criar refrães orelhudos que rapidamente iam sendo decorados e entoados pelo publico mais participativo. Destaque para Lisboa, Não Passas Deste Inverno, Caminhos de Ferro e São Torpes Não é St. Tropez que pareciam ter conquistado o público quase de imediato. Os pontos alto no entanto vão para Contos de Fada De Sintra a Lisboa e Depois da Bonança Vem A Tempestade, do álbum de estreia, altura pela qual Jonatas, que esteve verdadeiramente endiabrado durante todo o concerto, enlouquecia por completo na guitarra.
A banda ainda tentou interagir com o público para aproximar aqueles mais afastados do palco mas por muito que se apele a naturalidades e se gabe a linha de Sintra há dias em que o publico não sabe dar valor ao que se passa em palco, sejam os fãs de música do gueto que não vêem para lá do hip-hop ou os nichos de góticos fundamentalistas.
O concerto termina sem direito a encore , que também não foi pedido, e infelizmente para os que realmente estavam a gostar de ter ali Os Pontos Negros fazia falta ouvir Armada de Pau e a Canção da Lili.
Com muito mais aparato e em tons mais sombrios começava o concerto de Corvos. O público aproximava-se mais da frente do palco e era notório o número de pessoas para lá dos 30 que entretanto tinha chegado para assistir ao concerto. Os cinco Corvos já estavam em palco em silêncio e a curiosidade para os ver e ouvir ia aumentando, abriram com um tema original e com um pequeno espectáculo de pirotecnia que apanhou os espectadores de surpresa. Apesar do que sugere o negrume das vestimentas e pinturas faciais já não é só na comunidade gótica que reside o publico de Corvos que desde o seu álbum de estreia em 1999 ,Corvos Visitam Xutos, tem vindo a crescer exponencialmente, em particular nos últimos anos e para um publico mais jovem - concertos com os D'zrt aparentemente podem ser uma coisa boa-, e quem está a assistir já sabe ao que vem e mal pode esperar para ouvir as suas musicas preferidas em versão clássica.
A segunda canção sossega os mais avídos por covers , Homem do Leme foi a primeira de quatro músicas de Xutos e Pontapés que se ouviriam ao longo da noite e a assistência torna-se de imediato em vocalista da banda que parece ter algures no código genético com as letras das canções embutidas. Felizmente houve também visitas a clássicos internacionais como Smells Like Teen Spirit dos Nirvana, Seven Nation Army dos White Stripes cujas letras se perderam e foram substituídas por um cântico de futebol, Enter Sandman e Unforgiven dos Metallica, entre outras.
Houve ainda tempo para devaneios clássicos em que os Corvos se mostravam mais descontraídos e iam, entre brincadeiras, disputando entre eles quem iria escolher a musica a tocar, e lugar para mais dos temas originais da banda dos quais se destacaram Streets of Lx. e Grávido de Ti, do ultimo álbum Medo, cujo refrão, ensinado ao publico antes de começarem a tocar, foi sendo repetido em uníssono.
Ao contrário d'Os Pontos Negros os Corvos tiveram que voltar por exigência popular para um encore. Apesar de terem terminado em grande com mais uma cover de Xutos, quando voltaram o que traziam era algo para, nas palavras do Tiago Flores, ficarmos no nosso mundo. Assim foi, Os Corvos saem de palco com o publico presente rendido e a querer mais. Para o ano talvez?
Dia 18 o cenário muda de aspecto. É noite de Deolinda e há uma enchente de pessoas para ver quem trouxe o fado às ondas Fm e lhe deu nova cara acrescentado um colorido pop às canções. Mas primeiro, os Eléctricos. 22h e já se encontram em palco perante um público muito mais entusiasta que o da noite anterior. É difícil definir o que se ouve, soa fado, soa pop mas soa também a country e blueszadas com jacarés e ,não fosse a inclinação do local do concerto, haveria muito mais gente a dançar ao som do banjo levados pelo entusiasmo na voz da Maria João Silva -Ana Bacalhau não está sozinha nesta noite de grandes vozes femininas. No final sai de palco e os membros da banda continuam em grande força e tocar o seu country muito blues com o publico a não deixar mal estes Eléctricos que foram para grande parte dos presentes, que nem sabiam quem eram, uma agradável e memorável surpresa.
Entretanto o palco ia sendo montado para receber os Deolinda e fora dele o público ia crescendo exponencialmente. Ainda as guitarras não estavam em palco e já se ouvia gritar pelo Fon Fon Fon. Havia de chegar.
Eram quase 23 horas quando os 4 Deolindos entraram em palco sob palmas e assobios e sem perder muito tempo deram ao mar de gente aquilo porque ali estavam. Do novo albúm, Dois Selos e Um Carimbo, e logo a abrir Um Contra O Outro que já está na ponta da língua dos fãs. Ana Bacalhau não pode ter muito mais que um metro e sessenta mas é incrível a sua habilidade para encher um palco e mobilizar multidões e é ainda uma excelente comunicadora contando as historias por detrás das canções e explicando a ligação dos Deolinda à Amadora onde 3 dos Deolindos já residiram.
Não há momentos altos a destacar deste concerto que não conheceu pontos baixos. Do princípio ao fim havia sempre quem soubesse as letras de cor mas se tivermos que escolher, as honras cabem a canções do álbum Canção ao Lado que desde 2008 parece nunca ter andado longe do top de vendas. Fado Toninho, Mal Por Mal e, em particular, Movimento Perpetuo Associativo fizeram as delícias de público e banda que viram aqueles que se encontravam no Parque Central da Amadora a entoar versos e refrães de cor.
Uma introdução suspeita fazia-se ouvir já na recta final do concerto, havia uma música que não podia faltar mas que estava estranhamente omissa. Entretanto a introdução assume contornos mais familiares e o publico vai ao rubro quando o Fon Fon Fon começa.
O concerto parece terminar mas ninguém arreda pé, em vez disso pede-se mais uma e títulos de canções são atirados para o ar. Os Deolinda cedem e voltam para um encore sentimental, a guitarra chora baixinho e começa o Clandestino, o momento que se segue é uma experiência quase religiosa e ouvir o lado mais frágil e sentimental dos Deolinda deveria constar na lista de "10 coisas a fazer antes de morrer" de qualquer um.
A música termina com a Ana sentada ao pé dos músicos e diz-nos que ganhámos, já se ouvia há algum tempo pedir Eu Tenho Um Melro e os Deolinda acediam ao pedido inesperado.
Para terminar numa nota alegre e porque já não havia muito mais reportório por onde escolher repete-se Um Contra O Outro e o público sabe que é a ultima vez que os Deolinda estão em palco e canta mais alto. Aliás até ao final do ano ver Deolinda em solo nacional não vai ser possível mas felizmente pudemos ter uma excelente despedida.
Já lá vai o tempo em que a Amadora era conhecida por ter concertos ao ar livre de bandas amadoras, em tempos que a maior parte dos seus habitantes nem sequer cá andava (nem eu), e assim à cabeça vem-me o nome de uma delas de seu nome Go Graal Blues Band. O nome não diz nada a maior parte de nós até se revelar que desta banda fazia parte um jovem Paulo Gonzo.
Fazem falta mais concertos com visibilidade a esta cidade, é triste que só de ano a ano haja eventos como este e que quando os há sejam para trazer muitas vezes os vultos pimba que já foram 3 mil vezes ao Portugal no Coração mostrar nada que valha a pena ouvir, é triste que se tenha deixado cair a juventude desta cidade num estado tão amorfo que nem quando concertos com grandes bandas estão a 5 minutos de distancia por preço zero se mobilizam para ir ver. Felizmente sexta e sábado foram a prova de que a situação pode ser revertida desde que haja empenho e querer tanto da autarquia como das pessoas, porque a Amadora não tem que ser o dormitório de Lisboa nem “a cidade onde fulano tal foi assaltado” quando pode ser muito mais.
Ella Palmer - Concerto Acústico - Club Setubalense - Setúbal
Crisis - Gamma Virginids
quarta-feira, 15 de setembro de 2010
Two Lovers de James Gray , 2008
Escrito, produzido e realizado por James Gray, com Joaquim Phoenix , Gwyneth Paltrow e Vinessa Shaw, Two Lovers conta-nos a história de Leonard (Phoenix) que a determinada altura tem sexo com Sandra (Shaw) e Michelle (Paltrow), em ocasiões separadas, mas está muito triste com isso.
Por muito redutora que possa parecer a descrição não é totalmente errónea, ao longo de todo o filme parece ser fulcral que o espectador entenda o quão triste e desafortunada é a personagem de Joaquim Phoenix por se encontrar neste triângulo amoroso e pela difícil escolha entre um amor apaixonante e arriscado e um mais comedido e confortável. A sensação com que ficamos é que há um esforço hercúleo para o melodramático. O pobre homem tenta matar-se assim que o filme começa, isto devia ser suficiente para se perceber que o que vem a seguir não são rebuçados e arco-íris.
Mas para que o leitor possa ter, pelo menos, o benefício da duvida antes de ver o filme faça-se uma breve descrição do que Two Lovers pretende ser.
Leonard é um jovem adulto, filho único de uma família judaica que vive em casa dos pais. As suas depressões resultam do fim de um relacionamento anterior que por motivos médicos fizeram com que a sua noiva o deixasse, uma incompatibilidade genética que os impedia de ter filhos saudáveis.
Envolto na sua própria depressão Leonard deixa de ter controlo sobre o rumo da sua vida e são os pais que tentam delinear o seu futuro por insuficiência do filho. Não só providenciam a Leonard uma vida confortável e sustento à frente do seu negocio familiar como no processo fazem com que Leonard e Sandra, também proveniente de uma família judaica, se aproximem e acabem por ter um envolvimento amoroso. Mais tarde conhece Michelle que vive no mesmo prédio num apartamento pago pelo amante, um homem casado para quem trabalha.
Eis que temos Leonard perante uma dualidade de interesses, optar por Sandra, que representa a vida confortável delineada pelos seus pais sobre a qual não tem controlo mas que ainda assim o protegerá dele próprio, ou Michelle uma vida mais apaixonante, inesperada e libertadora.
Perante este cenário o que poderia correr mal com Two Lovers? Enredo enfadonho? Representações menos bem conseguidas? Personagens irritantes com pouca profundidade?
Two Lovers nem sequer nos obriga a escolher um motivo em particular porque estão lá todos.
O filme tenta de alguma forma explorar a bipolaridade da personalidade de Leonard, contrapondo os momentos em que está com Sandra e Michelle, mas falha tremendamente muito por culpa da falta de protagonismo que é dada à personagem de Vinessa Shaw em detrimento da personagem de Gwyneth Paltrow. Fora o momento do primeiro encontro, enquanto está com Sandra não há qualquer desenvolvimento das personagens, Joaquim Phoenix poderia muito bem estar a representar um papel de um Forrest Gump mudo e taciturno que ninguém reparava e talvez fosse mais interessante. Infelizmente a dinâmica entre Leonard e Michelle também não resulta como se pretenderia o que não é de estranhar uma vez que tem por base uma relação que faria muito mais sentido num qualquer filme para adolescentes.
As personagens são manifestamente enfadonhas e a única que consegue criar alguma empatia é, por ironia, Sandra. Leonard é tão ridiculamente tristonho, sabe Deus porquê, que só consegue ser irritante e Michelle é a continuação na vida adulta de uma "prom queen" algo idiota e crédula.
Quanto aos actores Paltrow e Shaw conseguem, com pouco, ter prestações francamente boas, Joaquim Phoenix, por seu lado, tem os seus bons momentos mas na maior parte parece ter confundido representar com fingir paralisia facial.
Two Lovers é ,no fim de contas, um filme que não passa do banal e que deixa imenso a desejar. Se ao menos houvesse um outro filme que explorasse os dilemas de um homem dividido entre duas mulheres, uma que represente a comodidade de um certo modo de vida e outra a paixão e amor de luxuria. Se ao menos Woody Allen tivesse feito um filme assim em 2005 poderíamos ter algo com que comparar Two Lovers para nos apercebermos de todas as suas falhas e falta de originalidade.
PAUS - Energia contagiante para todas as idades
Os PAUS são uma mega banda portuguesa, formada no final de 2009. A sua música caracteriza-se por uma energia contagiante, capaz de criar uma empatia instantânea com o publico, seja ele de rock, pop, metal ou hip-hop. Os PAUS são assim um dos novos valores nacionais, que prometem continuar a agitar multidões cada vez maiores, o público do Alive, Paredes e do Festival Milhões de Festa que o diga! Por aí já se encontra o EP – É uma água – uma pequena relíquia que nos fará querer mais.(...)
PODEM CONSULTAR O TEXTO NA INTEGRA NA REVISTA Nº 76 DA DIF. A REVISTA É DISPONIBILIZADA GRATUITAMENTE EM VÁRIAS LOJAS DA CIDADE DE LISBOA, OU BREVEMENTE NO SITE: http://www.difmag.com/
Sobre a revista:
"A revista DIF é diferente porque é feita por pessoas independentes que, todos os meses, divulgam novas ideias e talentos da moda, da música, das artes visuais, do design, das tecnologias, da arquitectura, das artes performativas e das artes do espectáculo. É o produto do trabalho e do empenho de uma equipa de jornalistas, críticos, produtores de moda, fotógrafos, designers, ilustradores, publicitários e distribuidores que, todos os meses, colocam a revista em vários pontos do país, dando a conhecer o que de melhor tem os dias e as noites da cultura urbana. Não é igual às outras porque não tem preço. É 100% gratuita!"
Foto por: Hugo Rodrigues
domingo, 12 de setembro de 2010
Lisbon Unplugged 2010
Há alguns factores que poderão explicar isto, e um deles será o culpado do costume, o preço dos bilhetes, numa altura em que a época de concertos está a iniciar-se de novo, e com tanta oferta, o preço do bilhete podia ser mais apelativo, outro factor é o local, ainda que seja um local que até é agradável à vista, a localização não é a melhor, e os transportes não abundam naquela zona, principalmente quando já se acaba de madrugada e as opções são ainda mais reduzidas.
Passando à música propriamente dita, o dia abriu com os Sinamantes, uma banda nascida este ano no Brasil e que tem um EP homónimo no seu catálogo musical. Composto por Danilo Penteado, Mariá Portugal e Natalia Mallo, este trio actuou pela primeira vez em Portugal para uma plateia composta por muito pouco público (algo que foi semelhante em todos os concertos e só mudou um bocado no de David Fonseca), ainda assim os Sinamantes não deixaram passar a oportunidade de se mostrarem e aproveitaram para mencionar que hoje têm mais uma data agendada para o nosso país, na Fábrica de Braço de Prata, numa versão mais completa do que aquilo que aconteceu ontem.
Sinamantes @ Lisbon Unplugged (11-09-2010)
Betty @ Lisbon Unplugged (11-09-2010)
Au Revoir Simone @ Lisbon Unplugged (11-09-2010)
Nikolaj Grandjean @ Lisbon Unplugged (11-09-2010)
Acompanhado pela sua banda, David Fonseca muda da sua postura serena para algo completamente diferente assim que pisa o palco, e é assistir à transfiguração daquele rapaz que parece extremamente pacato para o 'animal de palco' que se vê numa actuação ao vivo.
Em cima do palco estava lá tudo, não faltou a cabine telefónica vinda na máquina do tempo, os leds bem posicionados que com as luzes de palco criaram um ambiente propício à festa, e claro, o ecrã gigante ao fundo, com as projecções apropriadas a cada música interpretada.
Músicas essas que percorreram os vários álbuns editados do músico, e que claro está não faltou a maior parte dos singles, entoados avidamente pelo público.
E é também nesta relação artista/público que o espectáculo de David Fonseca ganha pontos, foram várias as vezes que esteve perto do público, contando uma vez em que inclusivamente passou a barreira do palco com a sua guitarra e foi em linha recta a abrir caminho por entre as pessoas até à mesa de som e fez o caminho inverso até ao palco.
Proporcionando vários bons momentos ao longo da sua actuação, talvez destaque o momento frenético em Stop 4 a Minute, que teve como introdução um David Fonseca a contar-nos que corria o ano de 1998 quando esta música começou a fazer parte dele, isto tudo enquanto fazia soar os acordes de Borrow na sua guitarra, e talvez em jeito de graça, assim que disse isto mudou radicalmente para um trecho de "The roof is on fire" que precedeu então a electrizante Stop 4 a Minute.
E se em cima disse que não faltava nada em palco, também me faltou dizer que houve direito à habitual explosão de confetis e a uma mudança de guarda-roupa, ou acrescento vá, foi com um robe e luvas de pugilista que David Fonseca se apresentou mais para o fim do concerto, que terminou com o músico numa plataforma junto ao público e uma explosão daquilo que parecia ser um chafariz de faíscas por trás.
David Fonseca @ Lisbon Unplugged (11-09-2010)
The Veils @ Lisbon Unplugged (11-09-2010)