Dark Is The Way, Light Is A Place
Anberlin, 2010
É interessante a forma como o ser humano é influenciado pelo que o rodeia, pelas experiências e pela informação que recolhe ao longo da vida, e em como isso pode, e deve, afectar a percepção de algo e a forma em como o aceitamos (ou não).
Neste caso em particular, ter lido uma entrevista com o vocalista dos Anberlin ajudou-me a compreender algumas questões que sempre tive em relação a esta banda e aos seus trabalhos. Não afecta directamente a minha critica ao álbum, ele não se torna melhor ou pior por isso, a qualidade é o que é, e é sempre muito relativa para quem, tal como eu, faz isto por gosto, e não por ser um entendido na matéria, ou seja, aquilo que escrevo é sempre baseado nos meus próprios gostos e opiniões.
O que é certo é que ao ler a entrevista consegui entender algumas das escolhas que a banda tomou ao longo da sua carreira, e isso, mostrou-me quem são os Anberlin em 2010, e ajudou-me a compreender melhor este Dark Is The Way, Light Is A Place.
Sendo uma banda que já me acompanha desde a adolescência, é quase um guilty pleasure de há uns bons anos, e embora os dois trabalhos anteriores (Cities e New Surrender) não me tenham chamado propriamente a atenção, este quinto álbum de originais volta-me a prender e faz-me ter de novo curiosidade em relação à banda e à sua música.
É verdade que os Anberlin se mantêm fiéis a si próprios, e a carreira da banda sempre foi pautada por esta constante, não parece haver grande evolução no que ao som diz respeito. Não quero com isto dizer que seja uma coisa má, apenas que por vezes pode tornar os álbuns um pouco repetitivos, e nesse aspecto quem gosta irá sempre gostar e quem não gosta nunca irá ter curiosidade de mudar a sua opinião, é uma escolha da banda. Neste último álbum a constante mantém-se, ainda que existam algumas novidades nas estruturas das músicas, e também na produção, por exemplo.
O título do álbum é inspirado no poema “Poem On His Birthday” de Dylan Thomas e pretende, tal como o trabalho lírico presente no álbum mostrar-nos as contradições da vida, em como num momento podemos estar bem, e logo a seguir estar mal, é aquela típica viagem emocional por qual toda a gente passa e se pode relacionar. Mais uma vez não é nada de novo, mas, e é um grande mas, o modo como a voz soa em todo o álbum e a forma como as letras são cantadas fazem toda a diferença, é como se a voz fosse o centro, e tudo o resto girasse em seu torno.
Em 2010, os Anberlin mais do que nunca, atiram ao rock de estádio, e acabam por acertar em cheio, pode ser um pouco pretensioso compará-los a uns U2, mas estão a ver a ideia.
A balada está presente, os refrões orelhudos prontos a serem debitados em plenos pulmões pelos fãs também e o single (Impossible) é forte e está aí pronto a rodar pelas rádios do mundo, tudo isto pode fazer com que os Anberlin sejam uma das grandes revelações do ano, um pouco por todo o lado.
Impossible
Para conhecer melhor a banda é aqui: Myspace
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