segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Entrevista a Klepht




Com dois álbuns já editados os Klepht são hoje um dos nomes grandes da nova vaga de música portuguesa. Encontrámos após o concerto no arraial Escsito desta passada sexta-feira Marco Reis, guitarrista dos Klepht, que acedeu a uma curta entrevista ao Arte-Factos.

Sobre o novo álbum, Hipocondria, o que é que o diferencia do vosso álbum de estreia?

Antes de mais a maturidade que ganhámos em dois anos. Gravámos o primeiro disco e aprendemos com isso, andar na estrada, a dar concertos, a ter mais tempo e a ensaiar. O que o separa mais é que talvez no primeiro álbum como éramos mais novos e tínhamos musicas já feitas à muito tempo seja um bocadinho mais “teenager” e menos rock, este álbum tentámos torna-lo um bocadinho mais rock e um bocadinho mais adulto também. Acho que é essa a principal diferença.

Nota-se neste novo álbum que existem canções em que os versos são mais falados. Há aqui também influências de bandas como Da Weasel ou mesmo uns Rage Against The Machine?

Nós temos muitas influências diferentes na banda, neste momento somos quatro e cada um ouve muita música diferente, o Diogo está mais ligado a um tipo de musica mais actual porque, trabalhando na MTV, tem acesso a tudo o que e novo. Mas sim talvez, os Da Weasel são uma banda que nós gostamos bastante, Rage também gostamos todos, e talvez tenha alguma influência da cultura hip hop de hoje em dia e se calhar há alguns temas que puxam mais para aí. O tema “O Desinspirado” é dedicado aos Da Weasel e talvez aí se note mais essa nossa faceta.

Como é que foi quanto à produção e gravação deste álbum?

Este álbum é completamente independente, nós é que o pagámos, não tivemos ajudas de ninguém, foi uma loucura nossa, reunimos uma quantia, que ainda estamos a pagar com os concertos – normalmente esconde-se esta parte mas nos fazemos questão de contar o que se passa – , e fomos para os Estados Unidos um mês e meio feitos doidos gravar um disco lá com uma produtora americana, a Sylvie Massy que já trabalhou com imensa gente, e foi uma experiência surreal, tanto no processo de gravação bem como toda a vivência nos Estados Unidos e estar lá um mês e meio, longe da família , longe dos amigos, longe de toda a gente só nós gravar um disco foi um dos pontos altos.

E como tem sido a resposta do público em concertos ao novo álbum?

Agora é que as coisas estão a acontecer, está a ser surreal. Cada vez que tocamos ver o público a cantar os temas, isso é a nossa maior alegria e o que nos dá mais “pica” em palco, e não sós singles, cantam mais do que isso, muitas delas cantam quase o álbum todo, ou seja, uma resposta bastante positiva.

As músicas de Klepht tendem a ter estruturas e métricas pouco convencionais …
Nós não obedecemos a regras, se é que as há, para compôr. Somos acusados muitas vezes de ter músicas com estilos muito diferentes no disco, mas quando estamos a compor não pensamos que tem que soar assim ou assado. Cada um contribui com a sua parte e logo no fim é que se vê e no fim é Klepht.

Em que género encaixarias os Klepht?

O primeiro disco é Rock-pop, claramente, este disco gostamos de assumir como um bocadinho mais rock embora tenha uma faceta pop, que claro que tem.

Tentam separar a vossa imagem enquanto banda daquela que o Diogo tem enquanto cara da MTV Portugal ou acabam por tirar algum proveito disso?

Tirar proveito não. Claro que é inevitável uma coisa estar ligada à outra, sendo a cara da banda a do vocalista e sendo ele apresentador da MTV é difícil separar isso mas não nos tentamos aproveitar disso de maneira nenhuma. Aliás se vires o primeiro disco não tem uma única foto da banda e até à pouco tempo ninguém sabia quem eram os Klepht só conheciam a música. Hoje em dia, não as bandas mas o que está por trás delas, tentam vender primeiro a imagem e só depois é que vem a música, nós queremos antes de tudo vender a música que fazemos. Nem no primeiro vídeo-clip nós aparecemos. Ou seja, quisemos salvaguardar isso o mais possível, mas às vezes é inevitável e as pessoas acabam por associar.

Quanto ao futuro dos Klepht?

Tocar muito, muito, muito. Fazer o máximo de concertos possível, atrair o máximo pessoas, que as pessoas tenham noção que é diferente ouvir o disco e ver um concerto nosso ao vivo , a energia é completamente diferente , os comentários no facebook são todos esses. O próximo disco ainda está longe mas aproximam-se umas surpresas agora para Outubro-Novembro têm que estar atentos.

Para terminar, vão fazer com as músicas do novo álbum o que fizeram anteriormente e disponibilizar vídeos de como tocar as vossas canções?

Isso é uma das nossas ambições, queremos colocar vídeos no youtube a mostrar como é que se tocam mas com o Verão, com os concertos, uma correria de um lado para o outro foi complicado arranjar o timing certo, mas vão aparecer de certeza.



Um grande agradecimento ao Marco pela pronta disponibilidade em falar connosco e pela simpatia e compreensão.



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