A primeira eliminatória do Resurrection Band Contest arrancou ontem em Setúbal. Com um cartaz bastante convidativo: Glasgow Murder, Face of A Virus, Blame the Skies, Moe's Implosion e All Emotions Day. Porém a sala não se apresentou composta como seria de esperar, talvez devido ao preço da entrada, que não sendo muito, tendo em conta a qualidade das bandas e o facto de serem cinco, mas que numa cidade como Setúbal torna-se algo impeditivo.
Com o propósito de tocarem este ano no Festival Resurrection em Espanha, ao lado de nomes como Architects, Bring me the Horizon e Pennywise, as bandas esmeraram-se ao máximo e deram tudo de si.
A noite arrancou com os estreantes "Glasgow Murder", sim, estreantes. A maioria do público ficou perplexo quando soube que este era apenas o primeiro concerto desta banda formada em meados de Outubro. A verdade é que pareciam a ter já vários concertos nas canelas e nos ofereceram um bom espectáculo, sem erros de maior nota e com um um vocalista com uma voz bastante poderosa e grande presença em palco. Tendo em conta este primeiro concerto, podemos esperar grandes coisas destes "Glasgow Murder". Consta que em Março vão ter vários concertos. O Arte-Factos irá informar o público de todos esses concertos.
De seguida surgiram os "Face of A Virus" de Portimão. Não se pode dizer que tenham começado muito bem. O vocalista prendeu-se muito ao microfone que estava fixo no suporte e isso impediu-lhe de agitar um pouco mais o palco. É verdade que para o fim a banda soltou-se e todos se mexiam, mas a nível musical não posso elogiar por aí além. A sonoridade da banda é bastante similar de música para música e a sensação geral é de que apenas produzem barulho, nada diferente do habitual em bandas do género. Não se pode dizer que tenha sido uma má prestação, mas o facto de terem demorado tempo a soltar-se, impediu-os de causar mais sensação.
A banda seguinte já tocou neste palco mais do que qualquer outra, falo dos setubalenses Blame the Skies. Em jeito de apresentação do seu EP, que será lançado brevemente, a banda concentrou-se em toca-lo na integra. Excluindo o problema de som que colocou a voz de um dos vocalistas mais baixa do que seria de esperar, os Blame the Skies estiveram perfeitos. Esteve lá tudo, os seus solos, o seu peso, os seus berros, a sua voz clean, o seu jeito, e todos nós assistimos a um belo prazer de estar em palco e tocar para Setúbal. A banda está cada vez mais coesa e o seu som apresenta-se sem quaisquer problemas, com uma grande qualidade. O metal dos próximos anos vive por aqui.
Os Moe's Implosion estavam metidos no meio do hardcore e metal pesado, mas a verdade é que o concerto deles em nada ficou atrás do resto das bandas, muito pelo contrário. Os Moe's Implosion são, ao vivo, uma das maiores forças de energia que se pode ver em palco e o seu som está cada vez melhor, mais alucinante, mais pesado, mais perfeito. Foi pena o escasso tempo de concerto, pois esta banda tem qualidade para manter vivo o público durante muito muito mais tempo. Diz-se que estarão cá em Abril e isso é sem dúvida uma excelente noticia.
O seu álbum, a sair dentro de pouco tempo, vai sem dúvida causar muito impacto na música nacional e possivelmente dar-lhes o lugar que tanto merecem. É fácil fazer-se boa música quando os músicos são tão bons.
Os All Emotions Day fecharam a noite e deram possivelmente o concerto mais estrondoso da noite, não tivesse o vocalista uma das vozes nacionais mais poderosas. Incrivel a actuação desta grande banda de Moura, tanto a nível de intensidade como instrumentalidade e peso. Sem dúvida um enorme concerto de uma banda que teima em crescer de ano para ano e consolidar-se cada vez mais no panorama nacional do metal.