A cultura tem sido bastante renegada nos últimos anos. Mas nem sempre foi assim. Conta a história que antigamente a cultura era uma das maiores prioridades de várias civilizações. Através dessa mesma cultura os povos conseguiam estar felizes e crescer economicamente, porque qualquer leigo sabe que a cultura atraí dinheiro e felicidade.
Actualmente, restringindo-me à sociedade portuguesa, a cultura tem sido cada vez mais renegada. Primeiro nos apoios do Estado à cultura, que roçam claramente o ridículo. Caso não existissem investimentos privados, ou vontades solitárias muito fortes, a cultura cairia num tal desprezo que nem o povo, a plebe a conseguiria erguer. Contudo, sinto-me parte de um grupo restrito de pessoas que se preocupa realmente com isto. Tenho amigos de várias áreas, de vários cursos, várias idades. Cada um deles tem uma vivência própria, baseada em influências ou vontades próprias. O que acho curioso é que sinto que a maior parte deles se acomoda ao que vem, ou seja, se vier algo bom tudo bem, mas se não vier também não fazem para isso, não tentam eles próprios criar isso. Criou-se a ideia de que apostar em força na cultura é algo ridículo, ou que não vale a pena, que as questões relacionadas com a politica, o direito, a justiça, a economia e as ciências são muito mais importantes.
A questão é que a cultura também gera muito dinheiro, e basta ver a forma como os concertos esgotam num ápice. E não falo apenas de concertos grandes, porque esses estão praticamente sempre cheios. Falo também de concertos mais pequenos, nacionais ou internacionais, que continuam a arrastar multidões imensas de pessoas. E estou a falar apenas de concertos, porque há muito mais do que apenas música.
Basta ir a um qualquer concerto mediático e ver que está completamente esgotado. Basta num desses eventos reparar na cara de alegria das pessoas, na forma como batem palmas a cada música, a cada movimento artístico. Basta sentir o próprio espectáculo, ouvir, escutar. Basta ouvir palmas e palmas a ecoarem por coliseus, lágrimas de emoção ou de euforia. Basta ver tudo isso e perceber que actualmente, num país em estado económico critico, a cultura é das poucas coisas que ainda alegra o povo e os ricos.
Não seria então justo apoiar mais a cultura?
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