A partir daí, os Strokes continuaram a sua caminhada à sombra do rótulo de uma das mais marcantes bandas deste início de século e lançaram mais dois álbuns que vêm no seguimento do primeiro: Room On Fire e First Impressions of Earth são claramente exemplos da evolução que é necessária para a sobrevivência neste mundo.
Depois de um hiato de cinco anos, Julian Casablancas & Cia. lançam agora Angles. A espera terá valido a pena? À primeira “vista” o álbum é uma evolução lógica de First Impressions of Earth. Os trabalhos individuais que os quatro produziram nestes cinco anos de hiato parecem ter influenciado pouco a sonoridade destes nova-iorquinos, apesar de se notar certos aspectos que puderam ser ouvidos em Phrazes for the Young, álbum a solo de Casablancas, por exemplo. As duas primeiras faixas deste Angles, Machu Picchu e Under Cover of Darkness, são uma evolução de tudo o que ouvimos nos primeiros anos da banda. A partilha de protagonismo por Valensi e Hammond Jr. com o primeiro a sobressair nos solos à moda de Brian May; os jogos entre as guitarras são preponderantes para a boa dinâmica da banda. A voz alterada de Casablancas que canta letras de fino recorte, não deixando de ser o mais simples que podem, é uma constante e o baixo de Nikolai Fraiture interliga tudo numa bem-disposta amálgama. Há um transporte para músicas marcantes como 12:51 ou Last Nite.
Em Two Kinds of Happiness inicia-se um novo estádio neste Angles. O som torna-se menos vivo, aposta-se mais numa atmosfera mais ao estilo do new wave dos anos 80, como os Velvet Underground ou Talking Heads. As guitarras deixam de ter tanto protagonismo e há teclados mais pesados. Segue-se uma sucessão de músicas que poderiam bem estar em First Impressions of Earth, com um toque mais delicado e actual, os Strokes apostaram na continuidade que já tinha dado bons resultados.
O vídeo de Under Cover of the Darkness já tinha sido lançado antes do álbum, um vídeo que mostra a classe do quarteto e que nos relembra dos feitos passados dos Strokes e dos feitos que ainda estão por vir.
Não é um excelente álbum, é um conjunto de canções com oscilações e diferentes momentos muito bem planeados por parte dos Strokes, que produziram também todo o álbum, à excepção da derradeira e bela Life Is Simple in the Moonlight, produzida por Joe Chiccarelli.
Um disco vivo e cheio de pormenores prontos a ser revelados. Um álbum para ser ouvido de todos os “ângulos” possíveis e descobrir que há ângulos rectos que surpreendem.
É no próximo dia 16 de Julho que Julian Casablancas, Albert Hammond Jr., Nick Valensi e Nikolai Fraiture apresentam ao vivo e em pleno Super Bock Super Rock este álbum aos portugueses, juntando, certamente, uma pitada dos três anteriores.
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