O regresso de Azevedo Silva a Setúbal é sempre encarado por mim como uma mais valia para a cidade a vários níveis. Primeiro porque é um grande músico, com músicas fantásticas e letras que nos inspiram e fazem reflectir. Segundo porque temos a oportunidade de assistir a um autêntico a um verdadeiro espectáculo de stand-up comedy. E na sexta passada as coisas estavam bem propicias para tal.
O MamaRosa Bar é um dos poucos locais na Avenida Luísa Todi, em Setúbal, onde os artistas divergem. Deste modo a presença de Azevedo Silva no local deveria ser encarada como uma forma série e positiva de introduzir ainda mais cultura ao local. Erro. Não foi assim que aconteceu. O facto de ser um Bar tornou a coisa toda um pagode total, com a conversa das "massas" a elevar-se ao som das guitarras e da voz de Azevedo. Se fosse um outro qualquer artista, com alguma mania de superioridade artística, o mais provável é que tivesse ido embora ou tocado apenas meia dúzia de canções. Mas lá está, Azevedo Silva não é nada disto, é o puro cantor que gosta da sua música, do seu pequeno público, do seu público fiel. E deste modo o concerto foi em nada pequeno, e uma verdadeira viagem pelo passado, pelos seus primeiros trabalhos, juntamente com Filipe Grácio, que também animou bastante a noite.
Os momentos de pura comédia foram mais do que muitos, desde Beatles a um pseudo rap muito manhoso.
A verdade é que no fim saímos de lá quentes, satisfeitos, pois Azevedo Silva foi profissional e além de brincar tocou tudo e mais alguma coisa. Destaco claramente a entrega na música "A Morte", por motivos pessoais.
Não me canso de dizer, Azevedo Silva é um dos melhores cantautores portugueses da actualidade.
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