segunda-feira, 14 de março de 2011

Entrevista a Luísa Sobral


Luísa Sobral é uma jovem cantora portuguesa de Jazz. A razão para não a conhecerem à primeira? Bem, esteve nos Estados Unidos desde os 19 até aos 23 anos e lançou hoje o seu primeiro álbum. Mas não desconfiem, o talento é imenso e vai sem dúvida dar que falar nos próximos meses.
Foi numa tarde estranhamente não chuvosa que o Arte-Factos entrevistou esta talentosa artista.
Numa esplanada à beira Tejo falamos da sua música, da sua vida, do seu futuro. Ficou imediatamente marcado que a jovem cantora sabe bem o que quer e onde quer chegar, que a sua juventude não a cega, mas que a torna ainda mais responsável e ambiciosa.
Numa conversa completamente descontraída, Luísa Sobral falou-nos sobre o antes e depois.

Quando é que surgiu para ti essa paixão pela música?
Não há uma época especifica. Sempre ouvi muita música na minha juventude. O meu pai tocava bateria e adorava música. Cresci a ouvir muita música, apesar de não ter tido um contacto directo com o Jazz. Em casa todos estávamos ligados à música, excepto a minha mãe, que por vezes levava um enjoo musical. Aos 12 anos comecei a tocar guitarra e a compor as minhas coisas.

Quando questionada sobre se gostaria de ter outra profissão, Luísa Sobral respondeu prontamente que a música sempre foi o seu sonho, e que apesar de ser apaixonada pelo Teatro, é difícil para já conciliar as duas coisas. Quanto a uma possível participação num Musical, Luísa afirma que não se vê em Musicais por considerar que são um pouco "plásticos".

Como vês a tua participação nos Ídolos apenas com 16 anos?
Acho que não acrescentou grande coisa. Ter ou não participado nos Ídolos não alterou em nada o meu futuro. Iria sempre seguir o meu caminho pela música, independentemente de ter participado ou não. Não me identifico no panorama geral do programa, apesar de respeitar o seu conceito.

Como foi aos 19 anos voar para Boston para seguir o teu sonho? Sentiste algum choque cultural?
Como é natural existe uma clara diferença entre Boston e Portugal, mas não senti nenhum verdadeiro choque cultural. No primeiro ano que lá estive fui totalmente Americana, só comia porcaria. Penso que apesar das mentalidades serem diferentes, o estilo de vida e os objectivos não são assim tão diferentes. Claro que me custou ficar sem os meus amigos e família, mas hoje em dia já é fácil ligarmo-nos a todas as pessoas de qualquer parte do mundo. O facto de ter viajado mundo com a minha família e de ter feito o 12º ano fora também me deu alguma força para esse desafio.

Como foi a tua experiência em Boston, a nível musical e social? Porquê a mudança para Nova Iorque?
A nível social procurei integrar-me ao máximo. Entrei para o desporto escolar, participei em vários projectos musicais, fiz amigos de toda a parte, conheci muitas pessoas interessantes.
A nível musical tive bons professores e cantei vários estilos. Nos Estados Unidos todos querem cantar r&b, e tive alguma sorte por isso. Nunca quis cantar esse estilo e agarrei-me ao Jazz.
Nova Iorque foi uma experiência diferente. Serviu para dar vários concertos, ter o meu próprio espaço. Em Boston estive numa casa de acolhimento, conheci a sua cultura bem de perto. Em Nova Iorque arrendei o meu próprio quarto e tive mais liberdade.

Quando lhe perguntei o que tinha achado da sua participação no Super Bock em Stock, o seu sorriso encheu-se e respondeu por si. Luísa Sobral respondeu que tinha sido bastante positivo, que tinha ficado bastante contente por a sala se ter mantido cheia até ao fim para verem uma simples "desconhecida", e que isso é um sinal de que gostaram. É sempre marcante cantar no seu próprio país e ter a casa cheia. Um dos seus medos era misturar o inglês com o português, visto estar habituada a falar inglês, e assim aconteceu. Mas não vê isso como algo negativo, mas sim como algo natural.

Como vês o panorama cultural em Portugal? E a nível de Jazz?
Portugal evoluiu nos últimos anos. Há muita qualidade em todas as áreas. O jazz tem crescido também nos últimos anos, apesar de não ser a área mais mainstream já se pode ouvir jazz em todo o lado, nos cafés, restaurantes, transportes... Isso é um bom sinal.

O que esperas deste teu primeiro álbum? O que podemos esperar num futuro próximo?
O álbum sai dia 14 de Março e a apresentação oficial será em Maio. É importante arriscar na música, ir mais além. Este álbum é uma aposta pessoal, espero que as pessoas gostem dele genuinamente e que possa ter sucesso. O futuro passa por alguns showcases nas Fnac's e posteriormente por concertos pelo País.


No fim da entrevista fica a vontade de lhe pedir para cantar para nós, mas certamente que será mais "poderoso" vê-la num concerto seu, com a sua belíssima música e a sua voz angelical que nos toca a alma e nos faz querer mais.
A sua simpatia e descontracção deixa-nos agarrados àquela que é uma das mais belas vozes que se pode ouvir por aí em solo nacional.
Luísa Sobral é portuguesa, é bastante talentosa e é mais um motivo de orgulho para todos nós. Venha conhece-la:

Review ao seu álbum em breve!


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