Os Vampire Weekend escolheram Portugal para iniciar esta "tour" europeia. Não sabemos se o fizeram por razões logísticas, geográficas ou sentimentais, mas o certo é que o público que encheu a arena do Campo Pequeno fez por merecer a "distinção". Começou por corresponder bem às canções dos Jenny and Johnny, que se revelaram uma agradável surpresa - boas melodias ao velho estilo americano, a fazer lembrar um pouco Neko Case, lideradas por uma carismática vocalista (sim, parece haver mais Jenny do que Johnny). Apesar disso, era dos Vampire Weekend que toda a gente estava à espera.
Daí que não se tenha estranhado a estrondosa ovação que os recebeu quando entraram em palco para confirmar aquilo que se pensava: sim, são betinhos e mantêm o look "Ivy League", e sim, os rótulos valem o que valem. Ou seja, muito pouco. Percebeu-se isso quando entraram, alegres mas humildes, sem tiques nem exageros. E aos primeiros acordes (acompanhados da primeira de muitas manifestações de euforia do público) de "Holiday", que abriu a actuação, já tinham a noite ganha. Aqui, muito mérito para a banda pela forma como deu um "kick" de jovialidade e energia a todas e cada uma das suas canções. E que canções! Só com dois álbuns, o quarteto de Brooklyn já conquistou espaço com duas mãos cheias, pelo menos, de canções fabulosas. Para melhorar a coisa, ainda fazem questão de incluir o público na performance, público esse que não se fez rogado - "you guys are very good singers" disse Rostam Batmanglij, antes de atacarem o "encore". E de facto, é difícil resistir à guitarra africana de Ezra Koenig em "Cape Cod Kwassa Kwassa", ao ritmo desenfreado de "Cousins" ou ao jogo de vozes de "One (Blake's Got a New Face)". Entretanto, o baixista Chris Baio ia deslizando nos seus Adidas Classics enquanto Chris Tomson soltava o animal que se esconde na sua bateria, mostrando uma variedade impressionante de ritmos. "White Sky" teve direito a falseto, "Mansard Roof" deu para um moche. "A-Punk" foi um triunfo ("if you're in the mood for dance, this one's easy"). A banda foi para o "backstage", voltou a entrar, duas canções, os quatro em palco a sorrir e o público em delírio.
No final, Ezra Koenig perguntou se queríamos sair de Cape Cod. Não, não queríamos, mas pronto se tem de ser... venha de lá "Walcott", que fechou com chave de ouro um concerto memorável.
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