quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Eastern Promises de David Cronenberg (2007)


"Eastern Promises"de David Cronenberg, é um retrato frio e pessoal da sociedade russa sediada em Londres. Através desta visão totalmente russa, conseguimos perceber a sua cultura familiar, o funcionamento da sua máfia e a forma como tentam controlar pequenos bairros, e por vezes metrópoles, em cidades importantes como o exemplo de Londres.
Apesar do filme se passar inteiramente na cidade inglesa, nunca temos essa noção cultural. O realizador preocupa-se em aproximar-nos com a cultura de leste, como se estivéssemos no seu país e não na citadina Londres. Esta abordagem é interessante e facilita-nos a entrada nos personagens principais e nos seus modos culturais.
O que foi apenas um "acidente comum" tornou-se em algo muito maior que acabou por despoletar na queda de um poderoso chefe da máfia russa. Uma jovem russa de apenas 14 anos morre no Hospital local. Antes da sua morte dá à luz uma criança, que vai ser a chave que provocará a queda de um dos grandes senhores da máfia russa. Naomi Watts é quem provoca este acontecimento, mas Viggo Mortensen é quem o faz realmente acontecer, após a sua missão de infiltração. Dizer mais é estragar a surpresa, mas destaque um ponto fulcral neste filme: O primeiro é a cena dos balneários, em que ocorre um momento de violência, filmado com a mestria de Cronenberg, demonstrando-nos cruelmente a visão violenta de uma determinada cena, fazendo-nos encolher de dor;
Fantástica é a interpretação de Viggo, demonstrando-nos que é um dos melhores actores dos últimos anos e que é capaz de desempenhar qualquer papel com imensa mestria e qualidade. Naomi Watts também puxa os cordéis e torna-se versátil, demonstrando a sua enorme capacidade de expressar sentimentos, principalmente os de sofrimento, sendo uma actriz perfeita para dramas.
Eastern Promises é de longe um dos melhores filmes dos últimos anos, tanto pela história dramática e extremamente bem contada, pelas interpretações perfeitas, como pelos truques do realizador, em conduzir planos atrás de planos de forma a que tenhamos a sensação de que estamos numa qualquer cidade russa, e não na gigante metrópole londrina.

Sem comentários:

Enviar um comentário