segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Azevedo Silva + Nuno Aleluia & Pedro Dinis - Capricho Setubalense - 27 de Novembro de 2010


No passado dia 27 de Novembro, Azevedo Silva regressou a uma terra que tanto o acarinha, Setúbal. Desta vez trouxe na bagagem o seu novo álbum, intitulado de "Carrossel".
Além de ser um artista que canta em bom português, Azevedo em toda a sua humildade entretém também o público com conversas casuais cheias de bom humor.
A primeira parte do concerto cheirou a um "Déjà Vu" renovado. Tal como em Junho de 2009, Nuno Aleluia foi o artista escolhido para abrir o concerto. Mas desta vez não veio sozinho. Pedro Dinis (guitarrista de Blame The Skies) junta-se agora a este jovem setubalense de apenas 18 anos. Se por um lado é de louvar que Nuno Aleluia toque quase na totalidade apenas temas criados por si, também é de denotar que ao tentar criar composições demasiado complexas, o artista comete alguns erros, normais, demasiado evidenciados pela sua expressão facial. Mas Nuno Aleluia não se deixa intimidar e encanta o público com a sua qualidade vocal e o seu carisma. Pedro Dinis é uma adição excelente, que torna a música muito mais coesa. A evolução de Nuno Aleluia é positiva e cada vez mais complexa.
Numa sala completamente lotada, Azevedo Silva percorreu a sua carreira musical desde o seu primeiro registo até ao novíssimo "Carrossel". Agora acompanhado de três excelentes músicos, mais instrumentos e maior coesão, Azevedo é um artista que vai muito além do normal.
Desde "Dona Solidão", passando por "Die Mauer" e chegando a "A Morte", Azevedo Silva voltou a encantar Setúbal, com dois encores e muito mais pessoas que sabiam as suas músicas.
Numa mistura entre o acústico tradicional e uma vertente mais clássica com influências "Zeca Afonsinas", Azevedo está cada vez melhor a dar música e alegria. Música essa que está repleta de uma honestidade e humildade intrínsecas, que complementam a parte humorística e interactiva do artista.
Para todos os presentes teria sido um prazer ouvir mais, tantas foram as vezes que o público pediu por "Só mais uma ou duas".
No final, a ilustrar o amor reciproco do público, vendeu todos os discos que tinha trazido, sendo elogiado por pequenos e graúdos, que por eventualidades da vida ou apenas casualidade cultural, se juntavam naquela sala para ver e ouvir um artista tão nosso, tão português, tão talentoso.
Seria injusto não referir explicitamente o facto dos três novos músicos, Bruno Martins, Filipa Vale e Nuno Silva ajudarem Azevedo a criar da melhor música em português que se tem ouvido nos últimos tempos.
Enormes todos eles!


Texto: João Miguel Fernandes
Foto: Hugo Rodrigues

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