Paulo Furtado tem dois dos mais interessantes e bem sucedidos projectos nacionais. Falo de Wraygunn e de Legendary Tigerman. Foi o último que nos foi apresentado ontem, dia 3 de Agosto.
Há uma certa mística em Paulo Furtado que é capaz de torná-lo um ícone sem ser necessário muita coisa. Paulo Furtado é genuíno, um verdadeiro amante da postura simples e do espectáculo-natural. Ele interrompe músicas a meio para incentivar as pessoas a "abanarem os cús", ele conta histórias da sua vida, dá opiniões pessoais, fala com o público, tudo isso e mais.
O concerto foi cheio de ritmo e blues, como ele tão bem sabe dar. As telas laterais, mostrando imagens das suas curtas para as novas músicas, acrescentavam algo mais ao espectáculo. Paulo Furtado apresentou-nos um espectáculo único, com piadas próprias para o local, sendo assim um artista que e único em cada concerto, dando nos assim motivos para acompanha-lo por todo o lado.
Ao ritmo dos blues e country, Paulo conduz-nos para uma melodia perfeita, sempre ritmada e tão própria da sua arte. A nível técnico é fantástico observar todos os pormenores que enchem o espectáculo de "Legendary Tigerman", desde o famoso bico de pato, ao pormenor de tocar ao mesmo tempo a bateria e a guitarra, cantar e mesmo assim animar o público.
Como ele próprio disse, "Tem muito mais piada chegar aqui e pôr o pessoal a cantar do que gritar Setúbal". E é este o seu estilo, tão próprio, tão dele, que nos faz querer segui-lo para todos os concertos.
Paulo Furtado é actualmente um ícone da música nacional, com imenso talento e naturalidade.
Quem teve a oportunidade de ver o concerto da Feira de Santiago percebe imediatamente que The Legendary Tigerman é um dos projectos mais interessantes dos últimos anos da música nacional, e que pode ombrear com a música internacional.
De seguida tivemos a Rita Redshoes. Não há dúvida de que tem boas músicas, que canta bem e apresenta-nos imensa simpatia, tudo isto aliado a uma magnifica composição, mas sou da opinião de que Rita tem material para apresentar algo mais ao vivo, pode ir mais longe. As músicas no geral possuem toques de Rock'n Roll e partes mais calmas, mas ao vivo não são capazes de nos transmitir o que nos transmite nos álbuns. Rita Redshoes tem crescido ao vivo, e apesar de na minha opinião ainda não ter chegado ao melhor nível, pode evoluir para ele. Penso que poderia introduzir mais inovações de concerto para concerto, mas isso é uma escolha da artista.
Rita consegue pôr o público a cantar, consegue diverti-lo, mas penso que poderá chegar mais longe. A sua voz, bela, precisa de ser cuidada ao longo do concerto, visto ser uma voz bonita. A banda não consegue transmitir mais, nem conduzir a voz convenientemente, e para mim este é um problema. Não digo que não sejam bons músicos, são, mas julgo que não estão bem nivelados com a artista.
Rita Redshoes é uma boa artista, com uma boa voz e presença bastante simpática e alegre, mas ao vivo ainda não consegue dar-nos tudo o que tem, algo mais pessoal, algo mais dela, em vez de uma repetição de emoções de concerto para concerto.
Contudo, Rita Redshoes tem sido de uma importância vital para a música nacional, aproximando todos os públicos de um estilo de música muito mais composto.
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