sexta-feira, 23 de julho de 2010

O Retrato de Dorian Gray



O Retrato de Dorian Gray
Oliver Parker, 2009




O famoso romance de Oscar Wilde conhece mais uma versão cinematográfica, desta feita mais modernizada, mais repleta de efeitos especiais, mas mantendo as boas interpretações e o misticismo e drama por detrás do enredo. O livro publicado em 1890 já fez chegar ao cinema e á televisão cerca de 16 adaptações.


Dorian (Ben Barnes) é um rapaz de uma beleza invulgar e com uma concepção ingénua da realidade, que logo lhe é deturpada ao chegar a uma Londres Vitoriana. Pela mão do amigo, Lord Henry Wotton, Dorian começa a adulterar os seus princípios, e envereda por uma vida de libertinagem. A sua imagem é enfatizada por Henry, que lhe incute a admiração pelos prazeres fáceis. Torna-se modelo para um quadro do pintor Basil Hallward, que pretende tornar toda a sua perfeição física eternizada numa tela. Ao ver o quadro, Dorian apaixona-se por si mesmo, e faz um pacto com o demónio, afirmando dar tudo, até a alma para que o quadro envelhecesse por si, e a sua beleza para sempre prevalecesse. A obra começa então a transparecer a sua vida de excessos, enquanto que a sua aparência não sofre qualquer passagem do tempo.


Ben Barnes (As Crónicas de Nárnia) interpreta bastante bem o papel de Dorian, atribuindo-lhe o carisma necessário, para as fases antagónicas da personagem, passando de correcto e pueril, a libertino, narcisista e corrupto, a psicótico e insalubre. Colin Firth por sua vez, interpreta a personagem que se tornaria decisiva na transformação de Dorian, o pérfido Henry.


A trama é uma contínua batalha entre o certo e o errado, e uma crítica ao estilo de vida erróneo da aristocracia inglesa do século XIX, uma reflexão sobre a a decadência da cultura vitoriana, o narcisismo e a obsessão pela juventude eterna e pelos prazeres efémeros.



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