Uma análise a um filme pode ser feita de várias formas diferentes. Tal como um ser humano, existem várias perspectivas de analisar um filme. Podemos observar as questões técnicas de realização, montagem, fotografia, etc. Podemos focar-nos nas representações, na forma como os actores tiram o melhor partido do personagem, ou simplesmente atentarmos ao argumento, à profundidade dos personagens, algo que vai um pouco além da própria representação. Podemos ainda observar apenas a temática do filme, analisa-la do ponto de vista social e humano.
Existem diversas formas de analisar um filme, e cada uma delas complementa-se em outra qualquer.
Podemos também analisar apenas um fragmento de um filme, uma cena, parte dessa cena ou até mesmo escassos segundos. Contudo, corremos o risco de não abordar correctamente certas partes, pois existe normalmente um contexto lógico que devemos respeitar, e para isso temos que dar um feedback total da cena em questão, adaptado a toda a lógica geral da película.
Analisar uma cena de um filme é como analisar um ser humano, não podemos pegar numa parte e começar a descreve-la sem explicar o todo.
O realizador é uma espécie de Deus em toda a produção, porém pode estar bastante limitado, o que dificultará o seu trabalho em muito. Digo que é um Deus porque dirige os actores, participa(ou não) no argumento e em todo o trabalho de pós-produção. Deste modo, pode deixar bem vincada a sua marca. Contudo, um realizador que tenha um estúdio com problemas, ou com demasiada pressa, pode ver o seu trabalho sair um fracasso total, muitas vezes sem culpa própria. Temos o caso de Ridley Scott, no seu filme "Kingdom of Heaven", que foi literalmente cortado às postas, sem qualquer nexo, para ter uma duração mais comercial e de forma a abranger o público das pipocas. Resultado? Fracasso de bilheteiras, filme muito fraco. Quando saiu o Director's Cut era ver a diferença, um filme magistral, com cenas de um cinema fantástico e perfeito, completamente cortadas para cinema, sem qualquer sentido.
O cinema é um mundo complexo, que exige mais do que apenas gostar de filmes. É preciso termos diversas qualidades, principalmente humanas, para fazermos um filme nosso, um filme grande, não falo de sucessos comerciais sem qualquer identidade, mas sim filmes com alma, essa sim, é a verdadeira complicação da vida.
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