sexta-feira, 16 de julho de 2010

The Breakfast Club, de John Hughes, 1985



Após recomendação da minha namorada, que me tem apresentado clássicos eternos dos anos que mais desconheço do cinema, decidi ver o "The Breakfast Club". Apesar deste filme não se encaixar no estereótipo que ela me costuma aconselhar, por ser muito mais recente, é um filme bastante similar a nível social com os filmes de James Dean.
A premissa do filme é simples: Cinco adolescentes de uma escola ficam de castigo após se terem portado mal, ficando detidos na mesma durante um sábado inteiro. O objectivo é que escrevam um texto com mais de mil palavras sobre o que pensam de si mesmos.
John Hughes pegou nos estereótipos da sociedade americana e convenientemente das sociedades de sempre, desde um atleta, a um criminoso, uma princesa, um cérebro, a alguém abandonado por todos.
Mas Hughes pega sabiamente nesses estereótipos, e em vez de os usar de forma convencional, para explicar os seus problemas, faz com que cada um enfrente o outro, critique o outro, mas através das falhas que observam uns nos outros, chegando à conclusão do que está errado em si próprios.
Cada personagem é muito mais do que um simples estereotipo. As personagens são densas, cada uma com a sua própria experiência de vida, o que as torna o que são, cria os seus rótulos.
Os problemas sociais são assim a grande temática deste filme, tanto do ponto de vista único e singular de cada personagem, como de forma geral como um possível retrato de uma geração de sempre, pois em todas as gerações existem atletas pressionados pelos pais para terem sucesso, criminosos que não têm outra escolha senão ser isso mesmo, porque os pais sempre os maltrataram, meninas acarinhadas pelos pais e por toda a escola, mas que não têm amor próprio, génios que conseguem notas fabulosas, mas que quando falham sentem a maior pressão por parte dos pais e alguém abandonado pelos pais e todas as pessoas, alguém sem rumo, que não sabe sequer comportar-se.
John Hughes ilustra de forma precisa o que é viver numa sociedade e pertencer a um determinado grupo, grupos esses que existem um pouco por todo o lado.
De destacar também as excelentes interpretações dos cinco actores principais, e o facto de todo o filme se passar praticamente numa sala, sem necessidade de criar algo mais para dimensionar um filme.

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