sábado, 31 de julho de 2010

Lost At E Minor



Recentemente descobri um site que é capaz de me deixar perplexo várias vezes ao dia. "Lost At E Minor" é um site sobre criatividade. Basicamente publicam artigos sobre tudo o que esteja relacionado com criatividade, desde música, videos, moda, multimédia, produtos, sitios a tudo, comida, gatos, tudo.
É simples, prático e funcional. Podem mandar para lá os vossos projectos, desde que sejam completamente originais e criativos.
Se querem ficar espantados com cada post, ver coisas realmente incriveis, então venham visitar este site diariamente.
Um grande exemplo de incentivo artístico e criativo.


sexta-feira, 30 de julho de 2010

António Feio - 1954 - 2010






Ser actor é representar o ser humano numa situação em que o espaço e o tempo podem não interessar. Ser actor é imortalizar a própria pessoa e criar novas, com a nossa arte.
António Feio criou e desenvolveu arte, deu algo a mais a Portugal, e isso não se esquecerá. Por tudo isto e pela força que mostrou na luta contra o cancro, ficará imortalizado na história de Portugal.



vale a pena ver:





More Than A Thousand + Hills Have Eyes - Feira de Santiago, Setúbal



Pela segunda vez consecutiva estas duas bandas juntaram-se na Feira de Setúbal para nos apresentarem um espetáculo poderoso e único. A principal diferença fez-se notar na evolução de cada banda, principalmente a nível musical, porque a presença em palco continua excelente como sempre.
Os Hills Have Eyes foram os primeiros a tocar e mostraram ao imenso público porque é que aquele imenso palco é para eles. A nível musical os Hills Have Eyes sofreram mudanças, evoluíram, tal como muitas outras bandas. Na minha opinião foi uma evolução completamente positiva e acertada. A música está mais poderosa, mais energética, ainda mais apelativa. Pelo vocalista Eddie, passa toda a raça da banda, e tão bem que está entregue essa "liderança", pois Eddie transporta o espírito lutador da cidade de Setúbal, do rock e dos vencedores. Em palco os Hills Have Eyes demonstram que estão a crescer e que têm hipóteses de seguir o caminho dos More Than A Thousand. Grande concerto, grande espectáculo!
Os More Than A Thousand deram um concerto assombroso e a roçar o perfeito na Feira de Santiago. Mais uma vez mostraram porque são A banda de Metal portuguesa, porque é que carregam a alma de Portugal e porque é que são bastante elogiados pelo mundo fora. Basta olhar e ouvir para se perceber tudo isso. Os More Than A Thousand nasceram no palco e é lá que se sentem bem. Com eles a música portuguesa tem crescido e vai dar um salto ainda maior, pois estes rapazes não param e vão alcançar ainda mais.
Impossível não sentir arrepios na "Roadsick", tocada com tanto sentimento, tal e qual o espelhado pela letra. E a "In Loving Memory"....que momento! O concerto caracterizou-se pelo poderio de toda a banda, personificado em Vasco Ramos, o verdadeiro vocalista português. Ser músico não é apenas ir para um palco cantar. Ser músico é carregar o nome da cidade e do país por todo o lado, é transmitir a sensação perfeita da sua música, é ser bem disposto, é puxar pelo público. E tudo isto Vasco Ramos consegue na perfeição, sendo assim um dos vocalistas de eleição de Portugal, sem qualquer dúvida.
Fantástica interpretação das novas músicas e das antigas, da relação Banda-Público, e na presença em palco.
Há uns tempos perguntaram-me qual era a diferença entre os More Than A Thousand e bandas estrangeiras de Metal. Eu respondi que a principal diferença, é que os More Than A Thousand são bem melhores que muitas bandas estrangeiras. E ontem viu-se isso tão bem.




quinta-feira, 29 de julho de 2010

White Denim - Fits



Tantos e tão bons rótulos no mundo da crítica musical e nenhum que seja minimamente fiel ao som que este trio de Austin Texas nos apresenta. Talvez seja pelo melhor, seria um desprimor para a banda conseguir arranjar um conceito que encaixotasse a fusão de estilos, o experimentalismo e o nonsense descarado da música dos White Denim.

Mas fora como os conceitos abstractos e bajulações vagas, afinal o que são os White Denim e, em particular, o que é este Fits. Acid trips, não daquelas onde vemos campos verdes e as nuvens são de algodão doce, não, Fits é uma bad trip intensa, eufórica e furiosa para a qual só temos um bilhete de ida.
Fits continua, na tradição de Workout Holyday , a fusão errática do rockabilly, blues, garage e country com um elemento psicadélico ,que a banda tem vindo a cunhar, mais aprimorado que no antecessor e sempre ferozmente executado. Mas é mais, muito mais, vai ainda beber inspiração a musica indiana e, Deus nos acuda, ao free style jazz e como se a mistura já não fosse suficientemente alucinante estes rapazes não esperam que uma das faixas acabe para introduzir um estilo diferente na seguinte, isso seria muito fácil, cada faixa de Fits é uma montanha russa de sentimentos e inspirações e um romper agradável com a típica estrutura musical de verso, refrão, verso, ponte e outro refrão para acabar.

Radio Milk How Can You Stand It, I Start to Run e Say What You Want são excelentes argumentos para qualquer fã de stoner e desert rock, o som grave do baixo e os riffs sujos não deixam enganar, e se All Consolation vai buscar sonoridades mais orientais El Hard Attack DCWYW vai buscar as suas logo ali a sul da fronteira. Sex Prayer e Mirrored And Reverse encerram a “primeira parte” do álbum e ambas capturam a essência do prog-rock com os seus sons mais etéreos. Findas as primeiras 7 faixas surgem as guitarras acústicas, os coros e a country-folk mais acessível. É sempre um risco incluir duas facetas tão diferentes num só album mas a verdade é que neste caso resultam muita bem e Paint Yourself e I'd Have It Just The We Were são a transição perfeita entre as duas, continuando sempre num registo de rock mais espacial. Regina Holding Hands chega como uma surpresa acústica e quase pop durante os primeiros momentos mas transforma-se num sonho molhado de qualquer indie por altura do refrão (?). A fechar o álbum Syncn, tema mais sombrio de todo o álbum, quase que em modo balada e num tom mais “jazzy” que momentos antes do fim se transforma num mais esperançoso fim de canção.

Fits é um excelente álbum para descobrir e ouvir repetidas vezes, no entanto perde em relação a Workout Holyday (que terá em breve a sua devida critica) pois parece ganhar mais no seu aspecto psicadélico em detrimento da sonoridade rockabilly, a fazer lembrar The Cramps, e toda a pujança e fúria do antecessor – apenas comparável à de fãs de 30 Seconds To Mars que acabam de descobrir que nem todos acham que o Jared Leto é a reencarnação do Messias.
White Denim vai agradar àqueles que são fãs de rock sujo e procuram uma nova expressão de originalidade e a quem os projectos de Jack White e Josh Homme já não aquecem o coração como antigamente.

Site Oficial

E recomendo esta actuação ao vivo da All You Really Have To Do do Workout Holyday

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Tales from Earthsea, de Goro Miyazaki, 2006



"Tales from Earthsea" é o primeiro filme de Goro Miyazaki, filho do famoso cineasta japonês Hayao Miyazaki.
Hayao Miyazaki é considerado o Walt Disney japonês, mas nos últimos anos os seus filmes têm superado os da Disney, e os Estúdios Ghibli têm se tornado um dos mais importantes estúdios de animação do mundo.
Goro Miyazaki segue as passadas do pai e apresenta-nos um filme dentro do estilo dos filmes do pai. A animação é idêntica, mas com alguma superioridade. Há cenários incriveis, personagens fantásticos e dotados de bastante expressividade. A animação deste filme é claramente superior aos de Hayao Miyazaki. Contudo, a superioridade fica-se por aqui.
A nível narrativo, o filme é fraco. A premissa é bastante interessante, mas o argumento encontra-se cheio de lacunas que nunca são superadas. Por sua vez, os personagens também perdem dimensão dramática, e algumas cenas ficam aquém do esperado.
Goro Miyazaki tenta seguir a filosofia do pai, transmitindo-nos uma mensagem de amizade e amor, mas de forma directa. E este é outro dos erros deste filme. A mensagem é nos transmitida de forma directa, sem termos que interpreta-la de alguma forma. Nos filmes de Hayao Miyazaki as mensagens são sempre transmitidas através de metáforas, levando a que cada um de nós, dependendo da sua experiência de vida, interprete essas mesmas mensagens de forma pessoal.
Ao adoptar um estilo de animação idêntico ao do pai, Goro Miyazaki perde também alguma identidade, mas a nível de personagens consegue criar essa sua própria personalidade.
Apesar do argumento estar cheio de buracos, os personagens não são assim tão maus, falhando apenas em alguns momentos.
A principal diferença deste filme para os do Miyazaki-Pai são os personagens. Neste filme temos personagens negros, cheios de ódio e rancor. Em todos os filmes de Hayao Miayzaki ( excepto a Princesa Mononoke), os persoangens são amáveis, perdem algo ao longo do filme e voltam a recuperá-lo no final. Em "Tales from Earthsea" os personagens são criados em torno do ódio, são negros e dramaticamente complexos, o que torna o filme mais interessante. Contudo, nota-se uma certa tentativa de imitação, tanto narrativa, como a nível de personagens, do único filme estritamente para adultos de Hayao Miyazaki. Falo da Princesa Mononoke, o único filme de Hayao que não é considerado para um público mais jovem.
Goro Miyazaki mostra-nos um filme interessante, com imagens fantásticas e apaixonantes. Cria um novo caminho para os Estúdios Ghibli, e prossegue a animação tradicional usada pelo pai.
Este "Tales from Earthsea" não é ainda o máximo que este realizador conseguirá fazer, mas é um bom caminho a seguir. É um filme de animação que nos leva para um mundo diferente do Americano, fazendo-nos assim sonhar pela fantasia e não tentar tornar a fantasia algo do nosso mundo real.
Apesar das falhas argumentativas, o legado parece-me bem entregue.


terça-feira, 27 de julho de 2010

Das letras de Roger Waters à guitarra de David Gilmour - Pink Floyd



Quando se fala em Pink Floyd há vários aspectos a ter em conta. O primeiro prende-se com o estilo musical, algo entre o rock progressivo e o psicadélico. Tal como várias bandas que duram muitos anos, os Pink Floyd também mudaram de género, de vocalista e de sentido.
A maioria dos fãs de Pink Floyd destaca as letras do Roger Waters, a fase psicadélica do Syd Barrett e a guitarra do David Gilmour. Contudo, a guitarra do Gilmour é algo mais secundário face às letras do Waters. Mas e porquê? É fácil percebermos que uma letra de Pink Floyd é algo perfeitamente esquematizado, que simboliza vários aspectos da vida, tanto como guerras, amor, situações caóticas ou metáforas sublimes, mas não será um pouco mais fantástico conseguir transmitir sentimentos através de um instrumento, fazer-nos sonhar sem exprimir uma única palavra? A palavra é o caminho mais fácil para explicar ou transmitir um sentimento imediato, logo por melhor que seja é facilmente entendida. Através de um instrumento temos que sentir cada corda, cada gesto, transformar isso em algo além, conseguir fazer com que a guitarra "fale". E isso o David Gilmour consegue na perfeição.
Julgo que é um erro comum, classificar as letras como o mais importante, mas sem a guitarra do David Gilmour as músicas de Pink Floyd não passariam de poemas sem musicalidade.

Milhões de Festa 2010



Que Barcelos era a terra do Galo, das moelas e do rock, já muita gente o sabia, o que não se sabia talvez, é que pudesse albergar um evento como este Milhões de Festa. Idealizado por Joaquim Durães, mais conhecido por Fua, a Lovers & Lollypops montou em Barcelos um campo de festas, e as pessoas aderiram e corresponderam, já que foi exactamente isso que se passou por lá, milhões de festa.

Vou já dizer que tentar descrever por palavras o que se passou por Barcelos, é uma tarefa bastante ingrata, e nada do que eu possa dizer, vai ser o suficiente para descrever os dias 23, 24 e 25 de Julho.

Com um cartaz que não puxava às massas, mas bastante bom e consistente, este Milhões de Festa foi dividido em 3 palcos, a Piscina, o Palco Vice e o Palco Milhões, e era precisamente na piscina que a festa começava logo pela tarde, enquanto as pessoas se refrescavam, apanhavam sol ou apenas descansavam (o que começou a fazer sentido logo após o primeiro dia de festividades) a música fazia-se ouvir, e servia para descontrair antes de se seguir em romaria para os dois palcos montados no recinto um pouco mais acima das piscinas de Barcelos.

Romaria essa que continuava já mais ao final da tarde entre o palco Vice e o palco Milhões, uma vez que terminado um concerto num dos palcos, começava já no outro a banda seguinte, e nesse aspecto a organização não falhou, horários impecáveis, com praticamente tudo a começar a horas, o que levou a que nenhuma banda tocasse em simultâneo, permitindo deste modo às pessoas poderem ver todas as bandas presentes no cartaz.


Dia 23
Como já referi, era na piscina que se desenrolavam os primeiros concertos, e neste primeiro dia destacou-se o de Rudolfo, que com o seu hate beat pôs as pessoas em sentido, agressivo q.b. nas suas palavras, o público gostou do que viu, e isso reflectiu-se na banca de vendas do festival, em que muitas pessoas procuravam por merch. Após o concerto de Rudolfo, vieram os ritmos dançáveis dos Claiana, que apadrinharam a despedida de muita gente da piscina, eram horas de rumar aos outros palcos.

Foram poucas as pessoas presentes nos primeiros concertos do dia, talvez o facto de ser uma sexta feira levou a que a maior parte apenas chegasse mais pela noite, mas isso não impediu as bandas de darem tudo por tudo, e tentarem concentrar as pessoas que já se encontravam no recinto junto dos palcos, exemplo disso foi o concerto dos The Glockenwise, que animaram os presentes com o seu rock e a sua energia, aliás, foram os primeiros a dar o mote do contacto entre bandas e público, quando o seu vocalista saltou de uma das colunas à frente do palco para o meio do público, tava lançada a festa.

Quando começou Men Eater no palco Milhões, já o recinto se encontrava razoavelmente composto, e a banda não desapontou, para muitos era a oportunidade de verem pela primeira vez a banda com a formação renovada, e isso era também um dos pontos de interesse. Foi um concerto dentro do que os Men Eater já nos habituaram, sempre fortes, destaque para a participação de André Henriques na música Lisboa, e de Valient Himself dos Valient Thorr na música Man Hates Space.
E os Valient Thorr foram mesmo a banda que se seguiu no palco Milhões, com Valient Himself ao comando, o carismático vocalista foi bastante comunicativo com o público como é habitual, e os riffs de guitarra explosivos reinaram durante o concerto.

Coube aos britânicos Electric Wizard fecharem os concertos do palco Milhões, e não desapontaram aqueles que lá estavam para os ver, sempre competentes, a banda soube manter o interesse quando muitos já estavam esgotados do dia preenchido, que estava ainda longe de terminar.

No palco Vice, destaque para o concerto dos Black Bombaim, que deram o primeiro grande concerto do dia naquele palco. A banda de Barcelos tem um stoner rock poderosíssimo e deve ser uma das bandas a ter em conta no presente, e no futuro.


Dia 24
No dia em que os lendários The Fall se iam apresentar no Milhões, foi mais uma vez na piscina que as pessoas se prepararam para o acontecimento, o muito calor puxava a banhos e bebidas frescas, e os reis do palco da piscina foram os Feia Medronho, que tiveram a participação de Rudolfo e de um homem com um justo fato verde a dançar para ajudar à festa.

No palco Vice os Aspen brindaram-nos com um bom concerto, e de seguida houve Long Way To Alaska no palco Milhões, depois do pós-rock dos Aspen, nada melhor para o final de tarde que a música descontraída deste quarteto de Braga.

O palco Milhões deu ainda cartadas quando os PAUS entraram em cena para um dos grandes concertos do festival, animação, festa e uma secção rítmica poderosa são o que se pode esperar da banda, e nesta última parte, tiveram ainda uma ajuda, leia-se participação, de dois elementos dos Men Eater, Mike e Paulo Segadães.

Antes dos The Fall actuarem no palco Milhões, os ALTO! passaram pelo palco Vice e foram mais uma das boas surpresas da noite, rock 'n' roll directo ao ouvido, que cativa e faz mexer.
Após o concerto dos ALTO! era ver as pessoas a deslocarem-se em massa até ao palco Milhões, tinha chegado a hora dos The Fall actuarem e as expectativas estavam altas.
Mark E. Smith, mentor da banda, esteve igual a si próprio na sua atitude despreocupada em palco, mas nunca pareceu realmente que a banda estava ali, como um conjunto unido, sendo certo que Mark é o único membro original da banda, a ligação entre ele e o resto dos elementos pareceu muito desconexa, e a própria voz de Mark por vezes não se ouvia.
Com o passar do tempo, e quando já se adivinhava mais ou menos o fim do mesmo, Mark saiu do palco e deixou os coros encarregues à banda que o acompanhou, num final que foi abrupto e repentino, o que deixou muitas pessoas com opiniões divididas em relação ao concerto.

Quem não deixou dúvidas, e trouxe a festa para o recinto foram os El Guincho, que actuaram depois dos The Fall no palco Milhões. Esta banda espanhola pôs toda a gente a dançar com os seus ritmos contagiantes e trouxeram ao de cima toda a boa onda que se vivia no festival, o concerto terminou em apoteose com o comboio de pessoas a passar por entre o público que saltava e dançava freneticamente, as festas são feitas disto.

No palco Vice, os Crisis também puseram toda a gente a mexer, de uma forma diferente, mas igualmente libertadora, com a electrónica em pano de fundo, os gritos da vocalista Sofia ecoaram pelo recinto e fizeram as delicias de quem estava a acompanhar o concerto.


Dia 25
No último dia do festival, muita da festa fez-se na piscina, com aeróbica e coreografias dentro da mesma, ao som de bandas como os Sunflare, Tigre Deficiente e The Shine, sobretudo destes últimos que puseram toda a gente a dançar com o seu afro beat e kuduru.

Nos palcos Vice e Milhões a noite prometia, e não podia ter começado melhor, com Riding Pânico no palco Vice, após uma paragem algo prolongada, a banda voltou a reunir-se para um concerto que já deu para encher as medidas. Na bateria esteve Joaquim Albergaria a substituir o baterista BB e mais para o fim do concerto Hélio Morais e Paulo Segadães tiveram também uma participação no concerto.

Os Extraperlo foram talvez uma das bandas com menos público presente no concerto, com o elevado calor, as pessoas procuraram as sombras para ficarem e refrescarem um pouco, ainda assim o público presente em frente ao palco dançou, e protagonizou um comboio que deu a volta a parte do recinto na tentativa, algo vã, de juntar mais algumas pessoas na plateia.

Enquanto os Extraperlo davam o seu concerto, era já possível ouvir, vindo do outro palco, os berros do vocalista de The Ghost Of A Thousand no soundcheck, era pois os preparativos para o que vinha aí, sempre a puxarem pelo público, a banda fez questão de despejar decibeis com o seu rock/hardcore, e o próprio vocalista fez questão de se chegar mais perto do público, que o carregou nos braços pela área à frente do palco.

Este foi apenas um dos bons concertos que aconteceram no palco Vice neste dia, e que curiosamente (ou não), juntou por vezes mais pessoas que o palco Milhões. Bo Ningen foram os senhores que se seguiram neste palco, a banda japonesa, com todo estilo associado, espalharam o seu experimentalismo psicadélico e arrancaram um concerto de encher o olho.

Por esta altura, esperava-se já com alguma ansiedade o concerto de Monotonix, e se dúvidas houvesse, assim que se viu o material montado no meio do público, tava dada a receita para a verdadeira loucura, desde o primeiro segundo do concerto, até ao último, o público foi incansável no mosh, nos saltos, no crowd surfing, no headbang, e por aí fora, o exemplo era dado pela vocalista da banda, verdadeiro homem de festa e risco, que fez questão de puxar de uma série de acrobacias, é dificil explicar o que aconteceu naquele espaço de tempo, tudo o que aconteceu, o como se viveu, é quase surreal, a banda deslocava-se com os instrumentos entre o público, Ami Shalev, vocalista da banda, tocou bombo sentado num banco segurado unicamente pelo público e mais para o fim do concerto, já após a banda ter carregado os instrumentos por uma colina lateral ao palco, veio um dos momentos grandes do concerto, quando Ami desceu mais ou menos até meio da encosta e perguntou ao público se dali era uma altura segura para saltar, o público apoiou, concentrou-se à frente, e apanhou e carregou um destemido Ami de volta ao sítio onde a banda tinha começado a tocar inicialmente. Talvez os Monotonix sejam um sinónimo de rock, ou talvez sejam apenas loucos, num bom sentido, a verdade é que ninguém pode exigir mais de uma banda que deixa tudo, mas tudo 'em palco'.

Resumindo estes três dias de festival, e repetindo-me, muita festa, muito bom ambiente, muito bom sitio, muito boa organização e que para o ano haja mais.

Porn Sheep Hospital + Gone In A Day - Feira de Santiago, Setúbal


Já sabemos que os sinónimos de 'feira' são 'farturas' ou 'carácter comercial e pimba', por isso não é de espantar o pouco público que teve presente em ambos os concertos. Ainda mais sendo concertos de um estilo pouco definido, ali algures entre o mathcore / rock alternativo e um pouco de screamo.
Aos Gone In A Day coube a honra de abrir o palco. Nota-se uma certa evolução na forma como os seus membros enfrentam um concerto, como a sua música corre ao longo do mesmo e como o vocalista consegue cantar e tocar ao mesmo tempo. A nível musical existe também uma evolução. A música está mais compacta, mais 'certa', mais orelhuda. O palco era gigante, mas os GIAD encheram-no de energia, com um bom rock, cativante pelo instrumental, com guitarras a gritarem grandes riffs, e com uma liderança mais forte, marcada pelo vocalista/guitarrista.
Os Porn Sheep Hospital continuam a remar contra a maré 'metal' da cidade de Setúbal. São um pouco vitimas do seu próprio estilo, que anda algures entre o rock progressivo e o mathcore mais agressivo, algo a que a cidade não está habituada. Contudo, isso não lhes tira crédito, nem qualidade. É realmente fantástico ver a forma como cada músico desempenha o seu papel. É uma banda que vale muito pela qualidade individual dos seus membros, mas também pelo conjunto, visto que tocam juntos há muitos anos.
As 'novas' músicas estão mais pesadas, mais bem definidas, com guitarras matemáticas e com equações sonoras fabulosas. Com um som pesado e mais centrado no mathcore, os Porn Sheep Hospital afirmam-se como uns herdeiros portugueses do som dos The Fall of Troy.
O concerto foi cheio de energia e força, Francisco Caetano ( vocalista e guitarrista) comandou o 'barco' e levou a que todos brilhassem.
É pena o pouco público, mas o que interessa é o que se sente e o que se vê no palco, e nessa matéria as duas bandas estiveram muito muito bem.
De referir que os Porn Sheep Hospital se preparam para lançar o seu primeiro EP já em Setembro. E consta que vale muito a pena!

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Tiago Bettencourt & Mantha + Samuel Úria - Feira de Santiago em Setúbal


A Feira de Santiago (Setúbal) arrancou no passado Sábado. Com o cartaz bastante interessante. O Arte-Factos compromete-se a fazer a cobertura de pelo menos quatro concertos desta feira.
O primeiro foi no dia de abertura, e trouxe-nos Samuel Úria e Tiago Bettencourt & Mantha.
Samuel Úria que era um perfeito desconhecido para a maioria do público, tornou-se rapidamente figura de riso (no bom sentido) e entretenimento. O seu ar teatral, misturado com um ar naturalmente cómico, tornam todo o espectáculo muito mais interessante. Musicalmente temos várias misturas, passando pelos Blues, ao Rock e também a algo mais tradicional como o Fado. Mas é nas músicas energéticas, a fazer lembrar Wraygunn, que Samuel Úria marca pontos. Um espectáculo bastante divertido, que vai crescendo ao longo do tempo, tornando um aparente desconhecido em alguém que queremos ali, em cima do palco, por mais tempo.
Confesso que andei afastado do trabalho de Tiago Bettencourt desde a sua saída dos Toranja. Portanto é óbvio que ao ver um concerto do 'novo' Tiago com os Mantha, só posso ficar completamente surpreendido. As músicas calmas e tristes deram agora lugar a um rock virtuoso, que ambiciona entrar por novos caminhos, tanto os do rock progressivo como alternativo. As novas músicas estão carregadas de energia, maior complexidade e agressividade.
E toda a gente ganha, Tiago segue por este novo caminho com toda a confiança, parecendo que sempre fez algo do género.
Tiago Bettencourt é um dos artistas queridos de Portugal. Todos sabemos que quando um artista é querido garante uma certa legião de fãs, que o vão sempre seguir, seja qual for a música que este crie. Isto poderá ser um bom ponto de mudança, pois se a música dos Linda Martini ainda vive do underground ( agora em número bem maior), a de Tiago caminha no panorama comercial há algum tempo, e isto poderá convencer as pessoas a procurarem outros estilos musicais, poderá ajudar outro tipo de música a tornar-se mais acessível ao público.
Tiago Bettencourt & Mantha é sem dúvida nenhuma um espectáculo cheio de energia e bastante cativante.
É bom ver algo assim em Portugal.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

O Retrato de Dorian Gray



O Retrato de Dorian Gray
Oliver Parker, 2009




O famoso romance de Oscar Wilde conhece mais uma versão cinematográfica, desta feita mais modernizada, mais repleta de efeitos especiais, mas mantendo as boas interpretações e o misticismo e drama por detrás do enredo. O livro publicado em 1890 já fez chegar ao cinema e á televisão cerca de 16 adaptações.


Dorian (Ben Barnes) é um rapaz de uma beleza invulgar e com uma concepção ingénua da realidade, que logo lhe é deturpada ao chegar a uma Londres Vitoriana. Pela mão do amigo, Lord Henry Wotton, Dorian começa a adulterar os seus princípios, e envereda por uma vida de libertinagem. A sua imagem é enfatizada por Henry, que lhe incute a admiração pelos prazeres fáceis. Torna-se modelo para um quadro do pintor Basil Hallward, que pretende tornar toda a sua perfeição física eternizada numa tela. Ao ver o quadro, Dorian apaixona-se por si mesmo, e faz um pacto com o demónio, afirmando dar tudo, até a alma para que o quadro envelhecesse por si, e a sua beleza para sempre prevalecesse. A obra começa então a transparecer a sua vida de excessos, enquanto que a sua aparência não sofre qualquer passagem do tempo.


Ben Barnes (As Crónicas de Nárnia) interpreta bastante bem o papel de Dorian, atribuindo-lhe o carisma necessário, para as fases antagónicas da personagem, passando de correcto e pueril, a libertino, narcisista e corrupto, a psicótico e insalubre. Colin Firth por sua vez, interpreta a personagem que se tornaria decisiva na transformação de Dorian, o pérfido Henry.


A trama é uma contínua batalha entre o certo e o errado, e uma crítica ao estilo de vida erróneo da aristocracia inglesa do século XIX, uma reflexão sobre a a decadência da cultura vitoriana, o narcisismo e a obsessão pela juventude eterna e pelos prazeres efémeros.



terça-feira, 20 de julho de 2010

Virgem Suta em São Martinho do Porto


Numa noite algo fria do já chamado Verão, os Virgem Suta estiveram em São Martinho do Porto para um concerto integrado nas festividades do concelho de Alcobaça.
Num palco montado no jardim da Praça ao fim da Avenida Marginal o cenário não podia ser mais belo devido à vista para a baía, a banda aqueceu todas as pessoas que se concentraram junto ao palco, e mesmo as outras, talvez mais tímidas, ou apenas curiosos que por ali estavam de passagem e iam ficando junto ao muro do areal.
Sempre bem dispostos, estes alentejanos de Beja, contaram as suas histórias em forma de cantigas, e brindaram ainda o público com humor e para alguns, uma dose de vinho. Os Virgem Suta já não deixam muita gente indiferente, e com alguma persistência lá conseguiram pôr o público a cantar e dançar os seus temas, o que ajudou a noite a tornar-se na festa que merecia ser.

Virgem Suta @ São Martinho no Porto (17-07-2010)



Para conhecer melhor a banda é aqui:
Myspace
Facebook

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Um pouco de arte e criatividade - Lost At E Minor

Lost At E Minor é o nome de um site dedicado à criatividade. Nele podemos observar tudo o que seja criativo, desde fotografias, desenhos, eventos a comida.
Um excelente site para quem gosta do que é diferente, original e deslumbrante. Também para amantes de Design.
Deixo aqui em baixo alguns desenhos que me deixaram de boca aberta:


Linn Olofsdotter:




Leif Podhajsky:



Jordan Metcalf:




Joe Coleman:




Chichi:




Cinema - O Ambiente



O ambiente num filme é algo mesmo muito importante. Dependendo desse mesmo ambiente, o filme pode ser negro, cómico, épico, frio, etc. Isto define realmente o que o filme significa para nós, o que nos transmite. Além da história, do argumento e dos personagens, o ambiente de um filme é capaz de nos fazer adorar um filme, ou não sentir qualquer tipo de ligação.
Em "Blade Runner", de Ridley Scott, temos um ambiente negro, envolto em mistério. Do meu ponto de vista pessoal, é um dos ambientes mais próprios em qualquer filme que tenha visto, e por isso ajuda-o a tornar-se o meu filme preferido.
Mas o que é que define realmente o ambiente de um filme? Será a banda sonora, a realização, os adereços, os cenários, os próprios actores? Creio que é tudo isso.
O que seria do ambiente de "Blade Runner" sem a banda sonora de "Vangelis", a realização de Ridley Scott, ou todo o cenário negro, com bastante fumo? Não seria certamente o mesmo filme, nem teria o mesmo significado. Aliás, o próprio ambiente pode tirar todo o significado ao filme, de forma até estrutural, tendo que mudar tudo no filme. Por alguma razão a cena final de "Blade Runner" passa-se no exterior. Por alguma razão a parte introdutória tem uma música combinada com as imagens. É tudo isto que cria um ambiente de um filme, que pode ser o ambiente mais familiar em que já tenhamos estado em toda a vida, o mais perturbador, o mais confortavel, ou o mais frio.
Tornar o ambiente o condutor de um filme, é saber conduzir cada segmento da produção, desde o mais pequeno pormenor, ao actor mais obstinado. Fazer isso é ser um grande realizador.

Stanley Kubrick, Ridley Scott, Darren Aronofsky, Terrence Malick...




domingo, 18 de julho de 2010

Indignu - Fetus in Fetu



Fetus in Fetu
Indignu, 2010


Fetus in Fetu marca o regresso dos Indignu aos álbuns após o lançamento do EP Manifesto Anormal do Fundamento, corria o ano de 2007.
A banda barcelense composta por Afonso Dorido (guitarra / voz / melódica), Jimmy (Guitarra / Voz / Xilofone / Orgão Vintage / Kazoo), Mateus (Baixo / Piano) e Ketas (Bateria) lança então este ano o seu primeiro longa duração e nota-se que depois de 3 anos existe uma certa viragem no som da banda em relação ao que tinham mostrado no seu EP de estreia, não é um corte com o passado, é uma evolução natural de uma banda que procura e reclama o seu espaço na música. Desde o título do álbum, até à sua capa frontal, tudo grita crescimento no que há banda diz respeito, como que de uma metáfora se tratasse, e nos preparasse para o que estamos prestes a ouvir, ou então num sentido mais literal, o do nascimento de um álbum, de estreia ainda para mais.
Apoiados num pós-rock, os Indignu fazem questão de nos passar as suas mensagens em português, e embora as vocalizações ao longo do álbum não sejam em abundância, sempre que as há, servem para dar mais força e sentido à música, mostrando-nos inclusive o lado mais contestatário da banda, como se fossem palavras de ordem que devessem ser ouvidas, de alguém que não se conforma e luta sempre pelos seus ideais, pelo que acha melhor e mais justo.
Desta forma, não é também de estranhar que uma das faixas com mais destaque no álbum seja a Duzentas Promessas Para Um Mundo Melhor, que tem a participação de Nuno Rancho na voz e cuja letra foi escrita por Valter Hugo Mãe, não só por isto a música ganha algum destaque, mas também em termos instrumentais os Indignu conseguem explanar todo o seu experimentalismo e talento.
Durante cerca de 50 minutos a banda leva-nos numa viagem repleta de texturas sonoras marcadas pelo rock, e cujo o destino é apenas um, o nascimento deste Fetus in Fetu.


Duzentas Promessas Para Um Mundo Melhor

sábado, 17 de julho de 2010

Clash of the Titans, de Louis Leterrier, 2010



Se colocarmos este "Clash of the Titans" na categoria de blockbusters, filmes de acção sem intuito pedagógico, ou filmes de entretenimento puro, então estamos a colocá-lo na categoria certa.
Como em todas as categorias, há bons e maus filmes. Neste caso não é diferente e se não podemos dizer que este filme é um filme perfeito do ponto de vista de um blockbuster, também não podemos dizer que seja um mau filme. Os erros deste filme são um pouco a repetição do que tem acontecido aos blockbusters dos últimos anos, uma tentiva de imitação dos filmes de entretenimento dos anos 80. Só que a transposição de décadas saiu prejudicada e a violência que caracterizava os filmes de acção dos anos 80 desapareceu dos ecrãs, tornando as coisas muito mais artificiais.
"Clash of the Titans" é um bom filme de entretenimento, que é capaz de nos entreter durante a sua duração, sem grandes exageros argumentativos ou formas de encher a história. A verdade é que falha onde quase todos os blockbusters dos últimos anos têm falhado, na densidade dos personagens. Actualmente os filmes de acção têm um sentido mais rápido, de dar mais ênfase à acção própriamente dita e não aos personagens, fazendo com que o filme perca assim qualidade. Tudo isto aliado a um uso abusivo da alta tecnologia, tornam o filme menos bom.
Contudo, tendo em conta o que se tem feito nos últimos anos, este "Clash of the Titans" supera as expectativas. Se todos os filmes de "pipoca" fossem assim, os cinemas estariam certamente mais cheios.
Em analogia com o filme original de 1981, não perdemos muita coisa. Os tempos são outros, os actores também, mas a tecnologia e a forma de fazer cinema também. Confesso que sou um admirador da fantasia mais clássica, dos efeitos mais antigos, que tornavam tudo um pouco mais genuíno, mas também não é por aí que um filme perde muita qualidade.
"Clash of the Titans" é um bom filme de acção, com um ambiente negro e uma história interessante. É pena que não tenha personagens cativantes, num um argumento muito desenvolvido, mas é o suficiente para nos prender ao ecrã naqueles minutos em que nao precisamos de usar muito o cérebro.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

The Breakfast Club, de John Hughes, 1985



Após recomendação da minha namorada, que me tem apresentado clássicos eternos dos anos que mais desconheço do cinema, decidi ver o "The Breakfast Club". Apesar deste filme não se encaixar no estereótipo que ela me costuma aconselhar, por ser muito mais recente, é um filme bastante similar a nível social com os filmes de James Dean.
A premissa do filme é simples: Cinco adolescentes de uma escola ficam de castigo após se terem portado mal, ficando detidos na mesma durante um sábado inteiro. O objectivo é que escrevam um texto com mais de mil palavras sobre o que pensam de si mesmos.
John Hughes pegou nos estereótipos da sociedade americana e convenientemente das sociedades de sempre, desde um atleta, a um criminoso, uma princesa, um cérebro, a alguém abandonado por todos.
Mas Hughes pega sabiamente nesses estereótipos, e em vez de os usar de forma convencional, para explicar os seus problemas, faz com que cada um enfrente o outro, critique o outro, mas através das falhas que observam uns nos outros, chegando à conclusão do que está errado em si próprios.
Cada personagem é muito mais do que um simples estereotipo. As personagens são densas, cada uma com a sua própria experiência de vida, o que as torna o que são, cria os seus rótulos.
Os problemas sociais são assim a grande temática deste filme, tanto do ponto de vista único e singular de cada personagem, como de forma geral como um possível retrato de uma geração de sempre, pois em todas as gerações existem atletas pressionados pelos pais para terem sucesso, criminosos que não têm outra escolha senão ser isso mesmo, porque os pais sempre os maltrataram, meninas acarinhadas pelos pais e por toda a escola, mas que não têm amor próprio, génios que conseguem notas fabulosas, mas que quando falham sentem a maior pressão por parte dos pais e alguém abandonado pelos pais e todas as pessoas, alguém sem rumo, que não sabe sequer comportar-se.
John Hughes ilustra de forma precisa o que é viver numa sociedade e pertencer a um determinado grupo, grupos esses que existem um pouco por todo o lado.
De destacar também as excelentes interpretações dos cinco actores principais, e o facto de todo o filme se passar praticamente numa sala, sem necessidade de criar algo mais para dimensionar um filme.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Murdering Tripping Blues na Fnac do Colombo


Os Murdering Tripping Blues estiveram na Fnac do Colombo a apresentar o seu novo álbum de originais 'Share The Fire'.
A banda composta por Henry Leone Johnson (voz & guitarra), Johnny Dynamite (bateria) e Mallory Left Eye (teclados) apresentou-se num registo diferente, mas ainda assim, cheio de rock&roll, está-lhes no sangue diria eu.

Murdering Tripping Blues @ Fnac Colombo (13-07-2010)



Para conhecer melhor a banda é aqui:
Myspace
Facebook

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Jared Leto - O Camaleão



Jared Leto tem uma história de vida bastante conturbada. Para quem o conhece apenas nos 30 Seconds to Mars, é fácil criar por ele alguma raiva ou desinteresse, pois Jared não criou uma banda original e muito menos tem sido ele próprio original. Contudo, se conhecermos um pouco da filmografia de Leto no cinema, chegamos a uma breve conclusão: As suas personagens são sempre o extremo umas das outras. Se no fabuloso "Requiem for a Dream" temos um Leto cegamente dependente das drogas, maníaco, depressivo, destruído, em "Chapter 27" interpreta o assassino de John Lennon, tendo que engordar muitos, muitos quilos.
Ao longo da sua carreira no cinema, Leto tem sido um camaleão, interpretando personagens extremas, complicadas e sempre muito diferentes umas das outras.
Na música acontece um pouco do mesmo, mas sem originalidade.
Se no 1º albúm de 30 Seconds to Mars parecia que estavamos perante uma cópia dos Bush, no 2º parecem uma cópia de My Chemical Romance, e neste 3º albúm uma mistura entre um punk e um emo.
Quando lançaram o 1º albúm, os 30 Seconds to Mars permaneceram praticamente no anonimato, sem conseguirem sobressair, contudo produziram boas músicas nesse albúm. Jared tinha-se enganado e foi tarde de mais, os Bush já não eram referência da música internacional e estavam em queda livre. No 2º albúm a esperteza foi maior e conseguiram apanhar a cauda do sucesso dos My Chemical Romance, chegando a um sucesso gigante, cativando emos e não só. A estratégia de marketing de Leto tinha funcionado e os 30 Seconds to Mars eram uma banda de destaque um pouco por toda a parte. Tendo garantido a fama, Leto pôde brincar neste 3º cd, e resolveu criar algo completamente diferente do que nos havia apresentado. Apesar do visual ridículo, a tentar imitar um qualquer punk, as músicas nada têm a ver com o punk, mas sim com uma mistura entre uma electrónica minimalista e rock, com um ar mais épico do que funcional.
Este albúm tem boas músicas, e acho que até tem músicas com alma, basta olhar para a letra da "Kings and Queens". Porém, Leto exagerou e foi longe de mais, tanto na mensagem que pretendia passar, como no uso exagerado de coros.
Jared Leto foi abandonado pelo pai quando era muito novo, abandonou a escola e chegou a ser preso. Foi na paixão pelo cinema que se voltou a agarrar à vida.
Jared Leto é um camaleão, criando personagens no cinema, capazes de nos fazer querer ver os seus filmes. Na música o acto de camaleão tem falhado bruscamente, e não tinha necessidade de todo o dramatismo em volta da sua banda. Talvez por vontade de ter sucesso comercial e ganhar dinheiro, talvez porque não teve infância e queira agora ser aplaudido por todo o mundo, Leto exagera enquanto músico. Contudo, tem algo a seu favor, presença e voz, voz essa que por vezes se perde no meio do seu vedetismo.
O tempo dirá se Jared será apenas um camaleão ou também alguém com identidade própria.

30 Seconds to Mars - This is War



This is War
30 Seconds to Mars, 2009



Na primeira canção que enceta este novíssimo albúm dos 30 Seconds to Mars, "Escape", Jared Leto sussurra que "isto não é um jogo" e que é "hora de escapar". Um coro de miúdos, como que retirados de uma outra canção dos Pink Floyd, alerta-nos "Isto é guerra". Deixa-nos com medo, sem dúvida.

Em "Kings & Queens", há a vontade de esta ser uma canção épica, de ter uma mensagem revolucionária, mas acaba por ser um misto U2 e de uns Coldplay mais recentes, com uns vocais puxados ao limite. Mr. Leto, não é a berrar que nos fazemos ouvir.

"This is War", é a canção ideal para Jared Leto rebentar as cordas vocais. E como qualquer música inspirada na guerra, venha então o cliché dos tambores sincopados. E os coros, os coros.

"Hurricane", vem acalmar as hostes (apesar da ironia do título), e longinquamente ouvimos algo que lembra Nine Inch Nails, se nos conseguirmos abstrair da voz, até sensivelmente meio da música, em que na parte melhor, Jared berra como se não houvesse amanhã, e Kanye West diz qualquer coisa. Tirando isso, e se não fosse o toque á Timbaland, o instrumental está interessante, e voz é suportável por um mais longo período de tempo. E no fim, os coros, os coros.
"Closer to The Edge", é o segundo single, é fácil de ouvir, é a música orelhuda e radiofónica.

"Vox Populi", começa com todos os clichés dos 30 Seconds to Mars. Tambores, coros, Jared Leto armado em sargento. Letras que querem gritar algo importante, mas que se esforçam demasiado. E gritam demasiado. "This is a battle song, time to go to waaaar". Ok, já percebemos sargento Leto, é preciso repetir o mesmo em todas as faixas?

"Stranger in a Strange Land", (que por acaso tem o mesmo nome de uma música dos Iron Maiden) traz de novo reminescências de Nine Inch Nails, partes electrónicas interessantes, que mais uma vez são abafadas pelos gritos desesperados de Jared Leto. Logo agora, que se estava quase a conseguir apreciar algo no albúm, decentemente...

Por ultimo "L490", porventura a melhor música do albúm, um instrumental bastante bom, que faz lembrar Anathema, ou God is an Astronaut, por exemplo. Nota-se a diferença, o não ter que ouvir as letras repetitivas, nem berros inapropriados. Consegue-se de facto ouvir esta música, pois parece que não faz parte do albúm, desenquadra-se totalmente da linha a que este albúm nos habituou.

Em suma, mais do mesmo, vocais exagerados, letras que se ficam pelo mesmo assunto. Pegaram no tema da guerra, e quiseram transformar este albúm num clássico, mas o esforço é nítido, a ambição de se quererem tornar numa banda épica e credível é exagerada, até na própria imagem que Leto adoptou, um filho perdido entre um Bono Vox, e um punk qualquer efeminado que veste Prada e casacos da Burberry. 30 Seconds to Mars querem ser tudo o que há para "ser" na música, e acabam por realmente constituir pouco. E por favor, devolvam o coro dos miúdos aos Pink Floyd.

domingo, 11 de julho de 2010

Asneira na Fnac Vasco da Gama


Os Asneira são 3 guitarras e uma bateria, são a força de 4 músicos apaixonados pela música e a vontade de a criar, de se expressarem através dos seus instrumentos e dos sons que obtém através deles, talvez mais do que isso, são 4 quatro pessoas que já se conhecem há algum tempo, e que provavelmente (entrando no campo da especulação) acharam que estava na hora de tocarem todos juntos.
Como indivíduos singulares, cada um tem o seu projecto musical, mas em Asneira o conjunto soa coeso, e tal como no futebol, muito em destaque agora, o importante é o colectivo, no entanto, as equipas que têm um criativo, um virtuoso, ou uma pessoa que se destaca dos demais, é sempre bem vinda, e penso que ninguém me levará a mal o facto de eu destacar neste caso dos Asneira, a guitarra de Rui Carvalho (If Lucy Fell), é ele o motor da banda. Claro que, e usando mais uma metáfora futebolística, para que alguém se possa destacar é preciso toda a equipa ajudar, e é neste campo que entram mais 3 excelentes músicos, Cláudia Guerreiro (Linda Martini) e João 'Óscar' Silva (I Had Plans) nas outras duas guitarras e Ricardo Martins (Lobster) na bateria completam o quarteto.
Posto isto, a banda esteve no auditório da Fnac do Vasco da Gama em virtude da compilação Novos Talentos Fnac 2010, para a qual contribuem com a faixa 'A marcha que o sol faz nas minhas costas'.

Asneira @ Fnac Vasco da Gama (10-07-2010)




Para conhecer melhor a banda é aqui:
Myspace

Tetsuya Ishida (1973 - 2005)













sábado, 10 de julho de 2010

Optimus Alive! '10 - dia 8 de Julho (Fotos)


Moonspell
+ special guest Anneke Van Giersbergen


Alice in Chains



Faith No More