Mostrar mensagens com a etiqueta Linda Martini. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Linda Martini. Mostrar todas as mensagens

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Festival Overlive 2011


O Festival Overlive 2011 irá acontecer nos dias 15 e 16 de Abril na Marinha Grande. O pátio da Escola Profissional e Artística da Marinha Grande (EPAMG), irá receber nestes dois dias 6 bandas nacionais (3 em cada dia) e os bilhetes já se encontram à venda na Fnac de Leiria, no Bombar ou ainda no Bar Ovelha Negra, com o preço de 12€ para os dois dias, e de 8€ para apenas um dia (o bilhete diário só está disponivel para venda nos dias dos concertos).

Eis a programação:

15 de Abril:
Guta Naki
A Caruma
Peixe:Avião

16 de Abril:
Monomonkey
Born a Lion
Linda Martini

quarta-feira, 23 de março de 2011

Festival CCBeat


O CCBeat é um evento que irá decorrer no Centro Cultural de Belém entre os dias 19 e 21 de Maio. Destinado a atrair novos públicos, a primeira noite do CCBeat irá contar com os Dead Combo, acompanhados pela sua Real Orquestra das Caveiras, e os Lisbon Underground Music Ensemble. Para o segundo dia estão preparadas as actuações de Kaki King e da artista nacional Aurea. O último e derradeiro dia conta com a animação dos Diabo na Cruz e com o rock dos Linda Martini.

Os bilhetes encontram-se à venda nos lugares habituais, e custam entre 15 a 18€ um dia, e entre 35 a 40€ o passe para os 3 dias.

Dia 19 de Maio
Dead Combo e a Royal Orquestra das Caveiras
Lisbon Underground Music Ensemble

Dia 20 de Maio
Kaki King
Aurea

Dia 21 de Maio
Diabo na Cruz
Linda Martini

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Os Golpes, More Than A Thousand e Linda Martini em Viana do Castelo


O Teatro Municipal Sá de Miranda, em Viana do Castelo, é o palco escolhido para o arranque da primeira edição do VIBE, um ciclo de concertos de música moderna que se prepara para ocupar vários espaços desta cidade ao longo do ano. Os Golpes, More Than a Thousand e Linda Martini são os grandes destaques da programação de inverno do VIBE 2011.

Os Golpes são a primeira peça preparada para o encaixe de sons do VIBE 2011. Manuel Fúria e companhia apresentam em Viana do Castelo o seu recente trabalho discográfico “G”, origem do radiofónico “Vá Lá Senhora” e sucessor do aclamado “Cruz Vermelha Sobre Fundo Branco”.
O revivalismo do roque português d’Os Golpes está de visita à sala principal do Teatro Municipal Sá de Miranda no dia 18 de Fevereiro, com primeira parte assegurada pelos vianenses Sotie Flow.

O hardcore musculado dos explosivos More Than a Thousand marca a passagem do VIBE para o Café do Teatro, com a assistência em pé e muito provavelmente em movimento. O influente quinteto setubalense prepara-se para despejar toda a energia presente em “Vol 4: Make Friends and Enemies”, o seu último registo de longa duração.
No dia 4 de Março, em Viana do Castelo, os More Than a Thousand contam com uma primeira parte de luxo protagonizada pelos For The Glory, no âmbito de um espectáculo exclusivo que reúne os dois pesos mais pesados do hardcore nacional.

O encerramento da época de inverno do VIBE 2011 tem lugar no Café do Teatro com a participação dos Linda Martini, um dos colectivos mais singulares e inventivos da nova música nacional. Os rockeiros lisboetas têm nova oportunidade para provar que o seu segundo álbum “Casa Ocupada” não tomou os tops de vendas por mero acaso.
O concerto dos Linda Martini agendado para 11 de Março no Café do Teatro tem abertura proporcionada pelo Filho da Mãe, projecto acústico a solo da autoria de Rui Carvalho, guitarrista de If Lucy Fell.

mais informações aqui

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Um tributo ao "Lobo" radiofónico.


Há dois anos atrás, os jornais portugueses anunciavam a morte do radialista António Sérgio. Homem conhecido pela sua dedicação à cultura e pelos seus programas de rádio, como “ Rotação” (entre 1977-1980), que lançou bandas portuguesas como Xutos e Pontapés ou a “ Hora do Lobo” (1997-2007), programa dedicado às orlas menos conhecidas do pop-rock. Passados dois anos, António Sérgio comemoraria 61 anos se fosse vivo. E é com o objectivo de homenagear o auxílio que este deu à música portuguesa, que se realizou no Cinema São Jorge, na passada sexta-feira, dia 14 de Janeiro, pelas 20h00, o tributo a António Sérgio intitulado de “ AS 61” . O espectáculo esgotou facilmente e a sala encontrava-se lotada com pessoas de todas as faixas etárias.

O concerto deu início com Dead Combo que trouxeram a sua melodia tocante, misturando fado com música de Western. Os Golpes vieram de seguida com as músicas do seu novo álbum, animando a sala com “ Vá lá senhora” . Quando acabaram de tocar, o palco foi alterado, acrescentando uma bateria para que Hélio Morais pudesse dar todo o espírito instrumental que sabe dar, juntamente com a sua banda. Os Linda Martini além de tocarem as músicas do seu novo álbum, “ Juventude sónica “ e “ Amigos mortais”, tocaram também um cover da “Sémen” de Xutos e Pontapés como prenda por António Sérgio ter lançado a banda de Zé Pedro e Tim.

Seguido dos Linda Martini, vieram os clássicos de Peste & Sida que fizeram com que a maioria dos espectadores se levantassem da cadeira, para cantar e dançar ao som da popular música dos anos 90, “ Sol da Caparica”. Mais uma mudança se realizava para a próxima actuação, colocando mais pratos na bateria e assoberbando o palco com guitarras e baixos de cor preta. Os Moonspell eram os próximos. A banda decidiu tocar as músicas que António Sérgio costumava passar na rádio. O público abanava a cabeça com fervor ao som da voz grossa de Fernando Ribeiro e das guitarras que emitiam um som grandioso e estrondoso. Por fim, actuaram os míticos Xutos e Pontapés, recordando o eterno rock português.

E assim, a noite foi marcada pela recordação de António Sérgio através de bandas que marcam o passado, o presente e o futuro da música portuguesa que ainda tem muito para dar.

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Top 10 de 2010, por João Miguel Fernandes

Quando pedi a todos para fazerem um topo misto, nunca pensei que fosse tão difícil. Vi-me agora com imensas dificuldades para o elaborar e tenho muita pena de ter deixado de fora coisas que considero terem sido essenciais para este ano. O Top reflecte também a escolha pessoal, por diversos motivos e não apenas a qualidade objectiva dos objectos culturais em questão. É curioso verificar que o cinema, arte que tanto prezo, está representado apenas por um filme. Sinal claro do que foi este ano a nível cinematográfico.
Fica então aqui o meu Top:



10- Associação Experimentáculo de Setúbal:
A cultura vive em Setúbal muito graças a esta Associação. Foram pequenos, médios e grandes concertos. Foram exposições ou exibições de cinema. A Experimentáculo fez de tudo para alimentar a cultura setubalense e temos tanto a agradecer-lhes. Obrigado.


9- Revista DIF
A Revista DIF tem vindo a aumentar a sua qualidade ao longo dos meses deste ano. Os artigos sobre artistas underground tornam-na actualmente na melhor oferta do género. Oferta é como quem diz, pois a revista é gratuita. Desta forma ficamos a conhecer um pouco melhor o que se passa cá em portugal no design, moda e cultura, e também um pouco mais de areas underground estrangeiras. Uma revista a ter em conta


8- CD - Make friends and enemies - More Than A Thousand/ videoclip roadsick
Os Setubalenses MTAT trouxeram-nos este ano um novo álbum bem pesado, onde tudo está melhor. A banda evoluiu e está cada vez melhor. Juntando isto ao facto de "Roadsick" ter na minha opiniao o melhor videoclip nacional do ano, está tudo dito. Fazer um videoclip onde transmitem todo o apoio dos amigos ao longo destes anos, onde representam essa amizade através de imagens reais e filmadas de forma fantástica, torna o videoclip em algo mais que apenas um acompanhamento visual. Para ver e ver, e ouvir e ouvir.


7 - EP - É uma água - PAUS
O EP dos PAUS, esta nova mega banda, é uma lufada de ar fresco na música que se faz em solo nacional. Ao vivo a energia que se sente é ainda mais incrivel. É impossivel destacar um só concerto, porque em todos eles estiveram incriveis. O EP é uma mistura de batuques, guitarradas e vozes estranhas, que nos trazem uma descoberta musical fantástica. Que 2011 seja o seu ano!


6- Concerto de Michael Bublé -Pavilhão Atlântico
Bublé é mesmo o homem do espectáculo. Os seus concertos não se resumem apenas a música, mas também a momentos de puro stand-up comedy, interacção directa com o público e muitas tentativas de tentar criar um ambiente intimo num imenso pavilhão atlantico. Merecia estar mais a frente no top, mas o ano foi demasiado bom em vários sentidos. Mesmo assim, é um grande artista ao vivo.


5- Concerto de Linda Martini - Lux/CD - Casa Ocupada
Os Linda Martini são uma peróla na nossa música. Através do seu rock cheio de influências, são capazes de criar em nós as mais diversas sensações. Nós ficamos no seu mundo, presos à sua música. O concerto no Lux e o cd "Casa Ocupada" são dois momentos que marcam este ano. Quem não esteve no Lux perdeu um dos concertos mais energéticos do ano. Quem não tem o cd faça o favor de o ir comprar para o natal!

4- Concerto de Sonic Youth - Coliseu dos Recreios
Os velhos Sonic Youth deram um concerto incrivel no Coliseu, quase com mais energia do que qualquer miudo de vinte anos. As suas musicas continuam a marcar gerações e a fazer vibrar o seu publico, seja este o dos anos 80 ou o jovem casual que os começou a ouvir o ano passado. É impossível ficar indiferente a uma banda deste calibre, com tanta qualidade e que ao vivo nos dá tudo. Sem duvida um dos concertos do ano.

3 - Shutter Island de Martin Scorsese:
O melhor filme do, sem qualquer dúvida. Dicaprio num papel fantástico e num personagem incrivelmente complexo. Scorsese assina uma nova obra prima, um thriller insano e cheio de q qualidade.


2- CD - Carrossel de Azevedo Silva:
É para mim um dos artistas de topo a nível nacional. Isto pode parecer disparate para quem não o conhece, mas então convido toda a gente a ouvir este álbum, que é um belo exemplo do que é a melhor música portuguesa da actualidade. É uma viagem por aquilo que é ser português, ser sonhador e apaixonado.

1 - CD - We're here because we're here de Anathema:
Destaco este álbum em primeiro lugar porque o considero uma das maiores obras musicais dos últimos anos. Em segundo, as letras poéticas aliadas a um instrumental progressivo e sentimental, tornam todas as melodias num puro prazer para a nossa mente. São os Anathema a fazer da melhor e mais profunda música que por aí se pode ouvir.

domingo, 19 de dezembro de 2010

Linda Martini + I Had Plans no MusicBox

Com o concerto marcado para a meia noite, por volta das 23h eram já muitas as pessoas que faziam fila à frente do MusicBox à espera que as portas se abrissem e dessem lugar a um espaço quente e acolhedor em contraste com a temperatura fria e a chuva miudinha que se fazia sentir cá fora. Sem bilhetes para vender à entrada, visto que durante o dia os poucos bilhetes que restavam acabaram por esgotar, a entrada foi feita a um ritmo lento, mas sem que isso parecesse incomodar muito quem lá estava, já que a ansiedade e a animação por poder ver ou rever uma das bandas nacionais do momento, servia para superar a espera, o frio, a chuva, o vento e o que lá mais viesse.

E afinal até havia motivos extra para isso, a noite era de festa, e estava a ser gravada para a posterioridade, uma vez que este concerto estava inserido no Club Docs, um programa produzido pelo MusicBox e que contempla umas entrevistas e a gravação de um concerto ao vivo.

Os I Had Plans, desconhecidos para muitos apesar de já existirem há alguns anos, e de já contarem inclusive com algumas tours europeias no currículo, foram a banda convidada pelos Linda Martini para iniciar a noite, e não comprometeram. Compostos por alguns elementos de outras bandas mais conhecidas no panorama underground nacional, como If Lucy Fell ou Lobster, estes I Had Plans revelam-se em palco com uma tremenda energia, seja ela imposta pela guitarra de Rui Carvalho, pela percussão de Ricardo Martins ou até pelos berros de Iuri Landolt. Foi um set curto mas intenso, o suficiente para aquecer e fazer esquecer o frio trazido do exterior.

I Had Plans @ MusicBox (18-12-2010)


Terminada a actuação dos I Had Plans, era altura dos Linda Martini entrarem em palco, um a um foram assumindo as suas posições, e pouco depois ouviam-se os primeiros acordes de Elevador, uma das músicas do último álbum da banda, Casa Ocupada.
Começou assim a comunhão entre banda e público, algo já habitual nos concertos desta banda, sempre muito acarinhada pelos seus fãs, é quase incrível a forma como se vive um concerto deste tipo, paira no ar um sentimento mútuo de admiração quase palpável, que bem mais saudável que outras coisas que pairavam pelo ar, tornam assim único cada momento vivido naquele espaço de tempo em que a música comanda tudo.
Com uma setlist algo diferente daquela apresentada no LUX, o que seria de esperar visto que os moldes e objectivos deste concerto eram outros, a banda percorreu todos os seus registos editados, desde o seu primeiro EP, representado por exemplo pelo tema Efémera e Este mar (já no encore), passando pelo Marsupial, que tinha ficado um pouco esquecido nas últimas apresentações ao vivo, e sem esquecer claro os dois longa duração, Olhos de Mongol e o mais recente Casa Ocupada.
Como já começa a ser hábito também, a banda esteve irrepreensível, e apenas talvez o som não estivesse por vezes nas melhores condições, nada que afectasse por aí além uma actuação tão intensa quanto seria de esperar, com uns Linda Martini bem soltos e a sentirem-se como peixe na água em palco.
O concerto acabaria eventualmente por se aproximar do fim, e pseudo-encerrou com O amor é não haver polícia, uma vez que ainda havia um encore de duas músicas para deleite dos presentes, como já referi atrás, uma das músicas que ainda havia para tocar foi a Este mar, e à qual se seguiu o novo hino-encerra-concertos-em-apoteose da banda, Cem metros sereia, foi entoada por todos, e juntou em palco vários amigos presentes (de uma forma mais comedida que em outras ocasiões, já que o espaço em palco não é muito) para os coros finais: "Foder é perto de te amar / se eu não ficar perto".

Linda Martini @ MusicBox (18-12-2010)


Setlist:
1. Elevador
2. Mulher-a-dias
3. Efémera
4. Nós os outros
5. Amigos Mortais
6. Dá-me a tua melhor faca
7. Juventude Sónica
8. Belarmino vs
9. Amor combate
10. Cronófago
11. Partir para ficar
12. As putas dançam slows
13. Ameaça menor
14. O amor é não haver polícia

Encore:
15. Este mar
16. Cem metros sereia

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Top 10 de 2010, por Jorge Almeida

Não gosto particularmente de tops. Fazê-los é-me complicado, a memória parece faltar-me sempre nestas ocasiões, e nunca tenho critérios concretos para me guiar. Portanto lá navego pela abstracção dos conceitos de melhor e pior para elaborar uma lista ordenada de forma qualitativa, cuja importância do primeiro e último item não passam de meros caprichos.

Mais difícil, então, é um top tão miscelâneo como este que, mal a mal, compara a relevância do que à partida não tem ponto de comparação. Mas como não é daqui que resulta nenhum mal ao mundo, vou tentar por em perspectiva - à falta de melhor, a minha - os acontecimentos de 2010.


10. Reuniões, reuniões, reuniões...


Ainda as primeiras badaladas de 2010 se faziam ouvir já os Soundgarden anunciavam o seu regresso. Os anos 90 parecem querer voltar e depois dos Faith No More e dos Stone Temple Pilots em anos anteriores 2010 foi o ano dos Soundgarden. Mas o ano ia só no inicio, Gavin Rossdale também daria uma segunda vida aos Bush e Scott Stapp reúne as tropas para trazer de volta os Creed. Também , para lá do mainstream, os pioneiros do indie e banda de culto, os Pavement voltaram ao activo assim como os A Perfect Circle. Ainda tivemos a sorte de recebermos as primeiras tours das bandas que já tinham anunciado o seu regresso no ano anterior -e nesta nota: obrigado Mike Patton.

O ano termina agora mas não sem mais um anúncio de uma reunião que deixou sorrisos na cara a meio mundo: System Of a Down.

9. The Lady Killer - Cee-lo Green
Graças a Deus por Cee-lo Green. Não só por ter feito um álbum fantástico que expande as barreiras do hip-hop, rock e r&b , mas também por ter dado ao mundo o maior hit de 2010. Se não estiverem convencidos da importância que teve "Fuck You", lembrem-se que logo no inicio do ano a canção que andava na cabeça de todos nós era outra. Estava em todas as rádios, em "n" anúncios de televisão e nos jogos da selecção Portuguesa. Lembrados?
Cee-lo Green é portanto o homem a agradecer por fazer de "I Got A Feeling" uma má memória colectiva que gostaríamos de apagar. Quase que merecia o primeiro lugar só por isso.

8. The Social Network
2010 não foi o melhor ano para o cinema, tivemos o Inception, Shutter Island, Toy Story 3 e mais meia-dúzia. Nos próximos Óscares pode ser que Leonardo DiCaprio receba a distinção de melhor actor que já merece e que Toy Story faça história e seja o primeiro filme de animação a ganhar na categoria de melhor filme. Apesar de mérito próprio, a acontecer, o factor decisivo é uma manifesta falta de competição. Mas divago.

The Social Network: antes de sair já se especulava que iria ser o filme do ano. Confirma-se. Não é o melhor filme, mas é o mais importante e aquele que mais dificilmente cairá no esquecimento.
O Facebook atingiu o auge da sua popularidade, 2010 assistiu a maior migração de sempre quando o pessoal do hi5 muda de barco, e The Social Network é emblemático dessa popularidade e o retracto da geração da Internet que marcou a década. Jesse Einseberg tem o desempenho de uma vida e não será de estranhar se roubar o Óscar a DiCaprio , o pobre coitado.
Sofre pela história, não é culpa de ninguém, às vezes a vida real não entretem como gostariamos, vale pelo factor "curiosidades", em relação a tudo o resto não se pede mais. Até o Justin Timberlake está genial.

7. Videojogos para todos
Não é bem uma coisa palpável, nem sequer é um acontecimento concreto ,é mais um fenómeno que vimos desenvolver mesmo à frente dos nossos olhos sem repararmos bem até já não o podermos ignorar. Os videojogos já são indiscutivelmente parte da cultura pop, os primeiros aficionados de décadas passadas são os adultos de agora que cresceram com uma consola em casa e talvez mais importante que isso o sector dos videojogos abriu-se a outros mercados e à criação dos títulos para o tipico jogador casual que nunca se reviu nos RPG e Shoot'em ups feitos para os fãs mais "hardcore".

Da ascensão da Wii à criação do move para a PS3, dos novos conceitos de videojogos que esbatem as barreiras entre os universos da musica ( Rockband, Guitar Hero) e do cinema ( Heavy Rain) aos jogos de concentração e fitness, 2010 foi o ano que fez de pais e avós "l33ts" e “geeks” das consolas.

6. Casa Ocupada - Linda Martini

Correm o sério risco de ser a banda a suceder aos Ornatos Violeta no que diz respeito às preferências do publico jovem que não vai à bola com a musica pop-pastilha-elástica. Há algo de tão introspectivo e intelectualmente desafiante sobre a sua música sem nunca chegar a ser pretensioso que atrai mais e mais fãs. 2010 é o ano que confirma o que já desconfiavamos: os Linda Martini já não são a banda que vive do underground, o público expandiu-se e a entrada directa no Top de vendas português mostrou-nos isso, felizmente a música mantêm-se.

5. 5 para a meia-noite

Surgiu em 2009 por isso é quase batota constar aqui mas 2010 foi a consolidação do que de melhor se fez em televisão. Os talk-shows neste registo "late night" não foram inventados ontem é verdade, mas arrisco-me a dizer que , com a ajuda dos talk-shows americanos emitidos na radical, o 5 para a meia-noite relançou o conceito em Portugal e criou público para os programas do género que se seguiram. Mais importante que contar umas piadas souberam os apresentadores como envolver o publico e de forma simbiótica os conteúdos foram sendo criados do lado de cá e de lá do ecrã. Tudo porque houve quem visse nas demais plataformas multimédia não uma forma de concorrência mas fortes aliados.
Espera-se o regresso à rtp2 o quanto antes.

4. Os U2 são a maior banda do Mundo

Raios os partam. Como é que eles conseguiram? O ultimo álbum é tão medíocre que o nome já nos escapa e , ainda assim, são a banda cuja tourné mais facturou. Portugal também recebeu a 360º e durante dois dias todos os caminhos iam dar a Coimbra.

Os irlandeses tornaram-se a maior banda do Mundo, ninguém deu por eles a tirarem o título aos Rolling Stones mas quando pensámos sobre isso a conclusão pareceu-nos óbvia. Os U2 revolucionaram a forma de dar concertos: Intimidade em grande escala. A fasquia foi elevada e não se vê forma de a alcançar nem quem seja capaz de lhes suceder.E daí talvez não porque temos...

3. Arcade Fire

Já começa a ser chato para nós, “críticos musicais” – vulgo, melómanos com vontade de partilhar -, dizer bem de uma única banda. Existem regras para cumprir, se uma banda tem um bom álbum de estreia automaticamente a critica ao segundo anda algures nas linhas do " não é tão fulgurante como o primeiro", e outras frases retiradas da gaveta. Mas não, os Arcade Fire lançam o Neon Bible e o mundo ajoelha-se perante a genialidade dos canadianos. Felizmente em 2010 chega-nos The Suburbs, três anos mais tarde iríamos ter a possibilidade de fazer uma critica a um álbum de Arcade Fire que não seja só de elogios. Uma banda não consegue fazer dos 3 primeiros álbuns os melhores dos respectivos anos ,segundo a crítica, pois não? Pois não?

Aparentemente podem. Os 60's tiveram os Beatles, os 70's os Led Zeppelin, os 80's não interessam, os 90's os Nirvana e os anos zero têm os Arcade Fire, tenho dito.

2. Há festa na Moradia - B Fachada
Por mérito próprio " Há Festa na Moradia" merecia um lugar em qualquer top, mas a razão porque surge neste é por ser sintomático da forma como o publico português passou a encarar a nova música portuguesa. Pessoalmente nunca fui adepto do apoiar o que é nosso só por ser nosso, acho uma atitude demasiado condescendente para os nossos artistas, ainda que sejam alguns deles que incentivam a isso, felizmente de há uns anos para cá a música portuguesa rejuvenesceu e encontrou na lingua do país e nas suas raízes mais tradicionais a força motora para se desenvolver e já ninguem precisa de gostar porque, coitadinha, é portuguesa mas porque é realmente boa .
Há Festa Na Moradia é o album que escolho para simbolizar esse renascimento , provavelmente pela intrínseca ligação com a Flor Caveira que muito nos tem dado na segunda metade desta década, mas felizmente há um leque cada vez mais variado de musicos que se inspiraram no que é tradicional e genéticamente nosso que se tornaram proeminentes ultimamente.

1. Lisbon - The Walkmen
Eu avisei logo no inicio que este top padece da minha noção do que é melhor e "Lisbon" é de longe o meu álbum favorito do ano.
Portugal parece estar na moda, do fado dos Deolinda e da Mariza até aos diversos artistas internacionais que têm feito elogios e declarações de amor ao nosso país, desde o ano de 1500 que nunca estivemos tanto nas bocas do mundo, somos como um pequeno tesouro das elites culturais que já não é tao secreto como isso.

Lisbon é uma declaração de amor à nossa capital, que aparentemente recompensou os Walkmen com inspiração que deu para 30 canções, 11 das quais encontraram o seu caminho até ao final-cut. Lisbon é melancólico e sentimental, são pequenas odes musicais tristes e emotivas que exorcizam a nossa solidão e deixam-nos um pouco mais esperançosos no final de cada audição.
Talvez seja eu a cair um pouco na bajulação mas faltam-me outras palavras para descrever este álbum. Lisbon é como a cidade que lhe dá nome num dia de chuva, há uma nostalgia sempre presente que entristece mas que nos leva ao conforto de outros tempos, bons tempos, diga-se.

É curioso que agora que voltámos a aprender a gostar de Portugal, também lá fora se aprendeu a mesma lição.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Top 10 de 2010, por Hugo Rodrigues

Quando o João sugeriu a cada um de nós fazer este top, a primeira coisa que me veio à cabeça, e que normalmente já costumo fazer todos os anos, foi elaborar uma compilação dos melhores álbuns do ano, é uma coisa que me é mais imediata, e por onde me mexo melhor, no entanto, depois de reflectir um bocado no ano que passou, acabei por me decidir numa lista mista de coisas que de uma forma ou outra me disseram/significaram algo este ano, e tal como as tão faladas listas de final de ano, isto é baseado numa escolha pessoal, o que significa que uma coisa que me tenha marcado, não seja necessariamente algo de interesse geral, ou que tenha revolucionado alguma coisa, mas dentro do espectro da cultura (e mais da música), e depois desta introdução manhosa para contextualizar as minhas escolhas, aqui vai:

10. Arte-Factos
Criação do. Explica-se por si própria.






9. Contrab
ando na Rádio Zero
Fazer um programa de rádio não é tão fácil quanto possa parecer, e marcou a minha estreia nestas andanças. O que é que isto contribuiu em termos de cultura? Provavelmente muito pouco, mas para mim, e para quem ouve às vezes, pode ter dado a conhecer música nova.

8. O cancelamento do concerto dos Arcade Fire
Embora não me diga muita coisa, marcou pela negativa toda uma novela que foi criada desnecessariamente à volta disto. Desorganização e alguma falta de respeito pelas pessoas que estavam à espera do concerto, não pelo cancelamento, mas pela falta de decisão e falta de flexibilidade e capacidade de entendimento dos envolvidos em tempo útil.

7. Yeaaaah!
O aparecimento da Yeaaaah!, conhecida anteriormente como Epilepsia Emocional, é uma das mais completas agendas de concertos nacionais. Vai acontecer, está lá certamente, se não está, é favor acrescentar.


6. O Carrossel de Azevedo Silva
Um dos meus discos nacionais preferidos deste ano, de um dos cantautores mais underrated portugueses. O B é que é bom.



5. Circa Survive ao vivo no Rescue Rooms em Nottingham
Um dos meus concertos preferidos deste ano. Por ser Circa Survive e por ter sido a viagem que foi.



4. A Casa Ocupada dos Linda Martini + Concertos de apresentação
Foi brutal o que a banda conseguiu fazer finalmente em termos de promoção e divulgação, o álbum está bom e foi sempre acompanhado por casas cheias por onde foi apresentado, conseguiu chegar ao top de vendas por isso, e mesmo não sendo isso indicativo de nada, é um feito que deve ser referido.

3. 5ª temporada do Dexter
Incrível como esta série se consegue superar de temporada para temporada, à medida que escrevo isto, antecipo já o último episódio, ainda não acabou, mas já sei que vai ser bom. Mereceu a renovação para mais uma temporada.


2. Circa Survive - Blue Sky Noise
Voltam a aparecer mais uma vez nesta lista, apenas e só por ser o meu álbum do ano, pode não ser perfeito, certamente que não o será, mas é perfeito à minha maneira.


1. Festival Milhões de Festa
São milhões de . E tudo o resto está explicado no post sobre o festival. Simplesmente incrível o que conseguiram organizar.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Entrevista - Linda Martini

Ao segundo álbum da banda, e após dois EP's editados entre o Olhos de Mongol e o mais recente Casa Ocupada, os Linda Martini começam finalmente a ganhar algum do reconhecimento público que já mereciam. Nesse sentido também nós quisemos dar a conhecer um pouco mais sobre a banda, e o que mudou (ou não) ao longo destes anos.

1. O vosso disco entrou directamente para o 4º lugar do top nacional de vendas. Este é um sinal claro do crescimento da banda a nível nacional. Esperavam alcançar este sucesso com este álbum?

André Henriques: Temos que analisar as coisas com objectividade e não com deslumbramento. Uma banda da nossa dimensão não vive dos discos que vende. Aliás, nem sequer vive da música mas isso são outros quinhentos... Estar no top é ter sucesso? Nunca foi uma meta nossa, nem esperávamos que algum dia acontecesse. O aspecto mais positivo é o retorno de promoção que podes ter. Interessa-nos sobretudo tocar ao vivo e se isso gerar mais atenção poderá resultar em mais concertos.

2- Os concertos de lançamento do vosso cd tiveram sempre casa cheia. Como vêem a evolução da banda ao longo dos últimos anos? Quais as principais diferenças?

A.H.: A principal diferença é que o público que nos segue tem aumentado, o que nos permite tocar mais e com melhores condições. Do nosso lado estamos mais serenos e a nossa relação nunca esteve tão boa. Já tocamos juntos há muitos anos, neste e noutros projectos. Quando começámos a compor a efémera, o partir para ficar ou o amor combate tínhamos 22 ou 23 anos e hoje temos todos 30. É muito difícil manter uma banda estes anos todos e conciliá-la com os nossos egos, com os trabalhos, namoradas/os e todas as outras coisas que nos exigem dedicação. É cansativo e só o fazemos porque não saberíamos o que fazer sem isto.

3- Como foi para vocês criarem músicas mais directas, mas ao mesmo tempo com todas as características da banda? O que mudou nos Linda Martini com este cd?

A.H.: Foi um processo natural, não planeámos esta direcção mas não é nada que nunca tenhamos feito. Os projectos que tínhamos antes de Linda Martini eram todos dentro do Punk/ Hardcore. Acho que estávamos com saudades disso.

4- O vosso nome tanto pode ser visto como um nome português ou uma expressão estrangeira. Nunca pensaram em cantar em inglês?

A.H.: No início começámos por compor apenas instrumentais. Depois achámos que isso nos iria colar demasiado à onda toda do pós-rock que estava a acontecer no início de 2000. Decidimos que era fixe fazer uma coisa diferente e o primeiro impulso, quando experimentámos meter voz, foi mesmo cantar em inglês, porque já o fazíamos nas bandas anteriores. Depressa percebemos que aquilo não nos dizia nada. Se nos estávamos a desafiar ao tocar um som radicalmente diferente das bandas punk e hardcore, também podíamos sair da nossa zona de conforto e começar a cantar em português. Nunca tínhamos experimentado e correu bem. Foi apenas uma opção estética. Não nos vemos a voltar ao inglês, pelo menos neste projecto não fará muito sentido…

5- Como é que a banda interage nos minutos anteriores a entrarem em palco? Ainda ficam nervosos?

A.H.: Acho que sim. É impossível não estar ansioso antes de entrar mas é sempre uma celebração. É como sair à noite com os teus melhores amigos e perderes a cabeça.

6- O que podemos esperar dos Linda Martini no futuro próximo?

A.H.: Para já concertos. Ainda não temos planos para próximos lançamentos mas gostávamos de fazer algo especial, como foi o marsupial. A ver vamos.


O nosso agradecimento especial ao André e aos Linda Martini pela disponibilidade demonstrada.

sábado, 30 de outubro de 2010

Linda Martini @ Lux Frágil (Fotos)












Linda Martini no Lux - Lançamento do álbum "Casa Ocupada"

O Lux encheu pelas costuras para receber aquela que é actualmente uma das bandas nacionais de topo. A nível de música cantada em português temos talvez aqui o maior sucesso dos últimos anos, acompanhado com uma evolução primorosa e de imensa qualidade. Falo claro está, dos Linda Martini.
Antes do concerto propriamente dito, as filas de entrada davam uma volta gigantesca, apresentando-nos um mar de gente ansiosa pelo regresso de uma das bandas mais acarinhadas pelo público português. Prova desse amor, foi a lotação mais que esgotada e inventada, a imensa salva de palmas presente em todas as músicas e os hinos musicais, tão decorados quanto um fanático religioso em amor pelo seu livro sagrado. Os Linda Martini são isso mesmo, um movimento amoroso reciproco entre fãs que teimam em aumentar, e uma banda pronta para os receber, através da simpatia e interacção daquele que é possivelmente na actualidade o melhor baterista português, Hélio Morais; e os também extremamente talentosos e simpáticos André Henriques (vocalista e guitarrista), Pedro Geraldes (guitarrista) e Cláudia Guerreiro (baixista). Juntos formam uma unidade musical sem igual, que ao vivo se transforma numa guerra espiritual, criando algo paralelo à nossa realidade. Sem me querer perder muito em metáforas ou analogias, o concerto de Linda Martini no Lux foi, resumidamente, uma entrada num outro universo, no universo da banda, que nos conseguiu transpor para algo perfeito a nível musical e emocional.
Para começar não podiam ter escolhido melhor, "Nós os outros", faixa integrante do álbum de apresentação deste concerto, "Casa Ocupada", encheu o espaço e aqueceu o público, com um Hélio furioso na bateria, cegamente electrizante, e os restantes membros a acompanharem-no em imensa sintonia. "Mulher-a-dias" é o 2º single deste álbum e foi também a segunda música tocada. Tanto foi o empenho da banda que quase que os víamos a correr tal como no videoclip. Energia do melhor ao vivo, fazendo-nos querer ficar nesta música por muito mais tempo do que o que ela dura! "Amigos mortais" foi a confirmação da excelência do novo álbum, e mais importante, que apesar do "rock mais directo", os Linda Martini continuam no caminho da qualidade, da enorme qualidade. A transição para músicas um pouco mais curtas e directas foi perfeita, e a sonoridade-mãe está cá toda presente. Para os fãs da banda as novas músicas sabem a uma continuação perfeita do que é uma evolução natural das coisas. Para os novos fãs, é uma oportunidade de conhecer o lado mais directo dos Linda Martini, podendo depois desenvolver-se uma imensa paixão.
Parar para olhar com calma a banda é uma acção que vale mesmo a pena. Hélio Morais "esmurraça a bateria" como se fosse o seu pior inimigo, numa energia vinda de outro lado do universo. Cláudia Guerreiro entra em êxtase em cada música e afigura-se como um elemento fulcral, de extrema ligação entre todos os membros da banda. Pedro Geraldes, elevando a sua guitarra no ar, alterna entre um ar mais calmo e a loucura do rock, e finalmente André Henriques canta-nos com alma, a sua, a da banda, de todos nós, cumprindo com distinção a sua tarefa na guitarra, e sorrindo ocasionalmente, como se estivesse a tocar no céu.
"Partir para ficar" foi a primeira "prenda" oferecida pela banda. E que bem que foi recebida! Hélio e Cláudia ( porta vozes da banda neste concerto) interagiam com o público entre cada tema, fazendo agradecimentos e atendendo ao bom humor. "Partir para ficar" foi uma prenda perfeita e o público respondeu com energia, quase tanta quanto a que a banda deixava em palco.
À quinta música chegamos à maior "surpresa" das novas músicas. "Elevador" é um conjunto de sentimentos electrizantes, dando ao público a sensação de que os Linda Martini cresceram imenso e conseguiram fazer o que é muito raro numa banda deste tipo, dar um salto perfeito entre os seus sons próprios (música underground), para algo mais "directo", algo que agrade a quem não conhece a banda. A transição foi perfeita e este "Elevador" expressa tudo num curto espaço de tempo. Entretanto, a banda dá tudo o que tem e mostra-nos porque é considerada uma das melhores da actualidade. Ninguém deixa tanto em palco quanto eles, ninguém canta com tanta alma, com tanto sentido, com tanta genuinidade.
"Amor combate" é um regresso às origens e à ligação com os fãs de sempre. Eles agradecem e retribuem, com muitas palmas, com coros, com saltos e empurrões. O público começa a ficar mais eléctrico.
"S de Jéssica" é um registo um pouco mais calmo, mas que tem todas as características da banda. O seu som é bastante reconhecível, e apesar do novo álbum ter faixas mais curtas do que é costume para a banda, está lá tudo.
"Juventude Sónica", em claro tributo aos "Sonic Youth", é o regresso ao bom rock, à criação de novos sons, de novas energias. A ligação com o público prende-se cada vez mais e é já notória a evolução da banda. "Ameaça menor" faz a ponte para aquela que é uma das melhores músicas da banda, "Cronófago". A loucura instala-se e o público aumenta a sua garra, interligando-se com o palco, com os músicos. "Este mar" origina um novo sentido de ligação, novo amor entre a banda e o público. "Queluz menos luz" é uma referência óbvia as origens da banda e é recebida com aplausos. A grandiosidade desta música leva-nos a que "Belarmino" alcance o apogeu. Estamos perante uma banda única, que aposta num som forte e cheio de energia, através do que cada elemento tem para dar, formando um todo coeso e tão talentoso. As novas músicas surgem como lufadas de ar fresco, como uma necessidade de continuidade por parte da banda e uma necessidade de continuidade pelos fãs. Sempre ao seu jeito, os quatro elementos vão cruzando emoções entre si, mostrando porque mandam em palco.
"Cem metros sereia" termina com um palco inundado de amigos da banda, a cantarem ao microfone. A emoção da letra, cruzada com as pessoas em palco torna o momento algo único e demasiado tocante. Os Linda Martini são isso mesmo, um ponto de união entre as pessoas e a criação de letras simples mas com um significado bastante profundo. Com as novas músicas assistimos a uma evolução que supera em tudo as expectativas. Com este álbum os Linda Martini vão certamente atingir um topo maior, se é que já não o conquistaram.
O encore foi representado por dois grandes êxitos da banda, duas músicas que fizeram a banda crescer e com que os fãs também cresceram nestes últimos anos. Seja a repetir as letras pela rua, em casa, no comboio, ou a ouvi-las no carro ou no ipod. Os Linda Martini deixaram a sua marca e "Dá-me a tua melhor faca" e "O amor é não haver polícia" demonstram o que tem sido criado ao longo destes últimos anos.
"Casa Ocupada" passa assim com enorme distinção ao vivo, sendo um álbum efectivamente de rock directo, mas cheio da alma da banda, tanto nas letras como na sonoridade. Este é um álbum poderoso e capaz de ombrear com os melhores álbuns da década.
A banda deu assim um espectáculo imenso, que não será esquecido por quem os viu. E a nível musical, Portugal pode sorrir novamente.

Linda Martini @ Lux (29-10-2010)


Setlist:
1. Nós os outros
2. Mulher-a-dias
3. Amigos mortais
4. Partir para ficar
5. Elevador
6. Amor Combate
7. S de Jéssica
8. Juventude Sónica
9. Ameaça menor
10. Cronófago
11. Este mar
12. Queluz menos luz
13. Belarmino vs
14. Cem metros sereia

Encore
15. Dá-me a tua melhor faca
16. O amor é não haver policia


Texto: João Miguel Fernandes
Fotos: Hugo Rodrigues

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

OFFBEATZ Lisboa #009


O OFFBEATZ Lisboa regressou na noite de ontem, e nesta primeira edição pós-férias o lugar escolhido para acolher o evento foi o MusicBox. Numa edição que contava com a apresentação dos videoclips de dois dos mais promissores projectos nacionais, os Linda Martini e Noiserv, para além da actuação das bandas Os Pinto Ferreira e Macacos do Chinês, não foi de estranhar que o MusicBox estivesse muito bem composto de pessoas, quem sabe aliciadas também pela entrada livre proporcionada pela organização do OFFBEATZ.

A abrir a noite, e antes dos concertos propriamente ditos, houve então a exibição de Mr. Carousel e de Mulher-a-Dias, os vídeos que acompanham os temas de Noiserv e Linda Martini, respectivamente, e uma sessão de perguntas de respostas sobre os mesmos aos artistas.

Em relação a Mr. Carousel, David Santos explica-nos que foi uma opção lógica optar por fazer o videoclip em animação, uma vez que vai ao encontro daquilo que é um pouco o seu projecto, incorporado com os desenhos de Diana Mascarenhas, seja no artwork dos cds ou nas projecções durante os concertos. Indica-nos também que para uma animação deste tipo e com a duração da música (cerca de 3 minutos), em conjunto com o realizador, levou cerca de 1 mês e meio de trabalho para que estivesse terminado o vídeo.


Noiserv

Outra das curiosidades entre a audiência, tanto para um vídeo, como para o outro, prendeu-se com questões de financiamento e apoios para a realização de um projecto destes.
Sem nunca falarem em valores, tanto Noiserv como Linda Martini contaram com a ajuda de amigos para a realização destes videos, e por isso mesmo admitem que o valor não foi tão alto como seria caso não tivessem este apoio, no entanto, para David Santos, que vê o seu EP editado pela Optimus Discos, não há um apoio propriamente dito da editora, uma vez que a mesma serve apenas como plataforma de lançamento, e não existe todo aquele trabalho normal que uma editora, no verdadeiro sentido da palavra, faria. No caso de Linda Martini, existe algum apoio da Lisboa Agência, mas continua a ser um encargo para a banda, que partilha despesas.

Aos Linda Martini foram ainda colocadas algumas questões de moda (os calções curtos), de geografia (porquê o Alentejo?) e de compreensão da letra (a corrida é uma metáfora para algo? onde está a mulher-a-dias no vídeo?).
Por partes, e passando a questão dos calções curtos à frente, uma vez que foi gravado no verão, em pleno Alentejo e exigia-se roupa confortável para correr, a Claúdia diz-nos que a escolha do Alentejo (Estremoz) acaba por ser um bocado óbvia pois é um sítio relativamente perto e com áreas livres e desertas, o que seria indicado para o que pretendiam fazer.

Em jeito de brincadeira, Hélio responde às perguntas de interpretação da letra deste tema e revela que "a mulher-a-dias faz dias que não vem", e que no dia do vídeo foi um desses dias, e daí ela não aparecer. Em relação à corrida, é-nos dito que não é necessariamente uma metáfora para algo, mas que no entanto fazia sentido para a banda, uma vez que a gravação de um disco é isso mesmo, uma corrida em que cada um segue para o seu lado e depois converge num só sentido.


Linda Martini

Findo estas apresentações, era altura de passar para as actuações ao vivo da noite, primeiro Os Pinto Ferreira, banda que começa a fazer furor com o seu single Violinos no Telhado, e que apresentou 4 músicas ao público presente na sala, como aliás fariam também os Macacos do Chinês. Os Pinto Ferreiro estarão de volta ao MusicBox para um concerto mais longo no dia 31 de Outubro.

Os Pinto Ferreira @ MusicBox (20-10-2010)


Para conhecer melhor a banda é aqui:
Myspace
Facebook


Aos Macacos do Chinês coube encerrar a noite e continuar com a festa criada no público pelos Pinto Ferreira, algo que foi conseguido uma vez que uma das forças desta banda é mesmo essa, a capacidade de criar empatia com o público e de conseguir que existam corpos dançantes na audiência. Rolling na Reboleira, a Machadinha e Fala Bem foram alguns dos temas que a banda apresentou na noite de noite, em que houve também direito a uma música nova.

Macacos do Chinês @ MusicBox (20-10-2010)


Para conhecer melhor a banda é aqui:
Myspace
Facebook

sábado, 25 de setembro de 2010

Linda Martini - Mulher-a-dias



"Mulher-a-dias", o novo single dos Linda Martini, já se encontra dísponivel no Myspace da banda para ser ouvido e apreciado por todos. Este é segundo single do novo álbum "Casa Ocupada". Este é um dos discos mais aguardados do ano, tanto pelo enorme núcleo de fãs que a banda tem, como pela qualidade musical que a banda apresenta de música em música.
Os Linda Martini surgiram em 2005. Desde aí já lançaram três EP's e um disco de longa duração, este "Casa Ocupada" será o segundo. Não há dúvidas que são uma das grandes bandas dos portuguesas dos últimos anos. Todas as músicas têm um enorme sentimento e uma letra profunda, demonstrando um carácter mais crítico e depressivo sobre qualquer estado. Contudo, este novo álbum transfigurou a banda, e apesar da sonoridade ser idêntica, tanto em qualidade, como em características, o tema mudou. Os Linda Martini falam agora de factos objectivos, mas sempre com a atitude crítica e atenta. Este "Mulher-a-dias" é um prazer sonoro imenso, tanto do ponto de vista instrumental, tão característico da banda, com uma progressividade sempre presente, apesar da curta duração da música, como na letra e musicalidade. De forma rítmica e acelerada, "Mulher-a-dias" fala-nos de símbolos e e metáforas, sempre bem construídas e aliadas com a sonoridade global. No final sentimo-nos preenchidos, mas com vontade de muito mais, de termos este novo álbum nas nossas mãos. Falta pouco! Em Outubro estará à venda, e quem não o agarrar vai certamente perder um dos melhores álbuns dos últimos anos!

Myspace da banda, onde podem ouvir o novo tema e outros: