segunda-feira, 7 de junho de 2010

Robin Hood, de Ridley Scott





A versão cinematográfica deste Robin Hood é superior à versão de cinema de Kingdom Of Heaven, mas inferior à versão do realizador do mesmo e do Gladiador. Deste modo, temos uma breve conclusão: Ridley Scott não se superou, mas também não desanimou completamente os fãs.
É óbvio que de um realizador deste calibre (Alien, Blade Runner, Black Hawk Down, Gladiador, Kingdom of Heaven) espera-se sempre algo positivo, mas a verdade é que a carreira de Scott se pauta pela instabilidade, entre obras magnificas, capazes de vigorar na prateleira de melhores filmes de sempre, e outros filmes horrendos, sem conteúdo nenhum.
Robin Hood fica pelo meio caminho da expectativa. Não é um grande filme, mas também não é um mau filme. Russel Crowe aparece-nos um pouco melhor do que nos seus últimos filmes, recriando aqui um personagem sólido e convincente, apesar de não ser espantoso como já foi em tempos.
O restante leque de actores é competente, tanto Cate Blanchett, como Max Von Sydow. Não é pela construção dos personagens, ou pelas suas representações que o filme perde pontos. Também não é pela realização, que está aqui aguçada a um nível superior face ao que Ridley Scott nos tem demonstrado nos últimos anos.
O problema deste filme prende-se com a perda de identidade, entre personagens "gladiador", a uma fotografia e narrativa "kingdom of heaven". Scott perdeu-se no meio dos seus dois filmes épicos, e no meio dessa confusão, conseguiu criar este Robin Hood.
A banda sonora também não nos espanta, ficando muito muito abaixo do que nos foi demonstrado em Kingdom of Heaven ou Gladiador.
A nível técnico, Ridley Scott não falha, a realização é cuidada e a montagem é fluída e com uns toques curiosos e positivos. O argumento é que mais uma vez deixa a desejar, sem ser capaz de nos apresentar uma história cativante, ou que aproveite todos os bons personagens que foram criados.
Robin Hood é assim um filme mediano, que não terá muitas coisas para ficar na história do cinema. Talvez seja um virar de página na carreira de Scott, um virar positivo, já que os seus últimos filmes têm roçado o fraco.

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