quarta-feira, 16 de junho de 2010

A cozinha da alma nem sempre é de aço inoxidável





Soul Kitchen
Fatih Akin, 2009



Ao olharmos para o título, ou para o cartaz promocional do filme, e vermos um título de uma música de um album de 1967, e um actor principal com semelhanças físicas a Jim Morrison, poderemos ser levados a pensar, á priori, que a película se trata de um elogio aos Doors. Errado, nada de Doors, nem um cheirinho da dita música. Mas tem a ver com uma cozinha. E com as peripécias da alma. Tudo em formato comédia.



A trama desenrola-se á volta do grego Zinos (Adam Bousdoukos), proprietário de uma espécie de armazém transformado em tasca sem quaisquer tipo de condições minimamente toleráveis para a Inspecção Geral do Trabalho, num subúrbio de Hamburgo, denominado Soul Kitchen. Desde ponto de partida, há uma série de situações atribuladas, andando o futuro do restaurante de mão em mão. Zinos na fase inicial mal consegue cozinhar. É então ajudado pelo chef Shayn (Birol Ünel) que lhe ensina a arte do gourmet. O restaurante vai atraíndo clientela, mesmo não sendo de todo o típico restaurante chique de gourmet, e Zinos vai facturando cada vez mais.

Enquanto isso, a namorada parte para Xangai por uns tempos, mas retorna com um novo namorado. Entretanto, vê-se a braços com os deslizes do irmão, saído da prisão, que lhe pede para falsear um contrato de trabalho no seu restaurante. Descobre também que tem uma hérnia, conferindo-lhe um novo cambalear, o que torna a sua personagem ainda mais cómica.



Não há um grande motivo como figura de proa da história. Quanto muito, há o sonho do protagonista em fazer por manter o seu restaurante. Este filme de Fatih Akin, não pretende ser um filme de culto, nem um filme marcante. Claramente o conceito aqui é entreter, provocar o riso. E por ser tão acessível e despreocupado em termos de enredo, consegue isso na perfeição.

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